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Mineiros podem perder mando de jogo
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A invasão do gramado do Mineirão por diretores do Atlético-MG,
após a derrota de anteontem à noite para o Palmeiras, por 1 a 0, pode
resultar em perda do mando de
um jogo para o time mineiro.
Dirigentes atleticanos, revoltados com a atuação do juiz pernambucano Wilson de Souza Mendonça, tentaram agredi-lo depois do
jogo, ainda dentro de campo. A
polícia teve de intervir para que
Mendonça não fosse agredido.
O diretor técnico da CBF, Gilberto Coelho, afirmou ontem que a
punição ou não ao Atlético-MG,
com a perda do mando de campo
na partida contra o Internacional,
no próximo dia 3, vai depender do
conteúdo da súmula do juiz.
"Se ele colocar que houve tentativa de agressão, não cabe perda do
mando de campo. Se a agressão foi
consumada, isso deve ocorrer",
disse Coelho, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
O relatório do juiz deveria chegar
ontem à sede da CBF, no Rio.
O presidente do Atlético, Paulo
Cury, um dos dirigentes que invadiu o gramado, disse que o clube
não pode ser punido porque "não
houve agressão ao juiz".
"Já fomos prejudicados. Vamos
ser mais prejudicados em quê?"
A revolta atleticana com o juiz
pernambucano começou com a
sua escalação.
Isso porque Mendonça já teve
problemas com o time mineiro em
96, na Copa do Brasil, quando, justamente contra o Palmeiras, anulou um gol do Atlético-MG.
Na madrugada de ontem, após o
jogo, torcedores atleticanos tentaram invadir o hall do Mineirão,
obrigando a Polícia Militar a usar a
força, com auxílio de cães, cavalos
e bombas de efeito moral.
A revolta dos torcedores foi uma
consequência do que ocorreu dentro de campo.
Leão
O treinador do Atlético-MG,
Emerson Leão, disse depois da
derrota para o Palmeiras, ainda no
gramado do Mineirão, que o seu
time perdeu a partida por causa do
"esquema do Palmeiras", no sentido pejorativo.
"Eu sei, sou de São Paulo."
Depois, no vestiário, o treinador
atleticano preferiu se calar. "Peço
desculpas. Prefiro não falar porque estou enojado", afirmou.
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