São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O aliado de Dunga

NO PRIMEIRO JOGO do Manchester City na temporada, contra o Blackburn, Robinho foi titular, com Tevez no banco. De agosto para cá, o craque brasileiro disputou oito jogos, sete como titular. O último, no sábado, contra o Stoke City, marcou a estreia do técnico italiano Roberto Mancini, que chegou a Manchester impondo a si próprio um desafio: recuperar Robinho.
Não foi por outra razão que o jornal italiano "Gazzetta dello Sport" abriu duas páginas para a estreia do treinador e um quadro especialmente dedicado ao brasileiro:
"Robinho é quase um caso. Perdeu o tempo das jogadas, perdeu sua rapidez. E isto influi em sua confiança. Mancini deverá trabalhar com atenção especial ao brasileiro, porque sua classe pode ajudar muito. Mas ontem não foi vista em nenhum momento, e só chamou a atenção pelos erros clamorosos. Com Tevez, no entanto, construiu espaços interessantes."
Como o Manchester City tem dez pontos a menos do que o líder Chelsea, o trabalho de Mancini com Robinho visa, a curto prazo, uma vaga na Champions League. Digamos que a atenção de Dunga tem um objetivo mais nobre, a Copa do Mundo. Está claro que a queda de rendimento de Robinho tem a ver com sua condição física. Em vez do garoto lépido, hoje se vê um homem de aparência decadente. O rosto parece levemente inchado, e a imagem é reforçada pelo cultivo de uma estranha barba sem bigode.
Robinho é titular pela ausência de Adebayor, mas já ganhou de Mancini a posição que o galês Bellamy mereceu ganhar, em uma função idêntica à que o brasileiro executa na seleção de Dunga. Com Bellamy, o City perde habilidade, mas ganha força. É um pouco do dilema da seleção de Dunga: equipe muito objetiva, mas pouco habilidosa, em parte porque nem Robinho nem Ronaldinho tomam seus papéis.
Mancini foi um dos mais técnicos jogadores italianos de sua geração, e isso explica sua ideia fixa em recuperar um talento como o de Robinho. O título da matéria sobre sua estreia, na "Gazzetta dello Sport", vale tanto para o time como para o brasileiro: "Mancini, you can!" Digamos que Dunga ganhou um aliado até a Copa do Mundo.



GAÚCHO DIFERENTE
Ronaldinho recuperou parte de seu melhor futebol, e Dunga diz que pode levá-lo à Copa. Mas há diferença entre sua função no Milan e a de Robinho no City. O Milan joga num 4-3-3, Ronaldinho na ponta. Sua obrigação de compor o meio é menor. Já Robinho joga de forma idêntica no City e na seleção.

O SISTEMA DO ANO
O Manchester City e a seleção brasileira atuam no 4-2-3-1, o sistema da moda. O que há em comum entre Corinthians, sensação do primeiro semestre, e Flamengo, da arrancada para seu sexto título brasileiro na segunda metade do ano? Usaram o mesmo sistema. O 4-2-3-1 foi o esquema de 2009.

E FELIPE MELO?
Na derrota para o Catania, no último dia 20, pelo Italiano, o técnico Ciro Ferrara sacou o volante Felipe Melo com 30 minutos, por deficiência técnica. Na pausa deste final de ano, seu objetivo também é recuperar o futebol do meio-campista, em baixa desde que trocou a Fiorentina pela Juventus. Na Itália, o que se afirma é que Felipe Melo é um jogador de pouco mercado. Por isso, é necessário procurar uma posição em que o meio- -campista possa jogar bem. Até agora, só Dunga encontrou.


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