Técnico assiste a jogo-treino dos reservas e faz atacante Marquinhos dar "serão"

Após a atividade no CT do clube, ex-treinador do São Paulo mostra desconhecer o novo local de trabalho e erra portão que leva ao vestiário

Fernando Santos/Folha Imagem

Jorginho, que não é mais técnico interino do Palmeiras, orienta
Muricy, de quem agora é auxiliar e que ontem dirigiu seu 1º treino

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Silencioso, usando bermuda e ainda um pouco perdido. Assim o técnico Muricy Ramalho começou a trabalhar no Palmeiras, ontem à tarde, no CT.
Cerca de 20 minutos após o horário programado para o início do treinamento, o ex-comandante do São Paulo apareceu no campo rodeado por seus auxiliares, Tata, Jorginho e Valdir Joaquim de Moraes.
De bermuda e agasalho do clube, Muricy caminhou até o campo onde os reservas se preparavam para um jogo-treino contra a equipe de juniores.
Conversou com a comissão técnica e sentou-se em um banco na beira do gramado para acompanhar a partida. Durante o jogo, o treinador ficou quieto na maior parte do tempo.
Na segunda parte do treino, o técnico saiu do banco, espalhou diversos cones de plástico pelo campo e deu início a um trabalho de finalizações.
A partir daí, Muricy soltou-se mais. Cobrou bastante dos atacantes e corrigiu o posicionamento de quem cruzava as bolas para a grande área.
"Não pode passar, Marquinhos", gritou, exigindo maior atenção do atacante, que furou na hora do arremate.
"Tem que fazer o gol", afirmou para outro atacante, Willians, que demorou para dominar a bola e, depois, chutou em cima do goleiro Bruno.
Depois, Muricy ficou do lado direito do campo, enquanto Tata e Jorginho se posicionaram na esquerda. O objetivo do exercício era fazer o mesmo atacante concluir de cinco a seis vezes seguidas. Após finalizar pela direita, tinha de girar o corpo para bater na bola que já vinha do lado oposto.
No final, quem acabou "presenteado" pelo treinador foi Marquinhos, o único que permaneceu em campo depois do término do treinamento.
"É legal essa cobrança", afirmou o atleta, de quem Muricy pediu, principalmente, maior rapidez nas conclusões.
Quando já caminhava para fora do campo, o técnico mostrou que ainda não conhece todos os atalhos do CT alviverde, vizinho de muro do palco de treinamentos do São Paulo.
Ao lado de Tata, ele saía pelo portão que dá acesso à sala de imprensa quando foi orientado por Carlão, um dos seguranças do clube, que o caminho para o vestiário era outro. "Ah, é por ali?", perguntou Muricy, voltando para o lugar correto.
O tricampeão brasileiro (2006-2008) fará sua estreia pelo Palmeiras amanhã, às 21h50, contra o Fluminense, no Parque Antarctica. Ele assume a equipe na vice-liderança do Brasileiro, com 28 pontos -perde para o Atlético-MG no saldo de gols (13 a 12).
O que deverá ajudar bastante o novo técnico palmeirense é o ambiente no elenco, que, se já era bom antes do clássico contra o Corinthians, ficou ainda melhor depois dos 3 a 0 aplicados no arquirrival, anteontem.
O atacante Obina, autor dos três tentos, era um dos mais assediados pela imprensa.
Disse que a ficha ainda não havia caído, se deu uma nota 7 pela atuação e reclamou de ter encontrado o seu carro com o pneu furado no estacionamento do CT quando chegou de viagem. "Espero que não tenha sido algum corintiano", brincou.


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