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FUTEBOL
Treinador, que pode selar pior início na era MSI, corre risco de perder emprego se for derrotado pelo Rio Branco hoje
Lopes tenta salvar sua "pele corintiana"
EDUARDO ARRUDA
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Antônio Lopes só não
foi demitido do Corinthians pela
falta de nomes de peso no mercado. É o que dizem dirigentes do
clube. E é dessa forma, à espera de
um milagre que salve sua pele,
que ele enfrentará o Rio Branco
hoje, às 16h, pelo Paulista-2006.
Dirigentes da parceria já queriam a cabeça do treinador após a
derrota do último domingo, contra a Portuguesa. Avaliam que
não é possível vencer a Libertadores, prioridade do clube, com ele.
Aguardam uma oportunidade
para degolar Lopes. Um fracasso
hoje vai tornar sua situação insuportável. Se perder, o Corinthians, com somente seis pontos
conquistados em 15 possíveis,
amargará seu pior início de campeonato na era MSI. Em 2005, depois de cinco rodadas, o time tinha nove pontos no Paulista (sob
o comando de Tite) e sete no Brasileiro (com Daniel Passarella e,
depois, Márcio Bittencourt).
Após a primeira derrota, para o
Noroeste, o presidente corintiano, Alberto Dualib, perdeu a paciência com Lopes. Comentou
com aliados que o treinador era
"ruim". Apesar do título do Brasileiro em 2005, Lopes nunca foi
unanimidade no Parque São Jorge. Muitos dirigentes corintianos
foram contrários à sua chegada.
Alguns reclamaram que não foram ouvidos quando insistiram
na contratação de Vanderlei Luxemburgo após sua saída do Real
Madrid. Kia Joorabchian o vetou.
O chefe da MSI disse que não trabalharia com ele, apesar de admirá-lo. Antes de ir para a Espanha,
Luxemburgo havia acertado verbalmente com o iraniano, que ficou irritado com o chapéu.
Lopes ainda conta com o respaldo do vice de futebol, Andrés Sanchez, que é inimigo político do
presidente corintiano. Após a
derrota para o time do Canindé,
de virada, o treinador foi chamado de burro pelos torcedores.
Pressionado, Dualib mandou recado ao técnico: o rodízio de atletas deveria acabar. Ele anunciou o
fim do revezamento e deu ao Paulista status de Libertadores. "Eu já
estou acostumado. As críticas não
têm importância e tampouco a
reação da torcida", disse Lopes.
"Já tenho muitos anos de futebol e
isso não vai mudar nunca."
"É assim mesmo quando os resultados não vêm", diz o diretor
da MSI, Paulo Angioni, que ajudou a contratar o atual treinador.
Durante a semana, Lopes ganhou um aliado de peso. O maior
astro corintiano, Carlitos Tevez,
considerou injusta a perseguição
ao chefe. "Aqui há pressão de todos os lados e olha que a Libertadores nem começou ainda. Precisamos de tranqüilidade", falou.
"Vai ser sempre assim. Temos
de saber lidar com essa pressão",
afirmou o meia Carlos Alberto,
que perdeu a vaga no time para
Rosinei e se desentendeu com o
volante Marcelo Mattos após sofrer falta dura em treino.
Para hoje, o técnico corintiano
terá outro grande aliado. Ricardinho estréia na equipe. "É início de
temporada e temos condições de
iniciar uma seqüência de bons resultados", declarou o meia.
Além da estréia de Ricardinho,
voltam ao time hoje o lateral Gustavo Nery, o volante Marcelo Mattos e o atacante Nilmar. Na defesa,
Wescley jogará com Betão.
O Rio Branco vai mudar sua formação do 4-4-2 para o 3-5-2. Entram Junior Paulista, que substitui Wellington, negociado com o
futebol português, e Josias, zagueiro do time que disputou a Copa São Paulo de juniores.
Colaborou a Agência Folha
NA TV - Record e Globo (só
São Paulo), ao vivo, às 16h
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