São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 2011

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Fifa limita poder brasileiro na Copa

2014
Entidade abre escritório no país, mas só permite operações com aval da matriz suíça


RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
SÉRGIO RANGEL
DO RIO

Para ajudar na gestão da Copa-2014, a Fifa criou uma filial nacional gerida por brasileiros, mas deu a eles poder limitado de atuação.
Pessoas nascidas no país continuam com pouca participação em decisões da entidade e do Mundial, exceção feita a Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local).
A Folha obteve documentos da fundação da Fifa World Cup Brazil Assessoria Ltda., em abril deste ano.
Seu capital, totalizado em R$ 500 mil, pertence integralmente à entidade suíça. Seu objetivo é assessorar na organização da Copa.
Foi nomeado diretor o brasileiro Fulvio Danilas. Cerca de 15 pessoas trabalham com ele em escritório junto com o COL na Barra da Tijuca.
A autonomia deles é restrita pela cláusula 10 das regras da empresa, que lista atos que só podem ser feitos com autorização da matriz.
Sem aval, a filial brasileira não pode fazer saques ou ter despesas acima de R$ 18 mil nem contratar empregados ou firmar contratos de mais de seis meses. É vedado aos brasileiros fazer investimentos ou entrar com ações judiciais sem chancela.

COMANDO
A Fifa decide na Suíça diretamente sobre aprovação de contas, aumentos de capital, remunerações, nomeações e demissões de diretores. Sem poder decisório, a Fifa Brasil serve como um escritório de representação. Receberá atos judiciais e atuará com órgãos do governo.
A Fifa informou que adota o mesmo modelo para sua filial no país-sede desde a Copa-02, mas não explicou por que a atuação é tão restrita.
Quem mandará no Mundial é o secretário-geral Jérôme Valcke, que autorizou a criação da filial brasileira.
Seu poder ficou claro ontem, quando Joseph Blatter lhe deu a palavra para falar da preparação para 2014.
"A maioria dos estádios estará pronta em 2014", afirmou, em escorregada inicial. Depois, corrigiu-se: "Todos os estádios estarão prontos".
"Há muita coisa a fazer. Mas temos um relacionamento forte com o COL e com o governo. Na preparação da África do Sul, houve a mesma preocupação", disse.
Foi a chancela positiva da Fifa ao Brasil antes do Sorteio Preliminar da Copa, visto como ponto inicial da competição. No modelo do Mundial, só uma voz estrangeira pode dar esse aval aos brasileiros.


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