São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

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FUTEBOL

Treinador, que pode selar pior início na era MSI, corre risco de perder emprego se for derrotado pelo Rio Branco hoje

Lopes tenta salvar sua "pele corintiana"

EDUARDO ARRUDA
TALES TORRAGA

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Antônio Lopes só não foi demitido do Corinthians pela falta de nomes de peso no mercado. É o que dizem dirigentes do clube. E é dessa forma, à espera de um milagre que salve sua pele, que ele enfrentará o Rio Branco hoje, às 16h, pelo Paulista-2006.
Dirigentes da parceria já queriam a cabeça do treinador após a derrota do último domingo, contra a Portuguesa. Avaliam que não é possível vencer a Libertadores, prioridade do clube, com ele.
Aguardam uma oportunidade para degolar Lopes. Um fracasso hoje vai tornar sua situação insuportável. Se perder, o Corinthians, com somente seis pontos conquistados em 15 possíveis, amargará seu pior início de campeonato na era MSI. Em 2005, depois de cinco rodadas, o time tinha nove pontos no Paulista (sob o comando de Tite) e sete no Brasileiro (com Daniel Passarella e, depois, Márcio Bittencourt).
Após a primeira derrota, para o Noroeste, o presidente corintiano, Alberto Dualib, perdeu a paciência com Lopes. Comentou com aliados que o treinador era "ruim". Apesar do título do Brasileiro em 2005, Lopes nunca foi unanimidade no Parque São Jorge. Muitos dirigentes corintianos foram contrários à sua chegada.
Alguns reclamaram que não foram ouvidos quando insistiram na contratação de Vanderlei Luxemburgo após sua saída do Real Madrid. Kia Joorabchian o vetou. O chefe da MSI disse que não trabalharia com ele, apesar de admirá-lo. Antes de ir para a Espanha, Luxemburgo havia acertado verbalmente com o iraniano, que ficou irritado com o chapéu.
Lopes ainda conta com o respaldo do vice de futebol, Andrés Sanchez, que é inimigo político do presidente corintiano. Após a derrota para o time do Canindé, de virada, o treinador foi chamado de burro pelos torcedores. Pressionado, Dualib mandou recado ao técnico: o rodízio de atletas deveria acabar. Ele anunciou o fim do revezamento e deu ao Paulista status de Libertadores. "Eu já estou acostumado. As críticas não têm importância e tampouco a reação da torcida", disse Lopes. "Já tenho muitos anos de futebol e isso não vai mudar nunca."
"É assim mesmo quando os resultados não vêm", diz o diretor da MSI, Paulo Angioni, que ajudou a contratar o atual treinador.
Durante a semana, Lopes ganhou um aliado de peso. O maior astro corintiano, Carlitos Tevez, considerou injusta a perseguição ao chefe. "Aqui há pressão de todos os lados e olha que a Libertadores nem começou ainda. Precisamos de tranqüilidade", falou.
"Vai ser sempre assim. Temos de saber lidar com essa pressão", afirmou o meia Carlos Alberto, que perdeu a vaga no time para Rosinei e se desentendeu com o volante Marcelo Mattos após sofrer falta dura em treino.
Para hoje, o técnico corintiano terá outro grande aliado. Ricardinho estréia na equipe. "É início de temporada e temos condições de iniciar uma seqüência de bons resultados", declarou o meia.
Além da estréia de Ricardinho, voltam ao time hoje o lateral Gustavo Nery, o volante Marcelo Mattos e o atacante Nilmar. Na defesa, Wescley jogará com Betão.
O Rio Branco vai mudar sua formação do 4-4-2 para o 3-5-2. Entram Junior Paulista, que substitui Wellington, negociado com o futebol português, e Josias, zagueiro do time que disputou a Copa São Paulo de juniores.


Colaborou a Agência Folha

NA TV - Record e Globo (só São Paulo), ao vivo, às 16h

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