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"Tiki-taka" inspira liga espanhola
Campeonato começa influenciado por estilo do Barcelona e da seleção
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO
Domínio da bola, troca de
passes, paciência para furar
defesas e marcação no campo de ataque. Foi com o estilo
"tiki-taka" que a Espanha
venceu sua primeira Copa.
O nome refere-se ao som
produzido pelo relógio.
A temporada 2010/11 do
Campeonato Espanhol começa hoje com 19 clubes tentando copiar a receita.
Dezenove porque a 20ª
equipe já joga assim. O Barcelona venceu as duas últimas edições do torneio
atuando praticamente da
mesma forma que a seleção.
Não à toa, formou a base
da Espanha no Mundial da
África, com sete jogadores.
Em comum entre eles, qualidade técnica e capacidade
para distribuir bons passes.
Atributos essenciais para
que o "tiki-taka" funcione.
"Eu acho que todo mundo
quer jogar assim, mas nem
todos vão conseguir. Os
meias do Barcelona não perdem a bola, ela não queima
nos pés deles. Só times grandes podem adotar esse estilo", afirmou o lateral Filipe
Luis, que trocou o La Coruña
pelo Atlético de Madri.
O clube da capital conta
com o uruguaio Forlán, eleito o melhor jogador da Copa-
-2010, e está embalado com
as conquistas da Liga Europa
e da Supercopa continental.
"A gente tem treinado para
jogar dessa forma. Vamos colocar a bola no chão, evitar
dar chutões. Mas ninguém
vai conseguir ser igual ao
Barcelona", disse Filipe.
Por questão de posicionamento, um time que usa o "tiki-taka" precisa trocar passes
milimetricamente. Um toque
errado tende a ser fatal, já
que vai expor uma defesa
aberta ao contra-ataque.
"Você precisa de muito entrosamento para fazer esse
esquema funcionar, mas sou
a favor de jogar sempre assim. Se for para perder, que
se perca jogando", afirmou o
meia Juca, ex-Botafogo, que
hoje defende o La Coruña.
Contratação mais badalada do Real Madrid, o treinador José Mourinho não pensou assim na Inter de Milão e
eliminou o Barcelona da última Copa dos Campeões fazendo o oposto: ficando na
defesa e contragolpeando.
Mas adotar a retranca não
costuma fazer sucesso no
Real, que se vangloria de
contratar os melhores jogadores do mundo. O último
treinador que abdicou da
"fantasia", Fabio Capello,
até foi campeão, mas acabou
demitido depois do título.
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