São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

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VÔLEI

Novo estilo de jogo


Bloqueio e saque eficientes mostram a cara da renovada seleção de Bernardinho, campeã da Liga Mundial


CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A RENOVADA seleção masculina mostrou um vôlei surpreendente na fase final da Liga Mundial. O time igualou a marca da Itália e chegou ao oitavo título com um jogo diferente da sua tradição, baseada na qualidade do ataque. A novidade foi a eficiência em dois fundamentos: saque e bloqueio.
O maior exemplo foi no jogo contra Cuba, do menino prodígio Leon, 15. A seleção fez 12 pontos de saque e 17 de bloqueio. Contra os russos, beirou a perfeição: segurou os adversários no saque e no bloqueio.
Na decisão contra a Sérvia, a história foi diferente. A seleção fez oito aces, mas quase se complicou com os erros de saque: 24. O time também sofreu para segurar o oposto Miljkovic, mas, a partir do segundo set, começou a se acertar e mostrou nervos de aço para chegar ao título.
O que contribuiu muito para a mudança do estilo de jogo foi a entrada dos novos jogadores, que deram também um novo perfil físico ao grupo. O time titular, com média de quase 2 metros de altura (1,99 m e meio), está três centímetros mais alto do que a equipe medalha de prata nos Jogos de Pequim-2008.
O oposto Leandro Vissotto, com 2,12 m, e o central Lucas, 2,09 m, foram os que mais contribuíram para esse salto na média de altura. O curioso é que foi a entrada de um "baixinho" no time titular que também ajudou a melhorar o bloqueio: Murilo, 1,90 m, é perfeito no fundamento.
O risco na entrada dos gigantes era que a seleção perdesse sua maior qualidade: a velocidade no ataque. Vissotto não tem a velocidade de André Nascimento, mas também ataca bolas rápidas. Na final contra a Sérvia, foi decisivo. Marcou 29 pontos, um a mais que Miljkovic.
Lucas, o outro gigante, e Bruno têm um entrosamento perfeito, com bolas velozes mortais. Bruno, o levantador que mais se aproxima das características de velocidade e ousadia de Ricardinho, jogou muito bem na fase final da Liga Mundial.
A outra novidade foi que o jogador eleito o melhor da Liga foi um que não ataca. A escolha de Escadinha reforça a tendência de uma seleção com cada vez mais volume de jogo.

MAIS LIGA
Os EUA foram a decepção: não conseguiram chegar às semifinais. A Rússia mostrou irregularidade -há quem diga que o time está rachado-, mas conquistou o bronze. A menção honrosa fica para Cuba, que mostrou a maior revelação da Liga: Leon, dono do melhor saque.

GRAND PRIX
A seleção feminina estreia na sexta-feira, contra Porto Rico, no Grand Prix, no Rio. No sábado, será a vez da Alemanha. O jogo mais difícil será no domingo, contra os EUA, uma reedição da última final olímpica. O time titular será Dani Lins, Sheilla, Mari, Sassá, Fabiana, Thaísa e a líbero Fabi.

cidasan@uol.com.br


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