São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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Sem local, Corinthians fica de novo sem estádio

Consórcio fracassa ao tentar comprar terreno e desiste de fazer arena do clube

Diretoria não aceita a idéia das construtoras de assinar um contrato sem um lugar garantido e quarta proposta de estádio corintiano falha


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O sonho do Corinthians de ter sua casa própria foi novamente enterrado. Ao menos por enquanto. Ontem, a diretoria do clube do Parque São Jorge recebeu carta do consórcio Egesa/Seebla anunciando a desistência do negócio.
O motivo para encerrar o projeto de construção da arena corintiana foi a impossibilidade de compra do terreno.
Na carta enviada à cúpula do clube, o consórcio alegou que os donos dos terrenos na marginal Tietê, onde seria feita a obra, estimada em R$ 440 milhões, desistiram da venda após o último prazo para a aquisição ter expirado anteontem.
O vice-presidente corintiano Heleno Maluf, que foi nomeado para coordenar as negociações com a Egesa/Seebla, disse à Folha duas semanas atrás que os terrenos foram adquiridos.
Na verdade, isso jamais chegou perto de ocorrer. O consórcio tinha dúvidas se conseguiria recuperar o investimento. O valor pedido para a venda da área de 93 mil metros quadrados, dividida por dois terrenos, beirava os R$ 80 milhões.
No início das negociações, os donos chegaram a pedir mais de R$ 100 milhões, quantia acima do valor de mercado, segundo especialistas da área imobiliária ouvidos pela reportagem.
Sem a área para a construção, o consórcio chegou a tentar uma última cartada com o Corinthians. Enviou, na semana passada, um documento em que condicionava a compra do terreno à assinatura de contrato com o clube alvinegro.
Andres não aceitou a proposta. Exigiu, além da compra do terreno, as garantias financeiras para a execução da obra, que previa, a partir de seu início, a conclusão em no máximo dois anos. O sonho do dirigente, que planeja se reeleger presidente, é conseguir construir um estádio para o centenário do Corinthians, em 2010.
Esse é o quarto projeto de estádio para o Corinthians que naufraga. Na década de 90, o ex-presidente Alberto Dualib chegou a lançar um deles, em parceria com a federação paulista. Jamais saiu do papel.
Depois, com o apoio da então parceira HMTF, no início dos anos 2000, os corintianos chegaram a iniciar venda de camarotes de uma arena que também nem existiu.
Já em 2005, com a MSI, o clube não pôde aceitar da construtora WTorre, que neste ano assinou com o Palmeiras. O contrato com a empresa então presidida por Kia Joorabchian dava a ela a prioridade para a construção da arena.
Sem a Egesa/Seebla, Andres agora deve estudar novas propostas. A última delas, ou o que ele chama de "Plano B", é arrendar o Pacaembu. Andres, porém, não gosta dessa idéia.


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