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FUTEBOL
Atleta está envolvido em ao menos 54 ações e na mira da Receita Federal
Romário divide realização com processos na Justiça
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O atacante Romário, do Vasco,
completa 40 anos dizendo-se realizado na vida profissional e pessoal, ao mesmo tempo em que está cheio de problemas na Justiça.
Levantamento feito pela Folha
revela que o jogador é réu ou é citado em pelo menos 54 processos
nas Justiças Estadual, Federal e do
Trabalho do Rio. Na Justiça Federal, é citado em sete processos,
sendo que três deles cobram dívidas com o Imposto de Renda que,
somadas, alcançam R$ 777 mil.
Os processos estão suspensos.
Um porque o atleta entrou no
Paes (Parcelamento Especial Alternativo) e dois porque a Justiça
estabeleceu prazo para pagamento, que ainda não venceu.
O Superior Tribunal de Justiça
rejeitou denúncia do Ministério
Público Federal em 2005 que acusava Romário de débito de R$
1.133.105,21 com a Receita Federal, dívida referente à época em
que ele atuou no PSV (Holanda).
Entretanto, o STJ informou que,
caso a Receita Federal prove que
houve sonegação, o Ministério
Público poderá apresentar nova
denúncia contra o jogador.
Contra o Café do Gol, bar de sua
propriedade, há quatro processos
em que são cobradas dívidas que
somam R$ 249 mil, referentes a
débitos de contribuição previdenciária, Imposto de Renda e Cofins
(Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social).
Tem ainda quatro processos na
Justiça do Trabalho, referentes a
dívidas trabalhistas do bar em relação a antigos funcionários.
A maioria dos processos contra
Romário foi movido por sua ex-mulher Mônica Santoro, que alega falta de pagamento de pensão
alimentícia, além de questioná-lo
sobre o inventário de bens.
Polêmico, o jogador é processado por antigos desafetos, como o
técnico da seleção japonesa, Zico,
e o coordenador técnico da seleção brasileira, Zagallo, e também
por vizinhos, por não pagar condomínio -responde até por dever honorários a uma advogada.
Um dos processos que Mônica
Santoro move contra Romário foi
reaberto recentemente. Neste, ele
é acusado de criar uma empresa, a
RSF Eventos e Promoções, e não
considerá-la como fonte de renda
para eventual contabilidade dos
bens que teriam que ser divididos
após a separação.
Ainda correm na Justiça os processos em que Zico e Zagallo moveram contra o jogador, cobrando indenização no episódio em
que ele mandou colocar caricaturas dos dois na porta do banheiro
de seu bar após a Copa-1998. Os
desenhos mostravam Zico com
papel higiênico na mão e Zagallo
sentado em um vaso sanitário.
No caso de Zico, Romário recorreu em segunda instância e
perdeu. O técnico do Japão exige
pagamento de R$ 60 mil por danos morais. No de Zagallo, Romário foi condenado a pagar indenização, mas o caso ainda permanece na 17ª Vara Cível do Tribunal
de Justiça.
O jogador foi acionado na Justiça para pagar quotas atrasadas de
condomínio do Edifício Eagle
Hills, na Barra da Tijuca, um dos
mais luxuosos da cidade. Por causa dos atrasos, que chegaram a somar R$ 330 mil, em 1998, a cobertura do jogador quase foi a leilão.
O mesmo edifício entrou com
ação contra Romário devido às
obras feitas por ele na cobertura.
As mudanças teriam alterado o
projeto arquitetônico da construção. Vizinho de Romário no edifício, Levi Ferreira Sotero também
decidiu processá-lo, alegando que
as obras o prejudicaram.
A Folha telefonou para o escritório do advogado de Romário,
Norval Valério, e deixou recado,
mas ele não ligou de volta.
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