|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Patrocinadora da Minardi busca brasileiro ou argentino para ter mais exposição no continente
Telefónica impõe sul-americano na F-1
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Spa
A Telefónica, multinacional espanhola do setor de telecomunicações, vai escolher entre um argentino e um brasileiro para pilotar um dos carros da Minardi no
Mundial de F-1 do ano que vem.
O objetivo da empresa, que já
patrocina a equipe italiana desde
o início do ano, é conseguir maior
divulgação na América Latina.
A Telefónica é o maior grupo de
telecomunicações da região.
Além de Brasil e Argentina, atua
nos mercados do Chile, da Venezuela, do Peru e de Porto Rico.
A empresa já chegou a dois nomes para a vaga na equipe de F-1:
Norberto Fontana, 24, argentino,
e Max Wilson, 27, brasileiro.
Atualmente, os dois disputam o
campeonato da F-3000, "categoria escola" do automobilismo.
Fontana já correu na F-1. Disputou quatro provas pela Sauber, no
Mundial de 97, como piloto-tampão -sua melhor colocação foram dois nonos lugares, nos GPs
da Inglaterra e da Alemanha.
Por força de contrato com a Petrobras -a empresa patrocina a
equipe e o piloto-, Wilson é piloto de testes da Williams.
O escolhido formará no próximo ano dupla com Marc Gené,
uma cria da multinacional.
Ex-contador e piloto de um
campeonato regional, ele foi alçado à F-1 no início do ano simplesmente pelo fato de ser espanhol.
Sem um currículo razoável em
categorias de base, vem fazendo
um ano de estréia pífio. Ainda
não marcou nenhum ponto e sua
melhor colocação até agora foi
um oitavo lugar no Canadá.
A Telefónica atua no Brasil desde julho do ano passado, quando
comprou o controle da antiga Telesp fixa e parte da Telesp celular.
Os custos para a inscrição de
um piloto sul-americano na Minardi no campeonato do ano que
vem chegariam a US$ 10 milhões,
valor reduzido se comparado a
outras operações da empresa.
Só no Brasil, segundo levantamento do jornal britânico "Financial Times", a Telefónica já investiu US$ 5,5 bilhões.
Equipe mais fraca da F-1 na
atualidade, a Minardi não marca
pontos desde 1995. É conhecida
como um time de aluguel, cujo
único benefício para a categoria é
promover, temporada após temporada, a estréia de jovens pilotos.
Alguns acabam vingando, como os italianos Jarno Trulli, hoje
na Prost, Alessandro Zanardi, da
Williams, bicampeão da Indy, e
Giancarlo Fisichella, da Benetton.
Neste ano, além de Gené, precisou "engolir" o italiano Luca Badoer, pior piloto da história da F-1
-já disputou 46 GPs na carreira
sem marcar nenhum ponto.
O time é um dos quatro que ainda não anunciaram suas duplas
de pilotos para o ano que vem.
A Arrows, o outro time de aluguel da F-1, só deve fazer seu
anúncio no início de 2000.
Já Stewart e Ferrari preparam
um anúncio casado de seus pilotos. Ontem, na pista de Spa-Francorchamps, onde amanhã acontece o GP da Bélgica, Jackie Stewart, chefe do time inglês, antecipou a data da divulgação de seus
pilotos. "Não posso dizer nada sobre nossas negociações, mas daqui a duas semanas faremos o
anúncio oficial", disse Stewart.
O prazo é exatamente o mesmo
dado pelo time italiano. A Ferrari
tradicionalmente apresenta seus
pilotos na semana que antecede o
GP da Itália, nesta temporada
marcado para 12 de setembro.
Ontem, mais duas equipes fecharam suas duplas de pilotos para a próxima temporada.
A Prost anunciou a contratação
do alemão Nick Heidfeld, 22,
campeão da F-3000, como companheiro de Jean Alesi. E a Benetton confirmou a manutenção de
sua atual dupla: Giancarlo Fisichella e Alexander Wurz.
Texto Anterior: Stop & Go - José Henrique Mariante: Por quê? Próximo Texto: Acidente de Villeneuve alerta BAR Índice
|