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Família celebra ida de meia para o Chile em 2004
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
Darío Conca, 27, é o caçula de uma família fanática por futebol. Cresceu em
um bairro pobre da cidade
de Tigre, na região metropolitana de Buenos Aires.
Desde os seis anos, jogava no time da comunidade da Aviação, que mobilizava também os pais e
os três irmãos do meia.
O pai, Roberto, morto
em 2004, deixava a oficina
mecânica para treinar a
equipe. A mãe, Dora, trabalhava de mesária nos
campeonatos amadores.
Ambos incentivaram os
filhos a seguirem carreira.
Jorge, 33, e Daniel, 30, ficaram pelo caminho. Paola,
32, só jogava por diversão.
"Apesar de ser tímido
com a imprensa, Conca é
brincalhão", diz Daniel.
Louco por pebolim, sinuca e vídeo game, só
aceita um desafio se tiver
aposta. "Pode ser qualquer coisa, uma Coca ou
dinheiro, mas ele só joga
se estiver valendo algo."
A carreira de Conca teve
ao menos dois momentos
difíceis, segundo Daniel.
Um deles no início, ainda
na base do River Plate.
A falta de dinheiro obrigou o meia a deixar os treinos por alguns meses porque não havia dinheiro para o transporte. Depois,
Conca continuou improvisando com bicicleta, trem,
ônibus e sola de sapato, de
acordo com o irmão.
Em 2004, enfrentou a
distância da família ao se
mudar para o Chile meses
após a morte do pai.
"Bendita a hora em que
Darío deixou a reserva do
River para jogar no Chile"
é frase de consenso entre
parentes e amigos.
Hoje, a família continua
vivendo no mesmo bairro,
mas num sobrado novo e
com decoração moderna.
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