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"MSI do basquete" investe no Guarujá
Equipe do litoral paulista apresenta um dos maiores orçamentos do país
Grupo internacional deixa investidores no anonimato, injeta R$ 100 mil por mês no time e quer revelar atletas para vendê-los no exterior
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A equipe conta com um dos
mais altos orçamentos do país.
É bancada por um grupo de investidores internacionais cujos
nomes são mantidos em sigilo.
A verba é suficiente para a vinda de reforços estrangeiros.
Um dos objetivos do empreendimento é descobrir atletas para serem negociados com
grandes clubes do exterior.
Não, não se trata da MSI nem
o clube é o Corinthians. A era
dos investidores internacionais
no Brasil chegou ao basquete
com a chegada da Feba, que assumiu o Guarujá, participante
do Paulista masculino.
"Administro o investimento
do grupo. Eles são fãs de basquete, mas prefiro não dizer
quem nem quantos são", diz o
canadense Joe Santos, 31, o
mesmo que levou para a NBA
Nenê, Leandrinho e Marquinhos, o próximo novato do país
na liga. "Sou a única pessoa que
levou jogadores daqui diretamente à NBA", gaba-se ele, que
agora processa Nenê, seu antigo e mais bem-sucedido pupilo,
por quebra de compromisso.
Em nova função, o dirigente
revela que o investimento no
Guarujá é de R$ 100 mil mensais. O time já conta com o
apoio de uma empresa de ônibus local em seus deslocamentos no Paulista. Agora, procura
novos patrocinadores para
também disputar a Nossa Liga.
"Já temos um dos três maiores orçamentos do basquete
brasileiro", confidencia Santos.
Dinheiro suficiente para trazer nomes tarimbados como o
pivô Tiagão, 25, ou o armador
Paulinho, 21, ambos com passagem pela seleção brasileira.
Também virão dois reforços
dos EUA, o armador Jeremiah
Boswell e o pivô Byron Burnett.
Além disso, a verba serve para
apostar em novos talentos, caso
dos alas Islam, 19, e Cícero, 20.
"Temos jogadores de grande
potencial. Se eles vão chegar à
NBA, só o tempo irá dizer", afirma o dirigente, que resolveu
trabalhar diretamente no país.
A idéia é encaixar revelações
daqui no exterior. "Alguns podem chegar à NBA. É difícil,
mas hoje temos um caminho.
Outros podem ir para a Europa,
que é um mercado novo."
Para técnico, Santos escalou
um amigo, Bob Donewald Jr. O
americano trabalhou na NBA
como assistente em Cleveland,
Charlotte e New Orleans. Também dirigiu times na Inglaterra. Seu maior desafio, por enquanto, é aprender português.
"Estou melhorando. Mas não
é uma língua fácil", diz ele, primeiro técnico com esse currículo a trabalhar no Estadual.
Para ser compreendido, conta com aliados na quadra.
"Nunca tivemos problemas de
comunicação. Nem nos jogos",
declara Cícero, um dos tradutores oficiais do elenco.
Problemas lingüísticos à parte, o jovem não esconde que a
experiência com Donewald e
Santos pode ser decisiva para
galgar novos passos na carreira.
"Todo jogador sonha em um
dia estar na NBA. Vou treinando para o dia em que, quem sabe, um cavalinho branco passe
e eu agarre a chance", diz o ala.
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