São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FOCO

Em Morumbi vazio, Bahia tem festa e jogo insossos

NELSON BARROS NETO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Seis minutos do segundo tempo, Léo Jaime, o jogador, abre o placar no Morumbi. Trinta e dois torcedores contados do Bragantino vibram. Os quase 5.000 restantes alegam não estar nem aí: "Ão, ão, ão, segunda divisão!".
Já com o acesso garantido há duas rodadas, o Bahia queria fazer uma despedida em grande estilo da Série B. Durante a semana, falou-se em até 30 mil pessoas nas arquibancadas do estádio. Deu 4.939 pagantes, e o time ainda perdeu por 2 a 0.
Logo em seguida, porém, o show de axé -iniciado meia hora antes do jogo- já recomeçava. "Ser vice é coisa para o rival", provocou o cantor Ricardo Chaves em um palco improvisado ao lado do escudo do São Paulo, na altura do centro do gramado.
Com o resultado, o Bahia, que não tinha mais chances de ser campeão, caiu da segunda para a terceira posição na tabela. Em Salvador, a maior gozação contra o arquirrival Vitória é chamá-lo exatamente assim -já vice das Série A, B e C, além da última Copa do Brasil.
Apesar da derrota, a maioria ficou no local em que estava, cantando e dançando para se lembrar da terra natal.
O orgulho de estar ali, naquelas circunstâncias e em clima de festa, aliás, era o sentimento reinante no local. Às diversas emissoras de TV, rádio, jornais e sites presentes, os torcedores gritavam de onde vieram para morar em São Paulo ou exclusivamente para assistir ao jogo.
"Estou aqui só pelo Bahia", gabava-se o técnico de informática Carlos Eduardo Oliveira, acompanhado de dois amigos em idêntica situação. Perto dali, o taxista Jalmir Nunes já não via o clube do coração in loco desde 2003, derradeiro ano em que esteve na Série A.
Do lado de fora, motoristas diminuíam a velocidade e passavam assustados. Os pedestres que estavam por perto também não entendiam. Houve até policial militar, baiano que não quis se identificar, dando brecha no serviço para tirar foto e celebrar.
Em campo, um jogo insosso, com o Bahia desinteressado e sete desfalques. Até substituição de goleiro o técnico Márcio Araújo fez. "O que importa é que subimos, não aguentava mais", disse o estudante Paulo Cerqueira.


Texto Anterior: Série B: Portuguesa vence, mas América-MG chega à elite
Próximo Texto: A rodada: Cruzeiro encara desafio diferente de rivais próximos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.