São Paulo, sábado, 28 de julho de 2007

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tormento

Crise aérea muda rotina e gera medo em clubes

Escassez, atrasos e cancelamentos de vôos fazem times mudar planejamentos

Reclamações vão desde treinos perdidos a gastos mais elevados com viagens, além do receio com a falta de segurança em aviões

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

A crise aérea mudou a rotina dos clubes brasileiros nas últimas semanas. A escassez de vôos, os constantes atrasos e cancelamentos têm feito as equipes gastar mais dinheiro, perder treinos e até mudar seus meios de transporte. Sem contar o medo de voar.
Nas últimas rodadas do Brasileiro, a maioria dos times da Série A tiveram algum problema nos aeroportos do país.
O Corinthians, por exemplo, teve complicações para ir a Florianópolis, onde jogou contra o Figueirense, quarta-feira.
A viagem, que deveria ocorrer na terça-feira a partir de Congonhas, teve de ser mudada por conta da proibição de decolagens e pousos no aeroporto por causa do mau tempo.
O time acabou partindo de Cumbica para a capital catarinense. "O primeiro impacto é a falta de confiança na segurança", diz o gerente de futebol corintiano, Ilton José da Costa.
Segundo ele, a equipe, que terá de ir a Curitiba na próxima quarta-feira, usará o avião na ida, mas voltará de ônibus.
O Vasco também tem feito isso, principalmente quando vem jogar em São Paulo. "Vou continuar fazendo. Além de tudo é mais seguro. Se tem uma estrada como a Dutra não tem necessidade de ir de avião", afirma o presidente do clube, Eurico Miranda.
Ele vai pedir à TAM, que mantém um convênio com o Clube dos 13 e fornece as passagens aéreas às equipes das Séries A e B, para pagar as despesas extras e tentará aproveitar os créditos depois.
A delegação do Palmeiras, quando retornava de Curitiba na última segunda, levou um susto. O clube voltaria por Congonhas, mas alterou a volta para Cumbica. Devido ao tráfego intenso, a aeronave teve de arremeter, causando um susto nos passageiros. Quando o pouso do avião ocorreu, todos, aliviados, aplaudiram.
"Os jogadores estão temerosos, sobretudo quando tem que voltar a São Paulo. Por isso, temos que nos adequar para sempre pousar em Cumbica", conta o diretor de futebol palmeirense, Savério Orlandi.
O São Paulo, que jogará em Natal amanhã, tem usado vôos pontuais (vai e retorna no mesmo dia) fretados para fugir do caos. Hoje, porém, viajará de TAM. Por conta da disponibilidade dos vôos, os atletas não poderão almoçar. "Você sempre tem de idealizar as viagens para não perder treinos e refeições. Isso está comprometido agora", explica Marco Aurélio Cunha, superintendente do clube do Morumbi.
"Poderia estar pior. Só o fato de todas as rodadas terem sido realizadas, sem nenhuma alteração, já é um alento", declara Mustafá Contursi, vice-presidente do Clube dos 13.
Ele mesmo diz ter tido problemas com a malha aérea. Conta não ter ido à missa de sétimo dia de Paulo Rogério Amoretty, uma das cerca de 200 vítimas do vôo 3054 da TAM, por não ter conseguido vôo para retornar de Porto Alegre a São Paulo.


Colaborou RENAN CACIOLI, da Reportagem Local


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