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tormento
Crise aérea muda rotina e gera medo em clubes
Escassez, atrasos e cancelamentos de vôos fazem times mudar planejamentos
Reclamações vão desde
treinos perdidos a gastos
mais elevados com viagens,
além do receio com a falta
de segurança em aviões
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
A crise aérea mudou a rotina
dos clubes brasileiros nas últimas semanas. A escassez de
vôos, os constantes atrasos e
cancelamentos têm feito as
equipes gastar mais dinheiro,
perder treinos e até mudar seus
meios de transporte. Sem contar o medo de voar.
Nas últimas rodadas do Brasileiro, a maioria dos times da
Série A tiveram algum problema nos aeroportos do país.
O Corinthians, por exemplo,
teve complicações para ir a Florianópolis, onde jogou contra o
Figueirense, quarta-feira.
A viagem, que deveria ocorrer na terça-feira a partir de
Congonhas, teve de ser mudada
por conta da proibição de decolagens e pousos no aeroporto
por causa do mau tempo.
O time acabou partindo de
Cumbica para a capital catarinense. "O primeiro impacto é a
falta de confiança na segurança", diz o gerente de futebol corintiano, Ilton José da Costa.
Segundo ele, a equipe, que terá de ir a Curitiba na próxima
quarta-feira, usará o avião na
ida, mas voltará de ônibus.
O Vasco também tem feito isso, principalmente quando
vem jogar em São Paulo.
"Vou continuar fazendo.
Além de tudo é mais seguro. Se
tem uma estrada como a Dutra
não tem necessidade de ir de
avião", afirma o presidente do
clube, Eurico Miranda.
Ele vai pedir à TAM, que
mantém um convênio com o
Clube dos 13 e fornece as passagens aéreas às equipes das Séries A e B, para pagar as despesas extras e tentará aproveitar
os créditos depois.
A delegação do Palmeiras,
quando retornava de Curitiba
na última segunda, levou um
susto. O clube voltaria por Congonhas, mas alterou a volta para Cumbica. Devido ao tráfego
intenso, a aeronave teve de arremeter, causando um susto
nos passageiros. Quando o pouso do avião ocorreu, todos, aliviados, aplaudiram.
"Os jogadores estão temerosos, sobretudo quando tem que
voltar a São Paulo. Por isso, temos que nos adequar para sempre pousar em Cumbica", conta
o diretor de futebol palmeirense, Savério Orlandi.
O São Paulo, que jogará em
Natal amanhã, tem usado vôos
pontuais (vai e retorna no mesmo dia) fretados para fugir do
caos. Hoje, porém, viajará de
TAM. Por conta da disponibilidade dos vôos, os atletas não
poderão almoçar. "Você sempre tem de idealizar as viagens
para não perder treinos e refeições. Isso está comprometido
agora", explica Marco Aurélio
Cunha, superintendente do
clube do Morumbi.
"Poderia estar pior. Só o fato
de todas as rodadas terem sido
realizadas, sem nenhuma alteração, já é um alento", declara
Mustafá Contursi, vice-presidente do Clube dos 13.
Ele mesmo diz ter tido problemas com a malha aérea.
Conta não ter ido à missa de sétimo dia de Paulo Rogério
Amoretty, uma das cerca de
200 vítimas do vôo 3054 da
TAM, por não ter conseguido
vôo para retornar de Porto Alegre a São Paulo.
Colaborou
RENAN CACIOLI, da Reportagem Local
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