São Paulo, Sábado, 28 de Agosto de 1999
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AUTOMOBILISMO
Patrocinadora da Minardi busca brasileiro ou argentino para ter mais exposição no continente
Telefónica impõe sul-americano na F-1

FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Spa

A Telefónica, multinacional espanhola do setor de telecomunicações, vai escolher entre um argentino e um brasileiro para pilotar um dos carros da Minardi no Mundial de F-1 do ano que vem.
O objetivo da empresa, que já patrocina a equipe italiana desde o início do ano, é conseguir maior divulgação na América Latina.
A Telefónica é o maior grupo de telecomunicações da região.
Além de Brasil e Argentina, atua nos mercados do Chile, da Venezuela, do Peru e de Porto Rico.
A empresa já chegou a dois nomes para a vaga na equipe de F-1: Norberto Fontana, 24, argentino, e Max Wilson, 27, brasileiro.
Atualmente, os dois disputam o campeonato da F-3000, "categoria escola" do automobilismo.
Fontana já correu na F-1. Disputou quatro provas pela Sauber, no Mundial de 97, como piloto-tampão -sua melhor colocação foram dois nonos lugares, nos GPs da Inglaterra e da Alemanha.
Por força de contrato com a Petrobras -a empresa patrocina a equipe e o piloto-, Wilson é piloto de testes da Williams.
O escolhido formará no próximo ano dupla com Marc Gené, uma cria da multinacional.
Ex-contador e piloto de um campeonato regional, ele foi alçado à F-1 no início do ano simplesmente pelo fato de ser espanhol.
Sem um currículo razoável em categorias de base, vem fazendo um ano de estréia pífio. Ainda não marcou nenhum ponto e sua melhor colocação até agora foi um oitavo lugar no Canadá.
A Telefónica atua no Brasil desde julho do ano passado, quando comprou o controle da antiga Telesp fixa e parte da Telesp celular.
Os custos para a inscrição de um piloto sul-americano na Minardi no campeonato do ano que vem chegariam a US$ 10 milhões, valor reduzido se comparado a outras operações da empresa.
Só no Brasil, segundo levantamento do jornal britânico "Financial Times", a Telefónica já investiu US$ 5,5 bilhões.
Equipe mais fraca da F-1 na atualidade, a Minardi não marca pontos desde 1995. É conhecida como um time de aluguel, cujo único benefício para a categoria é promover, temporada após temporada, a estréia de jovens pilotos.
Alguns acabam vingando, como os italianos Jarno Trulli, hoje na Prost, Alessandro Zanardi, da Williams, bicampeão da Indy, e Giancarlo Fisichella, da Benetton.
Neste ano, além de Gené, precisou "engolir" o italiano Luca Badoer, pior piloto da história da F-1 -já disputou 46 GPs na carreira sem marcar nenhum ponto.
O time é um dos quatro que ainda não anunciaram suas duplas de pilotos para o ano que vem.
A Arrows, o outro time de aluguel da F-1, só deve fazer seu anúncio no início de 2000.
Já Stewart e Ferrari preparam um anúncio casado de seus pilotos. Ontem, na pista de Spa-Francorchamps, onde amanhã acontece o GP da Bélgica, Jackie Stewart, chefe do time inglês, antecipou a data da divulgação de seus pilotos. "Não posso dizer nada sobre nossas negociações, mas daqui a duas semanas faremos o anúncio oficial", disse Stewart.
O prazo é exatamente o mesmo dado pelo time italiano. A Ferrari tradicionalmente apresenta seus pilotos na semana que antecede o GP da Itália, nesta temporada marcado para 12 de setembro.
Ontem, mais duas equipes fecharam suas duplas de pilotos para a próxima temporada.
A Prost anunciou a contratação do alemão Nick Heidfeld, 22, campeão da F-3000, como companheiro de Jean Alesi. E a Benetton confirmou a manutenção de sua atual dupla: Giancarlo Fisichella e Alexander Wurz.


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