São Paulo, sexta, 28 de novembro de 1997.



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Mineiros podem perder mando de jogo

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

A invasão do gramado do Mineirão por diretores do Atlético-MG, após a derrota de anteontem à noite para o Palmeiras, por 1 a 0, pode resultar em perda do mando de um jogo para o time mineiro.
Dirigentes atleticanos, revoltados com a atuação do juiz pernambucano Wilson de Souza Mendonça, tentaram agredi-lo depois do jogo, ainda dentro de campo. A polícia teve de intervir para que Mendonça não fosse agredido.
O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, afirmou ontem que a punição ou não ao Atlético-MG, com a perda do mando de campo na partida contra o Internacional, no próximo dia 3, vai depender do conteúdo da súmula do juiz.
"Se ele colocar que houve tentativa de agressão, não cabe perda do mando de campo. Se a agressão foi consumada, isso deve ocorrer", disse Coelho, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
O relatório do juiz deveria chegar ontem à sede da CBF, no Rio.
O presidente do Atlético, Paulo Cury, um dos dirigentes que invadiu o gramado, disse que o clube não pode ser punido porque "não houve agressão ao juiz".
"Já fomos prejudicados. Vamos ser mais prejudicados em quê?"
A revolta atleticana com o juiz pernambucano começou com a sua escalação.
Isso porque Mendonça já teve problemas com o time mineiro em 96, na Copa do Brasil, quando, justamente contra o Palmeiras, anulou um gol do Atlético-MG.
Na madrugada de ontem, após o jogo, torcedores atleticanos tentaram invadir o hall do Mineirão, obrigando a Polícia Militar a usar a força, com auxílio de cães, cavalos e bombas de efeito moral.
A revolta dos torcedores foi uma consequência do que ocorreu dentro de campo.
Leão
O treinador do Atlético-MG, Emerson Leão, disse depois da derrota para o Palmeiras, ainda no gramado do Mineirão, que o seu time perdeu a partida por causa do "esquema do Palmeiras", no sentido pejorativo.
"Eu sei, sou de São Paulo."
Depois, no vestiário, o treinador atleticano preferiu se calar. "Peço desculpas. Prefiro não falar porque estou enojado", afirmou.



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