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O PERSONAGEM
Ricardinho inicia luta contra sina de sete décadas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ídolo do Corinthians que
deixa de respirar os ares do
Parque São Jorge durante longo tempo costuma fracassar
em seu retorno ao clube.
Será esta a "maldição" que
Ricardinho enfrentará a partir
de hoje, quando voltará a vestir
a camisa corintiana depois de
três anos e seis meses.
É assim há sete décadas.
Começou com o ponta-esquerda De Maria, tricampeão
paulista pelo time de 1928 a
1931 e autor de 92 gols. Retornou ao Corinthians quatro
anos depois, mas teve atuação
pífia: em 11 jogos, marcou só
dois tentos e não foi campeão.
Deixou o clube em 1936.
A "maldição" teve seqüência
com o meia e ponta Rato, nos
anos 30, e o lateral-esquerdo
Dino "Pavão", na década de 40.
Ambos tiveram sucesso na primeira passagem pelo time, mas
não reeditaram seus feitos.
Luizinho, o "Pequeno Polegar", também não conseguiu
repetir suas glórias dos anos 50.
Décadas mais tarde, a torcida
viu a decadência de jogadores
como Wladimir, Casagrande,
Wilson Mano, Neto e Rincón.
Neto, campeão brasileiro em
1990, fez parte da campanha do
título paulista em 1997, mas
pouco jogou. Não foi nem
sombra do meia decisivo de
antes. "Voltei ao Corinthians
em final de carreira e depois de
operar o tornozelo. Não é o caso do Ricardinho, agora. Ele
tem tudo para se sair bem."
Se ficar muito tempo longe
do Parque do São Jorge não
costuma significar sucesso,
uma rápida despedida pode até
ser benéfica para o ídolo.
Foi o caso de Dida. Após faturar o Brasileiro (1999) e o Mundial (2000), ficou um ano fora e
voltou. Ganhou o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil de 2002.
Marcelinho e Vampeta também foram campeões em diferentes passagens pelo Corinthians. Mas sofreram. O meia
perdeu o pênalti contra o Palmeiras que tirou o Corinthians
da Libertadores de 2000. O volante teve grave lesão no joelho.
A exceção é Dinei. Quando
saiu do time em 1992, não era
ídolo. Oito anos e quatro títulos
depois, passou a ser.
Del Debbio e Filó fizeram o
mesmo na era amadora, nos
anos 20 e 30.
(TT E EAR)
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