Dos 14 jogadores do time estreante na temporada 2008, só Kléber e Kléber Pereira voltam a pegar, hoje, a Portuguesa

Ciranda de contratações de atletas e mudanças de técnicos são sintomas da inconstância santista no Paulista e no Brasileiro

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

No dia 17 de janeiro, o Santos perdeu para a Portuguesa, pelo Paulista, na estréia da temporada 2008. Era o início da crise do clube. Hoje, 28 de setembro, os santistas voltam a enfrentar a Lusa, agora pelo Brasileiro. Para escrever mais um capítulo do epílogo de seu martírio.
Nesse intervalo de 222 dias, quase tudo mudou em campo entre os santistas. O que pouco se alterou foi a tabela, onde o time capenga nas posições inferiores -ocupa apenas a 14ª colocação no Nacional.
Dos 14 jogadores que atuaram na estréia, somente dois devem jogar contra a Portuguesa: Kléber e Kléber Pereira. O restante dos atletas deixou o clube (8), contundiu-se (1) ou está encostado na reserva (3).
Uma comparação com os rival desta tarde, que também viveu instabilidade, mostra como o número é significativo. A Portuguesa deve ter quatro remanescentes da equipe estreante.
Não tinha como ser diferente. Entre os prováveis titulares hoje, o Santos só tem quatro jogadores que estavam nos quadros do clube no início do ano.
Na última partida do São Paulo, por exemplo, 10 dos 14 jogadores já estavam no clube na pré-temporada. No Palmeiras, foram 8 dos 14 atletas.
A instabilidade santista fica mais latente porque quase todo o time atual foi contratado às pressas no Brasileiro. É o caso de Wendel, Fabiano Eller, Roberto Brum, Bida, Cuevas.
Dos 37 do elenco, 16 foram trazidos durante a temporada. Outros seis são garotos da base, que fizeram suas estréias em 2008. Ou seja, só 12 compunham o grupo do clube do litoral planejado para este ano.
Os técnicos santistas, Emerson Leão, Cuca e Márcio Fernandes, indicaram alguns. Mas o artífice da ciranda foi o presidente Marcelo Teixeira.
Enquanto os nomes passavam, o Santos piorava. O aproveitamento foi de 54,4% dos pontos no Paulista-08, com ameaça de rebaixamento. No Brasileiro, marcou 37,2%, e a degola também está à espreita.
O time começou a ganhar estabilidade com o técnico Márcio Fernandes, que tentou repetir escalações -a de hoje deve ter uma ou duas mudanças.
"Se [o técnico] mantém o time, é porque ele está agradando. Vai depender do momento. Ninguém gosta de mudar sempre. Desde que a equipe corresponda, as mudanças ocorrem de forma pouco significativa", explicou Fernandes.
Com ele, o Santos subiu seu aproveitamento para 48% dos pontos. Resta saber quanto o técnico e o atual time duram.