São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2008

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JOSÉ GERALDO COUTO

Embolada democrática


Quatro pontos separam o líder do sexto colocado; times de cinco Estados lutam palmo a palmo pela ponta

O FLAMENGO perdeu a chance de retomar a liderança do Brasileirão. Na verdade, escapou por pouco de perder o clássico para o Botafogo, que lhe deu um sufoco em boa parte da etapa final. O empate de 0 a 0, no fim das contas, ficou barato para o rubro-negro. O Grêmio, por sua vez, perdeu a chance de deslanchar na dianteira. Merecia ter vencido o Palmeiras ontem no encharcado Olímpico. Meteu duas bolas na trave e criou muito mais chances de gol. É verdade também que a chuva inclemente e o campo pesado prejudicaram mais o Palmeiras, cujo jogo, como costuma acontecer com os times comandados por Vanderlei Luxemburgo, depende do toque de bola no chão. Mas está tudo nivelado e indefinido. Daqui até o final do campeonato, tudo indica que Flamengo, Grêmio, Cruzeiro, Vitória, São Paulo e Palmeiras se revezarão nas primeiras posições. O interessante é que são clubes de cinco Estados diferentes. O São Paulo, depois do susto, mostrou consistência e poder de reação ontem ao virar o jogo contra a Lusa e voltar a fungar no cangote do G4.

Andar de baixo
Na dança das cadeiras da zona de rebaixamento, o Atlético-MG saiu do sufoco e quem entrou no seu lugar foi a Portuguesa. Mas o Vasco também está na beiradinha do abismo. Pelo andar da carruagem, é provável que dois ou até três "grandes" caiam neste ano para a Segundona. Os candidatos mais ilustres ao tombo são: Santos, Fluminense, Atlético-MG e Vasco. Tudo indica que a Série B do ano que vem vai ganhar grandes reforços.

Primeiro entre os últimos
Será que o Santos já bateu o pé no fundo do poço e começa a subir rumo à superfície? É provável que sim. A goleada de ontem sobre o Vasco é daquelas que dão moral ao elenco e esperança ao torcedor. E Kléber Pereira, com os três gols de pênalti de ontem, alcança a singular situação de artilheiro do campeonato atuando por um time que está na rabeira.

Casão em casa
Bem-vindo de volta ao mundo dos vivos, Casagrande, depois de uma temporada no purgatório. Bem-vindo também, se possível, de volta à televisão. Mais do que um comentarista de jogos, Casão poderia se dar bem como apresentador de programa esportivo-musical, com convidados, shows, entrevistas, material de arquivo. Uma espécie de "Bem, Amigos" sem Galvão Bueno e menos chapa-branca.

Rei da areia
O Brasil ganhou ontem o tricampeonato mundial de futebol de areia, vencendo a Itália por 5 a 3 na final. Foi a última jornada de um craque, Júnior Negão, 44. Ele jogou nada menos que 313 partidas pela seleção e teve papel decisivo na conquista dos três títulos mundiais. O futebol de areia talvez não seja muito bonito de se ver pela TV, mas exige um grau de força e habilidade ainda maior do que o futebol de campo. Além disso, praticado com os pés descalços, é o mais lúdico, telúrico e democrático dos esportes. Se fosse esporte olímpico, o Brasil já teria um ouro garantido.

jgcouto@uol.com.br


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