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FUTEBOL
Clube conta com delação para não perder estádio na reta final do BR-04
Palmeiras estréia torcida que canta, vibra e patrulha
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras foi apresentado anteontem a uma torcida que ainda
não conhecia no estádio do Parque Antarctica: a que, além de
cantar e vibrar, também patrulha.
Na vitória do clube sobre o Botafogo (2 a 1), torcedores das numeradas cobertas delataram com
o dedo indicador José Ricardo
Romano Menon, o que entre eles
jogou um copo d'água no campo.
Em outros tempos, o gesto seria
ignorado pela torcida, mas agora
não: um objeto lançado ao campo
pode custar multa de R$ 50 mil a
R$ 500 mil ao clube da casa, além
da perda do mando de campo.
Depois do precedente aberto
pelo Superior Tribunal de Justiça
Desportiva, que retirou punição
dada ao Botafogo após o clube ter
apresentado o torcedor-infrator
que afirmou ter atirado uma garrafa, apontar o/um culpado passou a ser a tábua de salvação para
os clubes não serem prejudicados
na reta decisiva do Brasileiro.
A neurose das arquibancadas é
um fenômeno recente: chegou ao
conhecimento do torcedor após
dois casos emblemáticos envolvendo Atlético-PR e Santos.
Os paranaenses foram punidos
pelo tribunal com a perda de
mando de dois jogos e multados
em R$ 60 mil, e os santistas, com
perda de duas partidas e multa de
R$ 75 mil após incidentes idênticos, no qual objetos foram atirados ao campo de seus estádios.
"Na hora em que vi o copo no
gramado, dei um pulo e deu vontade de subir na arquibancada.
Mas vi que ele [torcedor] era muito forte.", disse o técnico do Palmeiras, Estevam Soares.
Com o jogo em andamento,
Menon, que é empresário de Jundiaí, foi levado por policiais ao 15º
DP. Por seu ato, deve receber punição assistencial, como a doação
de cestas básicas.
Após quase ser linchado na numerada do Parque Antarctica,
Menon será usado pelo clube para
a defesa. O diretor jurídico do Palmeiras, Piraci de Oliveira, encaminhará hoje uma petição ao
STJD afirmando que o clube adotou todas as medidas exigidas pelo Estatuto do Torcedor e pelo artigo 213 do Código Brasileiro de
Justiça Desportiva, de identificar/repreender quem arremessa
objetos ao gramado.
Caso o clube venha a ser julgado
-o presidente do STJD, Luiz
Zveiter, diz que será- e não tenha sucesso em sua defesa, o presidente Mustafá Contursi já
adiantou que o Palmeiras entrará
com um processo por perdas e
danos contra o torcedor.
Em campo, o time, que está em
ascensão e luta por vaga na Libertadores e pelo título, não contará
com o atacante Osmar, lesionado,
no sábado contra o Grêmio.
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