São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2001

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AUTOMOBILISMO

Segurança é maior temor dos organizadores da edição 2002 da competição, que começa hoje na França

Terror assusta participantes do rali Dacar

DA REDAÇÃO

Começa hoje, na cidade de Arras, no norte da França, a 24ª edição do tradicional rali Dacar. Mas a principal preocupação dos participantes não é com as várias mudanças que sofreu desde a última edição, e sim com o terrorismo.
Conhecido por ser uma competição longa, difícil e perigosa, a edição deste ano contará com um temor a mais. Após os atentados aos Estados Unidos em 11 de setembro, os organizadores do evento aumentaram consideravelmente a segurança do rali.
Eles temem que algo aconteça durante a passagem do rali por três países que têm população de maioria islâmica -Marrocos, Mauritânia e Senegal, na África.
Na Europa eles percorrerão a França (sem passar por Paris) e a Espanha, onde cruzarão pela primeira vez a capital Madri -por isso o rali está sendo chamado oficialmente de Arras-Madri-Dacar.
Na semana passada, a agência de notícias APS, da Argélia, informou que o movimento independente Frente Polisário, depois de reunir-se com os organizadores do rali, havia autorizado que o comboio do Dacar pudesse atravessar o Saara Ocidental para ir do Marrocos para a Mauritânia, durante o sétimo estágio do rali.
No ano passado, o mesmo grupo chegou a ameaçar interromper um cessar-fogo imposto pela ONU (Organização das Nações Unidas), que já dura mais de nove anos, entre o governo marroquino e as milícias que lutam pela independência da região.
Na edição de 2000, os competidores exigiram que eles fossem transportados de avião do Níger para a Líbia depois de sofrerem ameaças de um grupo extremista islâmico na Argélia.
A edição deste ano, que termina em 13 de janeiro na cidade de Dacar, no Senegal, pela primeira vez terá sua largada à noite.
A alemã Jutta Kleinschmidt, a primeira mulher a vencer uma edição do rali, tenta o bicampeonato da competição -neste ano são seis as competidoras.
Seu principal rival na disputa pelo feito inédito deve ser seu ex-marido, o francês Jean-Louis Schlesser, campeão em 1999 e 2000 e vice no ano passado.
"O Dacar será muito diferente neste ano", disse Jutta. "Atravessar a Mauritânia será muito emocionante, e a prova pode ser vencida ou perdida ali", completou.
"Não posso dar crédito algum à vitória de Jutta", afirmou Schlesser, que perdeu a vitória no ano passado após sofrer uma punição.
A edição deste ano também terá outras novidades. O percurso foi diminuído em quase 2.000 km -serão 9.436 km no total contra os quase 11 mil do ano passado.
Outra mudança é que o rali deste ano não pertencerá mais ao calendário da FIA (entidade máxima do automobilismo).


Com agências internacionais

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