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Efeito Ahmadinejad
Irã, o próximo adversário da seleção brasileira, despenca no ranking Fifa depois de presidente assumir o poder e passar a palpitar no futebol
DE SÃO PAULO
No futebol, uma de suas
grandes paixões, a passagem
do presidente Mahmoud Ahmadinejad pela Presidência
do Irã é um desastre.
O próximo rival da seleção
brasileira, em amistoso agendado para o próximo dia 7
de outubro, nos Emirados
Árabes Unidos, está em queda livre depois que o controverso líder persa assumiu o
país, em agosto de 2005.
Naquele época, o Irã tinha
acabado de conquistar vaga
na Copa do Mundo de 2006,
na Alemanha, e ocupava o
15º lugar no ranking da Fifa,
sua melhor posição na história da lista, que existe desde
o início da década de 90.
Ao assumir o cargo, Ahmadinejad já deixou claro que
futebol se tornaria uma questão de Estado no Irã.
Pela ingerência do presidente no esporte, a Fifa chegou até a suspender o país
das competições internacionais, mas logo voltou atrás.
E Ahmadinejad continuou
a mandar no futebol do seu
país. Primeiro, tratou de banir treinadores estrangeiros.
Mas os locais também não tiveram vida fácil com ele.
Em 2009, Ali Daei foi demitido logo depois de um jogo
das eliminatórias em Teerã,
diante da Arábia Saudita.
Na tribuna estava Ahmadinejad, que esperava um bom
resultado para melhorar sua
imagem antes das eleições
em que foi reeleito sob suspeita de fraudes. Com a derrota, ele pediu a cabeça de
Ali Daei, que foi demitido.
Hoje, o Irã é comandado
por um técnico, Afshin Ghotbi, que também tem nacionalidade norte-americana, mas
apoiou Ahmadinejad no episódio da fraude na eleição.
Já jogadores que protestaram por isso pagaram caro.
Também em 2009, em jogo
contra a Coreia do Sul pelas
eliminatórias, atletas da seleção iraniana usaram protetores de punho verdes, a cor da
oposição a Ahmadinejad.
Segundo a imprensa inglesa, quatro deles foram banidos da seleção. O governo
iraniano negou, mas o fato é
que logo depois disso alguns
dos supostos banidos disseram que estavam fora da
equipe nacional "para dar lugar aos mais novos".
No futebol feminino, a influência de Ahmadinejad
não fez o Irã cair no ranking.
Mas, sob seu governo, as
jogadoras causam polêmica
por usarem o véu islâmico
-por causa disso, quase ficaram fora dos Jogos Olímpicos
da Juventude, em Cingapura.
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