São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2007

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Fantasma apavorou por duas décadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O fantasma de 50 no Maracanã traumatizou o futebol brasileiro por duas décadas, até a revanche numa Copa do Mundo, nas semifinais de 70 no México, no estádio de Guadalajara.
Lá, o Brasil eliminou o Uruguai, por 3 a 1, mas teve de superar forte tensão, especialmente no primeiro tempo, depois que o Uruguai abriu o placar com Cubillas aos 19min. Clodoaldo empatou 25 minutos depois.
"No vestiário, no intervalo, o Zagallo [Mario Jorge Lobo Zagallo, o técnico] estava uma fera. Lembro que na preleção ele falou da importância da amarelinha [camiseta da seleção] e exaltou a raça brasileira", recorda Tostão, titular do Brasil naquela partida. Jairzinho e Rivellino fecharam o marcador.
A alusão à amarelinha seria emblemática na carreira de Zagallo, uma das suas marcas.
"Nas entrevistas antes da partida, 90% das perguntas abordavam as chances de vingança e o temor do Maracanazo", afirma Tostão.
Clodoaldo, nascido em 1949, conhecia detalhes da derrota de 50. Mas driblava o assunto nas perguntas: "Eu tinha só meses de vida", respondia.
A maioria das bolas do Brasil passava por Gérson, que ficou pressionado por uma marcação homem a homem. "Aí o Gérson pediu que o Clodoaldo avançasse mais. Logo depois saiu o gol", recorda Tostão.
Clodoaldo ratifica a orientação e acrescenta: "Entrei no clarão [espaço] que vi pela frente e o Tostão, mágico, me enfiou a bola na frente do gol".
O Uruguai era o time mais temido pelos brasileiros em 70.
"Foi uma liberação. Na final, entramos mais descontraídos contra a Itália", atesta Tostão.
Para Clodoaldo, aquele primeiro tempo "foi o pior momento do Brasil na Copa".
Depois da final de 50 e até a semifinal de 70, pelo site da CBF, Brasil e Uruguai disputaram 14 jogos, nos quais o Brasil ganhou sete e perdeu três, com quatro empates. (EA)

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