Pela primeira vez nos pontos corridos clube tem aproveitamento inferior a 50% no estádio onde hoje pega o Figueirense

Apesar do fraco rendimento na arena em 2007, Nelsinho prefere que as partidas da equipe sejam lá, devido à identificação com o local

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasileiro em que sofre grande ameaça de rebaixamento, o Corinthians não tem sido Corinthians nem mesmo dentro de seu estádio preferido, o Pacaembu, que abriga o duelo com o Figueirense, às 17h.
A despeito da força que a diretoria tem feito para poder realizar os três últimos jogos do time como mandante no estádio municipal, o desempenho corintiano no Pacaembu no Nacional é fraco, se comparado com as outras edições do campeonato em pontos corridos.
Pela primeira vez desde que o formato foi adotado na competição (em 2003), os corintianos têm um aproveitamento de pontos inferior a 50% nas partidas em que atua em sua "casa". Dos 24 pontos que disputou no estádio, o clube do Parque São Jorge ficou com apenas 11 -ou o equivalente a 45,8%.
O índice, além de ser o pior da equipe nos pontos corridos, é bem inferior ao obtido nas quatro edições anteriores.
Em 2003, quando amargou um 15º lugar -posição intermediária no torneio com 24 times-, o Corinthians obteve 57,1% de aproveitamento no Pacaembu. Antes da atual campanha, era seu pior desempenho no estádio municipal.
No ano seguinte, chegou a estar ameaçado de rebaixamento, mas, com uma arrancada, conseguiu terminar a competição em quinto, com 74 pontos. Muito dessa recuperação se deveu aos pontos amealhados no estádio. Nos 20 duelos que fez lá no Brasileiro de 2004 (ou 60 pontos possíveis), o Corinthians acumulou 41 pontos. Um aproveitamento de 68,3%.
Mas essa não foi a melhor campanha corintiana no Pacaembu nos pontos corridos.
No ano passado, quando também esteve com a corda do descenso no pescoço, o time ficou com 74,4% da pontuação nele. Isso ajudou o clube, que chegou a ser o lanterna da competição, a terminar num razoável nono lugar, com 53 pontos.
Em 2005, ano do tetra brasileiro, o desempenho foi um pouco abaixo disso, mas, ainda assim, foram obtidos 66,7% dos pontos jogados no Pacaembu.
Na atual edição, foram só três vitórias em oito jogos no estádio. A última delas ocorreu diante do fraco América-RN, já rebaixado, em 5 de setembro.
Desde então, foram três jogos lá, com duas derrotas e um empate. "O Corinthians se identifica muito com o Pacaembu. Se puder de fato jogar os últimos jogos lá, para mim, estará excelente", diz o técnico Nelsinho Baptista.
A possibilidade existe e está sendo discutida com o secretário de Esportes, Lazer e Recreação, Walter Feldman. A prefeitura já atrasou as obras do Museu do Futebol para permitir que o time enfrente o o Atlético-PR, no dia 4. A diretoria ainda tenta que o jogo com o Vasco, no dia 25, seja no estádio.
"Tem o problema de licitação da reforma, mas estamos fazendo o possível para jogar essa partida lá", diz o presidente corintiano, Andrés Sanches, que foi sondado por Feldman sobre a possibilidade de o clube assumir a administração do Pacaembu se houver licitação.

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