Quem oferecer risco pode não receber credencial

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai investigar todos os credenciados para o Pan do Rio, em 2007. Atletas, dirigentes, funcionários, voluntários e jornalistas terão a vida vasculhada pela agência.
O trabalho dos agentes já começou. Pelo menos 40 mil pessoas já estão sendo investigadas. A maioria do grupo é de voluntários. No total, a agência estima que 80 mil pessoas passarão pelo seu crivo.
""Isso vai acontecer com qualquer pessoa. Desde a cúpula da delegação até o pessoal de apoio. Todos os que terão acesso ao circuito do Pan serão identificados", disse o secretário nacional da Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa. Ele é o chefe de todo o planejamento de segurança do Pan.
O objetivo do trabalho da Abin é identificar pessoas que possam oferecer ameaça à segurança do evento. A investigação é realizada dentro do Co-Rio (o comitê organizador do evento), segundo Corrêa.
Para conseguir viabilizar o trabalho, a Abin está trabalhando em conjunto com as embaixadas dos países que participarão do evento -42 delegações chegarão no Rio em julho.
Apesar do trabalho dos agentes, a Abin não tem poder de vetar o credenciamento dos suspeitos. ""Nós não decidimos [sobre o veto], quem decide isso é o comitê [Co-Rio] e a avaliação política", disse Corrêa.
O Co-Rio, entretanto, dificilmente vai contrariar uma orientação da Abin.
Em 1994, o FBI, a polícia federal dos EUA, fez investigação gigantesca para avaliar as fichas de mais de 50 mil pessoas diretamente ligadas à Copa do Mundo, entre elas jornalistas.
Para obter o credenciamento para a cobertura do Mundial, o profissional de imprensa tinha de assinar um formulário no qual autorizava o FBI e as polícias estaduais e municipais a checarem seu prontuário criminal. Na ocasião, a Folha protestou contra o documento.


Texto Anterior: Rodrigo Bueno: Respeitável público
Próximo Texto: "MSI do basquete" investe no Guarujá
Índice