São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Tiki-taka" inspira liga espanhola

Campeonato começa influenciado por estilo do Barcelona e da seleção

RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

Domínio da bola, troca de passes, paciência para furar defesas e marcação no campo de ataque. Foi com o estilo "tiki-taka" que a Espanha venceu sua primeira Copa.
O nome refere-se ao som produzido pelo relógio.
A temporada 2010/11 do Campeonato Espanhol começa hoje com 19 clubes tentando copiar a receita.
Dezenove porque a 20ª equipe já joga assim. O Barcelona venceu as duas últimas edições do torneio atuando praticamente da mesma forma que a seleção.
Não à toa, formou a base da Espanha no Mundial da África, com sete jogadores. Em comum entre eles, qualidade técnica e capacidade para distribuir bons passes. Atributos essenciais para que o "tiki-taka" funcione.
"Eu acho que todo mundo quer jogar assim, mas nem todos vão conseguir. Os meias do Barcelona não perdem a bola, ela não queima nos pés deles. Só times grandes podem adotar esse estilo", afirmou o lateral Filipe Luis, que trocou o La Coruña pelo Atlético de Madri.
O clube da capital conta com o uruguaio Forlán, eleito o melhor jogador da Copa- -2010, e está embalado com as conquistas da Liga Europa e da Supercopa continental.
"A gente tem treinado para jogar dessa forma. Vamos colocar a bola no chão, evitar dar chutões. Mas ninguém vai conseguir ser igual ao Barcelona", disse Filipe.
Por questão de posicionamento, um time que usa o "tiki-taka" precisa trocar passes milimetricamente. Um toque errado tende a ser fatal, já que vai expor uma defesa aberta ao contra-ataque.
"Você precisa de muito entrosamento para fazer esse esquema funcionar, mas sou a favor de jogar sempre assim. Se for para perder, que se perca jogando", afirmou o meia Juca, ex-Botafogo, que hoje defende o La Coruña.
Contratação mais badalada do Real Madrid, o treinador José Mourinho não pensou assim na Inter de Milão e eliminou o Barcelona da última Copa dos Campeões fazendo o oposto: ficando na defesa e contragolpeando.
Mas adotar a retranca não costuma fazer sucesso no Real, que se vangloria de contratar os melhores jogadores do mundo. O último treinador que abdicou da "fantasia", Fabio Capello, até foi campeão, mas acabou demitido depois do título.


Texto Anterior: Suspensos voltam, e Lincoln segue fora
Próximo Texto: Campeonato expõe os "novos italianos" em busca da seleção
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.