São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Efeito Ahmadinejad

Irã, o próximo adversário da seleção brasileira, despenca no ranking Fifa depois de presidente assumir o poder e passar a palpitar no futebol

DE SÃO PAULO

No futebol, uma de suas grandes paixões, a passagem do presidente Mahmoud Ahmadinejad pela Presidência do Irã é um desastre.
O próximo rival da seleção brasileira, em amistoso agendado para o próximo dia 7 de outubro, nos Emirados Árabes Unidos, está em queda livre depois que o controverso líder persa assumiu o país, em agosto de 2005.
Naquele época, o Irã tinha acabado de conquistar vaga na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, e ocupava o 15º lugar no ranking da Fifa, sua melhor posição na história da lista, que existe desde o início da década de 90.
Ao assumir o cargo, Ahmadinejad já deixou claro que futebol se tornaria uma questão de Estado no Irã.
Pela ingerência do presidente no esporte, a Fifa chegou até a suspender o país das competições internacionais, mas logo voltou atrás.
E Ahmadinejad continuou a mandar no futebol do seu país. Primeiro, tratou de banir treinadores estrangeiros. Mas os locais também não tiveram vida fácil com ele.
Em 2009, Ali Daei foi demitido logo depois de um jogo das eliminatórias em Teerã, diante da Arábia Saudita.
Na tribuna estava Ahmadinejad, que esperava um bom resultado para melhorar sua imagem antes das eleições em que foi reeleito sob suspeita de fraudes. Com a derrota, ele pediu a cabeça de Ali Daei, que foi demitido.
Hoje, o Irã é comandado por um técnico, Afshin Ghotbi, que também tem nacionalidade norte-americana, mas apoiou Ahmadinejad no episódio da fraude na eleição.
Já jogadores que protestaram por isso pagaram caro. Também em 2009, em jogo contra a Coreia do Sul pelas eliminatórias, atletas da seleção iraniana usaram protetores de punho verdes, a cor da oposição a Ahmadinejad.
Segundo a imprensa inglesa, quatro deles foram banidos da seleção. O governo iraniano negou, mas o fato é que logo depois disso alguns dos supostos banidos disseram que estavam fora da equipe nacional "para dar lugar aos mais novos".
No futebol feminino, a influência de Ahmadinejad não fez o Irã cair no ranking.
Mas, sob seu governo, as jogadoras causam polêmica por usarem o véu islâmico -por causa disso, quase ficaram fora dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura.


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