São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

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FUTEBOL

Atleta está envolvido em ao menos 54 ações e na mira da Receita Federal

Romário divide realização com processos na Justiça

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Romário, do Vasco, completa 40 anos dizendo-se realizado na vida profissional e pessoal, ao mesmo tempo em que está cheio de problemas na Justiça.
Levantamento feito pela Folha revela que o jogador é réu ou é citado em pelo menos 54 processos nas Justiças Estadual, Federal e do Trabalho do Rio. Na Justiça Federal, é citado em sete processos, sendo que três deles cobram dívidas com o Imposto de Renda que, somadas, alcançam R$ 777 mil.
Os processos estão suspensos. Um porque o atleta entrou no Paes (Parcelamento Especial Alternativo) e dois porque a Justiça estabeleceu prazo para pagamento, que ainda não venceu.
O Superior Tribunal de Justiça rejeitou denúncia do Ministério Público Federal em 2005 que acusava Romário de débito de R$ 1.133.105,21 com a Receita Federal, dívida referente à época em que ele atuou no PSV (Holanda).
Entretanto, o STJ informou que, caso a Receita Federal prove que houve sonegação, o Ministério Público poderá apresentar nova denúncia contra o jogador.
Contra o Café do Gol, bar de sua propriedade, há quatro processos em que são cobradas dívidas que somam R$ 249 mil, referentes a débitos de contribuição previdenciária, Imposto de Renda e Cofins (Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social). Tem ainda quatro processos na Justiça do Trabalho, referentes a dívidas trabalhistas do bar em relação a antigos funcionários.
A maioria dos processos contra Romário foi movido por sua ex-mulher Mônica Santoro, que alega falta de pagamento de pensão alimentícia, além de questioná-lo sobre o inventário de bens.
Polêmico, o jogador é processado por antigos desafetos, como o técnico da seleção japonesa, Zico, e o coordenador técnico da seleção brasileira, Zagallo, e também por vizinhos, por não pagar condomínio -responde até por dever honorários a uma advogada.
Um dos processos que Mônica Santoro move contra Romário foi reaberto recentemente. Neste, ele é acusado de criar uma empresa, a RSF Eventos e Promoções, e não considerá-la como fonte de renda para eventual contabilidade dos bens que teriam que ser divididos após a separação.
Ainda correm na Justiça os processos em que Zico e Zagallo moveram contra o jogador, cobrando indenização no episódio em que ele mandou colocar caricaturas dos dois na porta do banheiro de seu bar após a Copa-1998. Os desenhos mostravam Zico com papel higiênico na mão e Zagallo sentado em um vaso sanitário.
No caso de Zico, Romário recorreu em segunda instância e perdeu. O técnico do Japão exige pagamento de R$ 60 mil por danos morais. No de Zagallo, Romário foi condenado a pagar indenização, mas o caso ainda permanece na 17ª Vara Cível do Tribunal de Justiça.
O jogador foi acionado na Justiça para pagar quotas atrasadas de condomínio do Edifício Eagle Hills, na Barra da Tijuca, um dos mais luxuosos da cidade. Por causa dos atrasos, que chegaram a somar R$ 330 mil, em 1998, a cobertura do jogador quase foi a leilão.
O mesmo edifício entrou com ação contra Romário devido às obras feitas por ele na cobertura. As mudanças teriam alterado o projeto arquitetônico da construção. Vizinho de Romário no edifício, Levi Ferreira Sotero também decidiu processá-lo, alegando que as obras o prejudicaram.
A Folha telefonou para o escritório do advogado de Romário, Norval Valério, e deixou recado, mas ele não ligou de volta.


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