São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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FUTEBOL
Time joga mal na decisão contra Austrália
Nos pênaltis, Brasil obtém bi no sub-17

da Reportagem Local

A seleção brasileira conquistou, na madrugada de ontem, na Nova Zelândia, o bicampeonato do Mundial sub-17, vencendo a Austrália, nos pênaltis, após empate por 0 a 0 no tempo regulamentar.
A final, que os brasileiros achavam mais fácil do que a semifinal, quando pegaram a seleção de Gana e a derrotaram, também nos pênaltis, surpreendeu a seleção.
Embora contasse com o apoio da torcida -uma faixa no estádio dizia que o neo-zelandês torce por dois times: a Nova Zelândia e qualquer seleção que enfrente a Austrália-, o Brasil, muito nervoso, não fez uma boa partida.
Com dificuldades para superar a marcação do meio-campo adversário, não teve nenhuma oportunidade para marcar na fase inicial. Devido à fraca atuação tanto do Brasil quanto da Austrália, os dois times deixaram o gramado no intervalo sob vaias.
Somente a partir dos 25min do segundo tempo, a equipe subiu de produção, chutando mais de longa distância, com os meias Leo e Eduardo, embora continuasse com problemas para entrar na área australiana.
A Austrália, por sua vez, reclamava constantemente com o árbitro, acusando o Brasil de estar jogando com deslealdade.
Curiosamente, foi o oposto do que se viu nos dois amistosos da seleção pré-olímpica, dirigida por Wanderley Luxemburgo, realizados há cerca de dez dias na Austrália. Tanto em Sydney quanto em Melbourne, o time de Luxemburgo reclamou muito da violência dos australianos, chegando a dizer que eles jogavam rubgi e não futebol.
Na prorrogação, o panorama da partida não mudou muito. Os australianos continuaram reclamando da violência dos brasileiros, que se irritavam, por sua vez, com as dificuldades para construir jogadas ofensivas.
Na disputa por pênaltis, a vitória foi dramática. Depois de empate por 4 a 4 após cinco cobranças de cada lado, o Brasil só venceu quando o goleiro Rubinho, irmão de Zé Elias, ex-volante do Corinthians, defendeu o nono pênalti cobrado pelos australianos.
Em seguida, o Brasil converteu o seu e fechou a série em 8 a 7.
Inconformados, vários jogadores da Austrália atiraram-se ao chão, chorando a perda da maior oportunidade que a Oceania teve para conquistar, pela primeira vez na história, um Mundial organizado pela Fifa.
Na disputa pelo terceiro lugar, a seleção de Gana, que antes do torneio começar o Brasil considerava seu principal adversário, derrotou os Estados Unidos por 2 a 0.
Os australianos, que ficaram com o vice-campeonato, já haviam enfrentado a seleção brasileira na primeira fase.
Apesar de ter atuado melhor na ocasião, também acabou fracassando, perdendo por 2 a 1.
Mesmo assim, conseguiu se recuperar e terminou a primeira fase como líder da chave, após bater Mali e Alemanha, com os quais o Brasil, o segundo colocado do grupo, só empatou.
Depois da vitória de ontem, o brasileiro João Havelange, ex-presidente da Fifa (1974-1998), entregou as medalhas para os vencedores do Mundial.


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