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VÔLEI
Brasil desengasga Venezuela e pega os EUA na decisão
Time sofre no
primeiro set, mas
se vinga de 2003
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
A mais vitoriosa seleção de
vôlei, quatro anos depois de seu
maior fracasso, busca hoje, no
Maracanãzinho, o único título
que falta a sua galeria.
O caminho para chegar à decisão não poderia ser mais emblemático. Para disputar o ouro, a equipe despachou a Venezuela, seu algoz de 2003, por 3
sets a 0 (30/28, 25/18 e 25/16).
"Acho que a gente desengasgou, mas o nosso sonho só vai
se concretizar se chegarmos ao
ouro amanhã [hoje]", afirmou o
meio-de-rede Gustavo. "No
primeiro set, passou um filminho do jogo de 2003 na nossa
cabeça. Mas o time sabia que ia
se recuperar", completou.
A decisão será com os EUA,
às 22h. Curiosamente, o último
time a barrar a seleção em finais na era Bernardinho. Em
2005, os americanos venceram
a Copa América no Brasil.
O planejamento para esta
temporada foi totalmente feito
em cima dos erros da campanha do Pan de Santo Domingo.
Para que alguns jogadores tivessem mais tempo de descanso antes de começar a maratona da Liga Mundial, Bernardinho arriscou com os novatos.
Na primeira fase do campeonato, eles tiveram chance. A
equipe voltou com força total
apenas às vésperas das finais.
Mesmo assim, o desgaste das
inúmeras viagens e do tempo
longe da família foram inevitáveis. O grupo chegou ao Rio reclamando de cansaço.
Não bastasse o desgaste natural, a seleção escancarou sua
maior crise às vésperas da estréia. Bernardinho decidiu cortar o levantador Ricardinho.
O técnico afirmou que precisava dar um basta ao comportamento de seu capitão e que
queria evitar um rompimento
definitivo. Ricardinho declarou
que se sentia traído. Os jogadores receberam a notícia com indignação e surpresa.
"A equipe está se adaptando
ao Marcelinho [novo levantador]. É questão de pegar ritmo.
O fator decisivo não é só um jogador. Já perdemos jogos com
Nalbert, Giovane e Ricardinho
em quadra", disse o técnico.
Ontem, com seus titulares
em quadra, a seleção começou
mal o jogo. A Venezuela sacou
forte e abusou das jogadas pelas
pontas com Ernardo Gomez e
Ivan Marquez. E o time brasileiro demorou a se acertar.
Os venezuelanos chegaram a
abrir 23 a 19 no primeiro set.
Mas os brasileiros tiveram paciência para encostar e fechar
em 30 a 28. "Estavam caindo
bolas muito fáceis, e o time se
irritou. Quando isso acontece,
perdemos a concentração", disse Rodrigão. "A gente estava
mal. Mas tem uma hora que um
olha no olho do outro e diz: "é
hora de jogar'", afirmou Giba.
Paciência semelhante não foi
vista na quadra adversária na
segunda etapa. Nervoso, Ricardo Navajas não poupou de críticas o levantador Rodman Valera. Depois, criticou muito seu
líbero, Jorge Silva.
As instruções não surtiram
efeito, e os brasileiros venceram com facilidade e mantiveram o ritmo no terceiro set.
Contra os EUA, a seleção
também espera um jogo tenso.
Mas a experiência em decisões,
acreditam os jogadores, pode
pesar a favor dos brasileiros.
"Para nós será mais uma decisão, mais um título. Só terá
sabor especial por ser no Brasil.
Eles é que não estão acostumados a finais", disse Rodrigão.
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