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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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FUTEBOL

Time vê Luis Fabiano passar em branco, não acerta a pontaria contra o Flamengo e perde dois pontos aos 46min

São Paulo cede empate no último minuto

DA REPORTAGEM LOCAL

Um gol do Flamengo no último minuto de jogo tirou do São Paulo a chance de convencer seu ex-técnico Oswaldo de Oliveira de que a defesa é o melhor ataque. O 1 a 1 de ontem no Maracanã mostrou que o estilo Roberto Rojas precisa de melhoras, segundo o próprio treinador são-paulino.
Rojas viu seus jogadores se encherem de cartões amarelos, marcarem apenas uma vez (o goleador Luis Fabiano passou em branco) e sucumbirem aos 46min em um lance de bola parada.
"Temos que aprender que não se pode perder as chances que criamos", disse o chileno, em referência à performance do seu time no segundo tempo -à frente no placar, os são-paulinos desperdiçaram bons contra-ataques com chutes de fora da área pouco perigosos ao gol de Júlio César.
Já para o agora flamenguista Oswaldo de Oliveira, que havia aplaudido o esquema do rival Rojas no intervalo -quando perdia por 1 a 0-, o empate corou a sua opção pelo jogo ofensivo. "Não era justo que perdêssemos. O gol do Ânderson fez justiça."

Estilos
A justiça a que Oliveira fez referência tem a ver com o placar de finalizações da partida: Flamengo 21 x 11 São Paulo. Tem a ver também com as vezes que o time do Rio testou a defesa adversária com cruzamentos: 34 x 11 dos paulistas, que erraram todos. Além de o clube carioca ter trocado mais passes que os rivais: 313 (88% de eficiência) x 299 (81%).
Em campo, enfim, o que se viu foi a evidente diferença dos estilos Oswaldo de Oliveira e Rojas.
Se o Flamengo se destacou nos rankings ofensivos analisados pelo Datafolha, o São Paulo fez bem o "seu": defendeu-se bem (120 desarmes contra 99 dos donos da casa) e atacou poucas vezes (acertou 5 dos 11 chutes que deu contra o gol flamenguista, média de 45% de aproveitamento).
Diego e Luis Fabiano ficaram deslocados no ataque à espera dos lançamentos e passes longos.
Ricardinho, de volta aos campos depois de quatro semanas, foi a referência da equipe. Foi dos pés do meia, que deixou o campo como são-paulino mais acionado (39 bolas recebidas), que saiu a jogada do gol são-paulino, aos 31min do primeiro tempo.
Ricardinho recebeu de costas para o gol, tocou para Luis Fabiano, que deixou a bola passar para o seu "clone" Diego chutar no canto esquerdo de Júlio César.
O jogo transcorreu como se o pragmatismo são-paulino fosse triunfar mais uma vez fora de casa. O Flamengo atacava, perdia a bola ou finalizava mal, e o São Paulo avançava com rapidez. Rojas pedia calma do lado de fora do gramado, mas não era atendido.
Rico, que entrou no lugar de Diego no começo do segundo tempo, interrompeu duas boas arrancadas do São Paulo com chutes bisonhos de longa distância. Ricardinho também chutou nas mãos de Júlio César. Luis Fabiano, pouco inspirado, não fez a diferença em lances individuais.
O castigo veio aos 46min.
Depois de ter feito três boas defesas, Roger, atrapalhado pelo desvio da bola, falhou e não conseguiu defender a cobrança de falta do lateral Ânderson.
O gol foi festejado de forma frenética por Oliveira. Com ele, o Flamengo segue invicto com resultados heróicos: o empate de ontem e a vitória de virada sobre Internacional na rodada anterior.
Já Rojas viu a distância para o Cruzeiro aumentar mais com os pontos perdidos naquela cobrança de falta, que entrou no canto esquerdo de Roger. O último lance do jogo do Maracanã.
Na quarta, em Porto Alegre, o São Paulo estréia na seletiva brasileira da Copa Sul-Americana. Além de Grêmio, o time vai enfrentar o Vasco no triangular de turno único que vai classificar o melhor para a fase seguinte. Pelo Brasileiro, o time volta a campo sábado, contra o Internacional.


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