São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010

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Juiz ia anular o gol, diz mexicano

"O árbitro afirmou que era impedimento e mudou de ideia depois", relata o atacante Franco

DE JOHANNESBURGO
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

Revoltados com o gol irregular de Tevez, os mexicanos disseram ter ouvido do juiz Roberto Rosetti que iria declarar impedimento. Misteriosamente, não cumpriu a suposta promessa e, sem explicações, validou o gol.
"O árbitro nos disse que ia retificar, que era impedimento. Mudou de ideia depois de ir falar com o bandeira. Não entendi o que aconteceu", afirmou o atacante mexicano Guillermo Franco. "Foi um erro gravíssimo", disse.
O defensor Carlos Salcido afirmou que esperava mais de um árbitro treinado para apitar uma Copa do Mundo.
Segundo ele, houve teimosia de Rosetti. "O bandeira sabe que errou. Mas o árbitro não tomou a decisão lógica, que era anular o gol."
Salcido disse que não viu o replay do lance mostrado no telão do estádio e que nem precisava disso. "Eu estava dentro do campo. Eu vi tudo claramente", afirmou.
O telão do Soccer City mostrou o lance do gol, mas sem a câmera lateral que permite identificar a irregularidade, muito menos com a linha colocada graficamente que prova o impedimento.
O próprio autor do gol, Carlos Tevez, admitiu que seria justo o gol ter sido anulado. "Nós achamos que o juiz daria o impedimento", disse.
No lance, o árbitro não deu o gol automaticamente. Ficou por alguns segundos olhando para o bandeirinha Stefano Ayroldi, que correu para o meio de campo.
Momentos depois, Ayroldi foi cercado por mexicanos enfurecidos, vários com o braço levantado, sinalizando que ele deveria ter erguido a sua bandeira. O juiz se aproximou, e foi a vez de os argentinos se enfurecerem, imaginando que o gol pudesse ser anulado, coisa que no final não aconteceu.
Também houve protesto dos argentinos em razão da repetição do lance no telão do estádio, mesmo que sem o ângulo comprometedor. O meio-campo Jonás Gutiérrez, que entrou no segundo tempo no lugar de Di Maria, afirmou que não é correto colocar tanta pressão no árbitro. "Isso não pode mais acontecer, porque gera uma situação complicada para o juiz."
Gutiérrez admitiu que o gol irregular mudou a história do jogo. "O primeiro gol nos ajudou muito. Antes, a partida estava meio a meio."
O treinador mexicano, Javier Aguirre, não quis comentar o desempenho do juiz. "Só quero falar dos árbitros mexicanos, que estão muito bem na Copa." (FÁBIO ZANINI E RODRIGO MATTOS)


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