São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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HIPISMO

Com "estrangeiros", país é ouro

Atleta de seletiva se redime e ajuda time, com Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves e Pedro Veniss, a vencer

Após errar no primeiro dia, César Almeida, o único vindo de classificatório em solo nacional, não derruba obstáculo e assegura título

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Liminares, seletiva controversa, discussões, disputas entre "brasileiros" e "estrangeiros", tudo ficou para trás com o ouro do Brasil na prova de saltos. Marcado pela polêmica antes do Pan, o hipismo nacional recuperou o topo do pódio que tinha escapado em Santo Domingo-03, com o bronze na ocasião. Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves, Pedro Veniss e César Almeida garantiram o título por equipes com 9,67 pontos perdidos, à frente do Canadá (14,72) e dos EUA (27,20).
No segundo e último percurso do dia, Almeida -o único classificado na seletiva em solo brasileiro- não derrubou obstáculo e assegurou o ouro. Pessoa ainda foi à pista, saiu com 4 pontos perdidos (uma falta), mas o título já estava certo.
Almeida, que tinha falhado na véspera, sendo o pior desempenho na equipe, foi decisivo ontem ao zerar os dois percursos. E aproveitou para lembrar um desafeto da Confederação Brasileira de Hipismo.
"Estava confiante no meu cavalo [Singular Jotter]. Saí chateado ontem [anteontem], à noite todos da equipe jantamos juntos e vim para cá confiante, com pensamento positivo", disse ele, que cumprimentou, após a prova, Vitor Alves Teixeira, um dos cavaleiros que entraram na Justiça contra os critérios de seleção do time estabelecidos pela CBH. O outro a recorrer à Justiça foi Luiz Francisco de Azevedo.
"O Vitor é uma pessoa bastante importante para mim. Muito amigo. Uma pena [que não está no time]", afirmou Almeida antes do pódio.
O ouro também foi motivo para retomar a oposição entre "brasileiros" e "estrangeiros", os cavaleiros que moram na Europa, como Pessoa, Alves e Veniss. "Em todos os esportes, os destaques acabam indo para o exterior. A equipe ganhou toda, só fez pouco mais de 9 pontos, bem abaixo do índice da seletiva [28 pontos], que não daria nem o sexto lugar [no Pan]", disse Nelson Pessoa, técnico do time e pai de Rodrigo.
"Espero que os que provocaram a confusão antes do Pan tenham a lição recebida. É aqui, e não no tribunal", completou.
Alves fez um desabafo. "Me deixa chateado essa coisa de "estrangeiro". A emoção de representar o Brasil é esta: ainda estou com as pernas bambas. O Cesinha ganhou a seletiva, provou que merecia estar na equipe", disse o cavaleiro.
O Brasil chegou ao último dia da disputa atrás do Canadá (5,67 contra 2,62). Mas no primeiro percurso de ontem, passou à frente. Sem faltas com Pessoa, Veniss e Almeida -os 4 pontos de Alves foram descartados-, o time manteve os 5,67 e os canadenses fizeram 6,72.
No segundo percurso, o Canadá perdeu 8 pontos e o Brasil, 4, assegurando o ouro.


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