São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"MSI do basquete" investe no Guarujá

Equipe do litoral paulista apresenta um dos maiores orçamentos do país

Grupo internacional deixa investidores no anonimato, injeta R$ 100 mil por mês no time e quer revelar atletas para vendê-los no exterior

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe conta com um dos mais altos orçamentos do país. É bancada por um grupo de investidores internacionais cujos nomes são mantidos em sigilo. A verba é suficiente para a vinda de reforços estrangeiros.
Um dos objetivos do empreendimento é descobrir atletas para serem negociados com grandes clubes do exterior.
Não, não se trata da MSI nem o clube é o Corinthians. A era dos investidores internacionais no Brasil chegou ao basquete com a chegada da Feba, que assumiu o Guarujá, participante do Paulista masculino.
"Administro o investimento do grupo. Eles são fãs de basquete, mas prefiro não dizer quem nem quantos são", diz o canadense Joe Santos, 31, o mesmo que levou para a NBA Nenê, Leandrinho e Marquinhos, o próximo novato do país na liga. "Sou a única pessoa que levou jogadores daqui diretamente à NBA", gaba-se ele, que agora processa Nenê, seu antigo e mais bem-sucedido pupilo, por quebra de compromisso.
Em nova função, o dirigente revela que o investimento no Guarujá é de R$ 100 mil mensais. O time já conta com o apoio de uma empresa de ônibus local em seus deslocamentos no Paulista. Agora, procura novos patrocinadores para também disputar a Nossa Liga.
"Já temos um dos três maiores orçamentos do basquete brasileiro", confidencia Santos.
Dinheiro suficiente para trazer nomes tarimbados como o pivô Tiagão, 25, ou o armador Paulinho, 21, ambos com passagem pela seleção brasileira.
Também virão dois reforços dos EUA, o armador Jeremiah Boswell e o pivô Byron Burnett. Além disso, a verba serve para apostar em novos talentos, caso dos alas Islam, 19, e Cícero, 20.
"Temos jogadores de grande potencial. Se eles vão chegar à NBA, só o tempo irá dizer", afirma o dirigente, que resolveu trabalhar diretamente no país.
A idéia é encaixar revelações daqui no exterior. "Alguns podem chegar à NBA. É difícil, mas hoje temos um caminho. Outros podem ir para a Europa, que é um mercado novo."
Para técnico, Santos escalou um amigo, Bob Donewald Jr. O americano trabalhou na NBA como assistente em Cleveland, Charlotte e New Orleans. Também dirigiu times na Inglaterra. Seu maior desafio, por enquanto, é aprender português.
"Estou melhorando. Mas não é uma língua fácil", diz ele, primeiro técnico com esse currículo a trabalhar no Estadual.
Para ser compreendido, conta com aliados na quadra. "Nunca tivemos problemas de comunicação. Nem nos jogos", declara Cícero, um dos tradutores oficiais do elenco.
Problemas lingüísticos à parte, o jovem não esconde que a experiência com Donewald e Santos pode ser decisiva para galgar novos passos na carreira.
"Todo jogador sonha em um dia estar na NBA. Vou treinando para o dia em que, quem sabe, um cavalinho branco passe e eu agarre a chance", diz o ala.


Texto Anterior: Abin vai investigar envolvidos no Pan-07
Próximo Texto: Itália: Milan joga seu 1º clássico após o escândalo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.