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Fantasma apavorou por duas décadas
DA REPORTAGEM LOCAL
O fantasma de 50 no Maracanã traumatizou o futebol brasileiro por duas décadas, até a revanche numa Copa do Mundo,
nas semifinais de 70 no México,
no estádio de Guadalajara.
Lá, o Brasil eliminou o Uruguai, por 3 a 1, mas teve de superar forte tensão, especialmente
no primeiro tempo, depois que
o Uruguai abriu o placar com
Cubillas aos 19min. Clodoaldo
empatou 25 minutos depois.
"No vestiário, no intervalo, o
Zagallo [Mario Jorge Lobo Zagallo, o técnico] estava uma fera. Lembro que na preleção ele
falou da importância da amarelinha [camiseta da seleção] e
exaltou a raça brasileira", recorda Tostão, titular do Brasil
naquela partida. Jairzinho e Rivellino fecharam o marcador.
A alusão à amarelinha seria
emblemática na carreira de Zagallo, uma das suas marcas.
"Nas entrevistas antes da
partida, 90% das perguntas
abordavam as chances de vingança e o temor do Maracanazo", afirma Tostão.
Clodoaldo, nascido em 1949,
conhecia detalhes da derrota
de 50. Mas driblava o assunto
nas perguntas: "Eu tinha só
meses de vida", respondia.
A maioria das bolas do Brasil
passava por Gérson, que ficou
pressionado por uma marcação
homem a homem. "Aí o Gérson
pediu que o Clodoaldo avançasse mais. Logo depois saiu o gol",
recorda Tostão.
Clodoaldo ratifica a orientação e acrescenta: "Entrei no
clarão [espaço] que vi pela frente e o Tostão, mágico, me enfiou a bola na frente do gol".
O Uruguai era o time mais temido pelos brasileiros em 70.
"Foi uma liberação. Na final,
entramos mais descontraídos
contra a Itália", atesta Tostão.
Para Clodoaldo, aquele primeiro tempo "foi o pior momento do Brasil na Copa".
Depois da final de 50 e até a
semifinal de 70, pelo site da
CBF, Brasil e Uruguai disputaram 14 jogos, nos quais o Brasil
ganhou sete e perdeu três, com
quatro empates. (EA)
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