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ATLETISMO
Brasil dá azar no sorteio e pega raia ruim antes de correr por 3ª medalha seguida
Após semifinal ingrata, país tenta novo pódio no 4 x 100
DO ENVIADO A ATENAS
Sem nenhum atleta entre os 20
primeiros do ranking mundial, o
Brasil entra hoje para tentar sua
terceira medalha seguida no revezamento 4 x 100 m como um dos
favoritos. Ontem, na semifinal, o
time deu azar no sorteio. Pegou
uma série mais forte e correu na
raia oito, a pior da prova.
Mesmo assim, se classificou em
terceiro lugar na segunda bateria,
com 38s64. "Nossa raia era muito
ruim porque não tínhamos a visão de como estavam correndo as
outras equipes. Mas amanhã largaremos de um lugar melhor",
analisou André Domingos, 31, o
terceiro a pegar o bastão.
Os EUA foram os vencedores da
série, com o melhor tempo das
eliminatórias: 38s02. Considerados imbatíveis nesta prova
-venceram 15 das 20 finais olímpicas-, os norte-americanos entram com amplo favoritismo.
Brigando pelas outras posições
do pódio estão Brasil, Reino Unido, Nigéria, Polônia, Austrália,
Trinidad e Tobago e Japão.
"Se eu tivesse quatro atletas com
tempos abaixo de 10s20, não perderia nunca para os EUA", desafia
o técnico Jayme Netto.
Para compensar essas deficiências na prova individual, o treinador fez os brasileiros se especializarem na competição coletiva.
"Nossa troca de bastão hoje é
copiada no mundo inteiro. A
equipe das Antilhas Holandesas
foi até Presidente Prudente para
treinar conosco", conta o técnico.
Arriscada, a troca de bastão, em
que o atleta da frente não olha para o companheiro de trás, já trouxe alguns reveses. No Mundial de
Edmonton-01, uma mudança errada eliminou o Brasil na final.
A maior eficiência, porém, já
trouxe um bronze nos Jogos de
Atlanta-96 e uma prata em
Sydney-00. No ano passado, o
país também foi vice-campeão
mundial da prova e medalha de
ouro no Pan de Santo Domingo.
Em ambas as competições, foi
beneficiado pela eliminação de rivais por causa de doping.
"As equipes só usavam especialistas em 100 m no revezamento.
Eu comecei a utilizar atletas dos
200 m com bons resultados. Hoje
somos copiados", diz Jayme.
"O André é o melhor corredor
de curva do mundo", completa.
Para largar, o treinador utiliza
Cláudio Roberto de Souza, um velocista que tem boa saída. Não é o
caso de Domingos e Edson Luciano Ribeiro, que se destacam nas
voltas lançadas, quando o atleta
pega o bastão de um companheiro e não necessita de uma explosão tão rápida quanto na largada.
Vicente Lenilson, que tem o melhor sprint, fecha. Em Atenas,
chegou às semifinais dos 100 m.
Ontem, a maior dificuldade para a classificação brasileira foi o
fato de a equipe ter sido encaixada
em uma série muito forte. Outros
países bem cotados, Jamaica e Gana, foram eliminados. "Você fica
mais preocupado por estar na eliminatória mais difícil e, por isso, o
tempo não sai tão bom", aponta
Ribeiro.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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