São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2004

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BASQUETE

Time de Barbosa cai diante de rival que deixou vencer na 1ª fase e hoje pega Rússia

Brasileiras perdem de verdade para Austrália e tentam o bronze de novo

Lucy Nicholson/Reuters
Alessandra sofre marcação de Jackson na 6ª derrota em 7 confrontos contra a Austrália desde 94


ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Previsível, o Brasil não conseguiu passar pela Austrália ontem, na semifinal do torneio feminino de basquete. As comandadas pelo técnico Antonio Carlos Barbosa perderam por 88 a 75 e hoje tentam o bronze contra a Rússia.
Invictas na competição, as australianas buscam seu primeiro ouro olímpico. O adversário será os EUA, que ontem bateram as russas por quatro pontos de diferença (66 a 62), em sua partida mais difícil na competição.
No primeiro jogo contra a Austrália em Atenas, válido pela fase de classificação, as brasileiras haviam perdido por 84 a 66.
Mas, naquela partida, a seleção abriu mão da vitória para evitar um confronto contra os EUA antes de uma possível final. A Rússia, segunda colocada, é que fez o ingrato papel de "sparring" norte-americano na semifinal.
Uma derrota amarga para o Brasil ainda é lembrada pelo time europeu. Nos Jogos de Sydney-00, a seleção de Barbosa venceu por 68 a 67, nas quartas-de-final, tirando o rival da luta pelo pódio.
"Não acredito que elas ainda se lembrem disso. Acho que as russas lutarão pelo bronze, assim como nós queremos nos despedir com uma vitória", diz Helen.
A derrota para a Austrália foi mais um capítulo na série de reveses que a seleção feminina coleciona em disputas com o rival.
Nos últimos dez anos, a Austrália foi o país que mais apareceu na frente do Brasil em Mundiais ou Olimpíadas. Desde que ascendeu à elite do basquete, com o título mundial de 1994, a seleção feminina já enfrentou sete vezes o rival nessas competições, com seis vitórias das australianas.
"Tivemos baixo aproveitamento nos arremessos de quadra [40%]. E não foi por falta de treinamento. Tem certas coisas inexplicáveis. Algumas jogadoras, como a Helen, pontuaram bem abaixo do que costumam marcar", analisou Barbosa.
O Brasil só equilibrou o jogo no primeiro quarto, quando fez marcação mais aguerrida e roubou mais bolas -nove no jogo.
Com mau aproveitamento nos tiros de longe -quatro acertos em 14 tentativas-, o time ficou muito dependente de Alessandra.
Conscientes disso, as australianas dobraram a marcação na pivô, que pouco pôde produzir. Mesmo assim, marcou 20 pontos. Iziane foi a cestinha do Brasil, com 25. "Sou muito conhecida e está cada dia mais difícil jogar no garrafão", lamentou Alessandra.
Mais regular no ataque, a Austrália abriu uma diferença de sete pontos no final do terceiro período (56 a 63) e não foi mais ameaçada. Uma bonita cesta de três pontos da armadora Poto, com o cronômetro zerado, fechou a vitória do time da Oceania.
Ao final do jogo, Sandy Brondello, 38, anunciou que hoje irá se despedir de sua seleção. Pela Austrália, a armadora já ganhou uma prata e um bronze olímpico.

NA TV - Band, Globo, Bandsports, ESPN Brasil e Sportv, ao vivo, às 8h


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