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HIPISMO
Com "estrangeiros", país é ouro
Atleta de seletiva se redime e ajuda time, com Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves e Pedro Veniss, a vencer
Após errar no primeiro dia, César Almeida, o único vindo de classificatório em solo nacional, não derruba obstáculo e assegura título
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Liminares, seletiva controversa, discussões, disputas entre "brasileiros" e "estrangeiros", tudo ficou para trás com o
ouro do Brasil na prova de saltos. Marcado pela polêmica antes do Pan, o hipismo nacional
recuperou o topo do pódio que
tinha escapado em Santo Domingo-03, com o bronze na
ocasião. Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves, Pedro Veniss e César Almeida garantiram o título
por equipes com 9,67 pontos
perdidos, à frente do Canadá
(14,72) e dos EUA (27,20).
No segundo e último percurso do dia, Almeida -o único
classificado na seletiva em solo
brasileiro- não derrubou obstáculo e assegurou o ouro. Pessoa ainda foi à pista, saiu com 4
pontos perdidos (uma falta),
mas o título já estava certo.
Almeida, que tinha falhado
na véspera, sendo o pior desempenho na equipe, foi decisivo ontem ao zerar os dois percursos. E aproveitou para lembrar um desafeto da Confederação Brasileira de Hipismo.
"Estava confiante no meu cavalo [Singular Jotter]. Saí chateado ontem [anteontem], à
noite todos da equipe jantamos
juntos e vim para cá confiante,
com pensamento positivo",
disse ele, que cumprimentou,
após a prova, Vitor Alves Teixeira, um dos cavaleiros que
entraram na Justiça contra os
critérios de seleção do time estabelecidos pela CBH. O outro
a recorrer à Justiça foi Luiz
Francisco de Azevedo.
"O Vitor é uma pessoa bastante importante para mim.
Muito amigo. Uma pena [que
não está no time]", afirmou Almeida antes do pódio.
O ouro também foi motivo
para retomar a oposição entre
"brasileiros" e "estrangeiros",
os cavaleiros que moram na
Europa, como Pessoa, Alves e
Veniss. "Em todos os esportes,
os destaques acabam indo para
o exterior. A equipe ganhou toda, só fez pouco mais de 9 pontos, bem abaixo do índice da seletiva [28 pontos], que não daria nem o sexto lugar [no Pan]",
disse Nelson Pessoa, técnico do
time e pai de Rodrigo.
"Espero que os que provocaram a confusão antes do Pan tenham a lição recebida. É aqui, e
não no tribunal", completou.
Alves fez um desabafo. "Me
deixa chateado essa coisa de
"estrangeiro". A emoção de representar o Brasil é esta: ainda
estou com as pernas bambas. O
Cesinha ganhou a seletiva, provou que merecia estar na equipe", disse o cavaleiro.
O Brasil chegou ao último dia
da disputa atrás do Canadá
(5,67 contra 2,62). Mas no primeiro percurso de ontem, passou à frente. Sem faltas com
Pessoa, Veniss e Almeida -os 4
pontos de Alves foram descartados-, o time manteve os 5,67
e os canadenses fizeram 6,72.
No segundo percurso, o Canadá perdeu 8 pontos e o Brasil,
4, assegurando o ouro.
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