São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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VÔLEI

Surpresas argentinas


Com herdeiros da mais vitoriosa geração do país, seleções de base já mostram resultados expressivos

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

É BOM o vôlei masculino brasileiro começar a ficar de olho no vizinho. Para surpresa geral, neste mês o Brasil perdeu as finais dos Sul-Americanos juvenil e infanto-juvenil para os argentinos. Mais: a seleção principal da Argentina terá agora um grande técnico, o ex-levantador Javier Weber.
Para se ter uma idéia do peso das derrotas, vale lembrar que o último título continental juvenil dos argentinos havia sido em 1982. No infanto-juvenil, o Brasil nunca tinha perdido final de Sul-Americano. Ou seja, podemos ter problemas nos próximos anos com as novas gerações.
O curioso é que alguns destaques dessas seleções são descendentes da geração mais brilhante do vôlei argentino, bronze no Mundial de 82 e nos Jogos Olímpicos de 88. Os filhos de Hugo Conte, Daniel Castellani, Jon Uriarte e o sobrinho de Raul Quiroga já estão em ação.
Nicolas Uriarte, 18, é o maior exemplo. Foi eleito melhor jogador, levantador e sacador do Sul-Americano juvenil. Ele é um levantador com muitos recursos. A Argentina tem uma geração promissora. Aonde pode chegar, ainda não dá para saber. É trabalho de longo prazo.
A qualidade desses novos jogadores certamente foi um dos motivos que animaram Weber a aceitar assumir a seleção principal. Weber, campeão da Superliga como técnico da Unisul em 2003/2004, foi um grande levantador. Fez parte da geração medalha de bronze olímpica em 88.
O objetivo de Weber é levar a Argentina à Olimpíada-2012. Ou seja, ele tem quatro anos para trabalhar essa nova geração. A primeira grande competição da turma será a Liga Mundial, em junho de 2009.
Para encerrar, um registro: amanhã começa a Superliga. A novidade é a volta de nove medalhistas olímpicos que atuavam no exterior: Fofão, Mari, Sheilla, André Nascimento, Escadinha, Samuel, Marcelinho, André Heller e Anderson.
O torneio será bem mais disputado do que nas edições anteriores. No feminino, a luta será entre Rio, Osasco e São Caetano. No masculino, entre Florianópolis, Joinville, Minas, Suzano e São Bernardo.

NOVO REFORÇO
O São Caetano, de Fofão, Mari e Sheilla, ganhou um reforço: Maria Eugênia, máquina de saque feita pelo estatístico da equipe, André Rosendo. A Maria Eugênia entra em ação nos treinos de passe. As seleções brasileiras também trabalham com esse tipo de máquina.

GRAND PRIX
Definidas as seleções que vão disputar o Grand Prix em 2009. China, Coréia do Sul, Tailândia e Japão ficaram com as vagas da Ásia. Já estavam classificados: Brasil, EUA, República Dominicana, Porto Rico, Holanda, Rússia, Alemanha e Polônia. A surpresa é a ausência da Itália, que não se classificou.

cidasan@uol.com.br



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