São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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SP em alerta

Líder, São Paulo mascara mau ano do bloco paulista

Com quatro equipes ameaçadas de rebaixamento, Estado pode ter em 2007 seu menor número de equipes na Série A

Na Série B, Paulista é único com chances de ascender, enquanto Portuguesa e Guarani vêem de perto o abismo da terceira divisão

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O virtual título do São Paulo, que visita o Figueirense hoje, pode representar o 13º do Estado mais rico do país. E pode ser a única comemoração num ano em que o futebol paulista sofre nas três divisões nacionais e que ainda pode culminar com um recorde negativo em 2007.
Desde a criação do Brasileiro, em 1971, nunca o Estado de SP teve menos que cinco representantes na Série A. No ano que vem, pode ter apenas quatro -igualando o rival RJ.
Antes o bloco mais numeroso por Estado na elite, os paulistas hoje assistem a seus representantes flertarem com a zona de rebaixamento nas duas principais divisões do Nacional.
Mais bem colocada entre os que hoje estariam condenados, a Ponte Preta tem 33 pontos. A curto prazo e com um jogo a menos, pode tentar sobreviver à custa de um carioca, o Fluminense, que tem 35, ou de dois conterrâneos: Palmeiras, 37, e Corinthians, 38, que ainda não tranqüilizam seus torcedores.
Pode-se argumentar que o Santos, em quarto, é sério candidato à vaga da Taça Libertadores ao lado do líder São Paulo, mas duas vagas representam a metade do que o Estado obteve na Libertadores deste ano. Foram três vagas pelo Brasileiro e uma do Paulista, pela conquista da Copa do Brasil.
Desde 2003, quando o Palmeiras emergiu do calvário da B, nenhum time paulista obteve vaga na elite nacional. Neste ano, em uma edição por pontos corridos na qual sobem quatro clubes, o Paulista é o mais próximo disso, mas está em quinto.
Do lado de baixo da Segundona, a Portuguesa prossegue na lanterna, e o Guarani tangencia a zona de descenso. Tem apenas um ponto a mais que Remo e Vila Nova, as primeiras entre as quatro equipes a perigo.
No octogonal da Série C, só o Grêmio Barueri resiste em quarto -última vaga de acesso.
No São Paulo, a meta é o título, mas, para quem participa da gestão do clube, a previsão de ser o expoente em meio à decadência não satisfaz.
"É um mau presságio. Porque as gestões ruins alarmam acima do necessário. O que às vezes pode ser uma crise técnica, ou seja, uma fase, pode ser encarada como crise administrativa", diz Marco Aurélio Cunha, superintendente do futebol do São Paulo, que não vê grandes responsabilidades em relação à federação paulista.
"Mas , como órgão mediador, deveria promover debates para tentar reparar o que está havendo", acredita ele.
Para o presidente da federação paulista, Marco Polo Del Nero, a recuperação deve vir dos próprios clubes.
"O nosso papel hoje é apenas o de alarmar. Financeiramente não podemos ajudar nem comprar jogadores O Brasileiro mudou, caem 20% dos clubes. A competição mudou, e os clubes devem estar atentos a isso."


NA TV - Figueirense x São Paulo
Globo (para São Paulo e Campinas), ao vivo, às 16h



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