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Cielo testa preparação solitária
Após ouro em Pequim-08, brasileiro deixa equipe universitária de lado e embarca em projeto solo
Velocista inicia participação individual em Roma nos 100 m livre, prova em que ficou a 0s04 do recorde mundial no revezamento
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A ROMA
Após a medalha de ouro nos
Jogos de Pequim-2008, César
Cielo decidiu se tornar profissional. Opção natural para
quem acabara de ganhar os holofotes e poderia investir em
uma preparação própria, além
de ganhar dinheiro nadando.
De membro de uma equipe
de universitários, Cielo passou
a embarcar em um projeto solo.
E inicia na madrugada de amanhã, nos 100 m livre do Mundial de Roma, o primeiro grande teste desta empreitada.
"A maior mudança na minha
preparação desde a medalha foi
essa transição do coletivo para
o individual. Agora fiquei focado só no individual, na natação.
Não teve nada fora [dos treinos] que eu precisasse fazer durante a temporada", afirmou o
nadador brasileiro.
Antes, Cielo, 22, treinava
junto aos universitários e tinha
de participar dos compromissos e torneios da universidade,
além de estudar. Agora, integra
um grupo restrito de velocistas
que treinam sob supervisão do
técnico Brett Hawke, o mesmo
que o acompanhou até Pequim
e integra a delegação brasileira
que está na Itália.
O dia a dia com o treinador
também mudou desde o ouro.
Cielo fez uma temporada muito mais solitária para se preparar para o Mundial.
O comandante da equipe da
Universidade de Auburn, Richard Quick, foi diagnosticado
com câncer no cérebro em dezembro do ano passado, e Hawke assumiu seu posto -Quick
morreu em junho. Com novas
funções, o técnico passou menos tempo à borda da piscina.
"Afetou [o treino] porque
agora ele é o chefe de tudo. Apesar de ele escrever todos os treinos, vários foram feitos com
auxiliares", afirmou Cielo.
"Mas temos ótimos auxiliares que ajudaram muito. E eu e
Brett conversamos bastante e
estamos juntos nas competições", completou o atleta.
O projeto de Cielo foi solitário, mas ele fez questão de manter algumas das tradições da
antiga rotina de grupo.
Nos meses finais de preparação para o Mundial, se impôs
uma "dry season" [temporada
seca], em que não se permitia ir
dormir tarde, tomar bebida alcoólica, sair à noite. Quando era
universitário, tinha de cumprir
essas regras por contrato.
"Agora o que faço tem consequências só para mim", disse.
Cielo também reviveu com
mais força o espírito de equipe
em sua estreia em Roma.
O nadador abriu o revezamento 4 x 100 m livre do Brasil.
A equipe conseguiu chegar à final e terminou em quarto lugar,
com uma melhora de quase
quatro segundos em relação à
antiga melhor marca do time.
O tempo do brasileiro deu
uma amostra do que ele pode
fazer nos 100 m livre a partir de
amanhã -a final será na quinta.
Cielo nadou a distância em
47s09, novo recorde sul-americano. A marca é apenas 0s04
superior ao recorde mundial do
australiano Eamon Sullivan,
que não está em Roma.
O francês Alain Bernard já
marcou 46s94, mas o feito foi
anulado por ter sido atingido
com traje reprovado pela Federação Internacional de Natação. "Eu não nado pela minha
marca. Trocaria até o recorde
mundial para dividir uma medalha com esses caras", afirmou Cielo após a prova.
NA TV - Finais do Mundial de Roma
Sportv, ao vivo, às 13h
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