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Mão-de-obra ilegal finaliza obras
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
O Copan, Comitê Organizador
do Pan-2003, vai encerrar seu trabalho no vermelho. E o principal
motivo foram os altos custos da
operação. De uma previsão de
US$ 60 milhões, acabaram sendo
gastos US$ 158 milhões, quase um
terço só em infra-estrutura.
No final, as obras se ajeitam no
improviso -e na ilegalidade.
Sem dinheiro, os organizadores
apelaram para trabalhadores haitianos, muitos clandestinos, que
finalizam as construções por US$
5 diários ou, em alguns casos, em
troca apenas de alimento.
A situação gerou protestos. Sindicatos de trabalhadores já ameaçam fazer uma série de manifestações durante os Jogos.
O governo, por sua vez, com a
ajuda de uma parte da Igreja católica, tenta negociar uma trégua
com eles até o final da competição. Em último caso, promete reprimir toda espécie de protesto
político durante o evento.
Já a Odepa considera que o problema dos haitianos -assim como o estouro dos custos dos Jogos- deve-se à desorganização
do comitê dominicano.
Mario Vazquez Raña, dirigente
máximo da Odepa, afirma ter sido pego de calças curtas. ""Aparentemente os recursos do Copan
terminaram mesmo. Os problemas não são apenas com o pagamento da mão-de-obra. Vários
acordos feitos com a nossa organização foram desrespeitados, e a
solução tem sido a própria Odepa
arcar com compromissos que não
estavam previstos."
Um deles, adiantou o mexicano
à Folha, foi com uma taxa que será cobrada de cada atleta ao deixar o país. ""Havíamos combinado que eles estariam liberados de
pagar os US$ 20 que o governo
costuma cobrar [para quem sai
da República Dominicana]. Há
pouco ficamos sabendo que isso
não seria mais cumprido e que cada um terá de desembolsar US$
20 no aeroporto. Não acho justo.
A própria Odepa vai reembolsá-los pelo gasto."
(EO, GR e JCA)
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