São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2006

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O PERSONAGEM

Ricardinho inicia luta contra sina de sete décadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O ídolo do Corinthians que deixa de respirar os ares do Parque São Jorge durante longo tempo costuma fracassar em seu retorno ao clube.
Será esta a "maldição" que Ricardinho enfrentará a partir de hoje, quando voltará a vestir a camisa corintiana depois de três anos e seis meses.
É assim há sete décadas.
Começou com o ponta-esquerda De Maria, tricampeão paulista pelo time de 1928 a 1931 e autor de 92 gols. Retornou ao Corinthians quatro anos depois, mas teve atuação pífia: em 11 jogos, marcou só dois tentos e não foi campeão. Deixou o clube em 1936.
A "maldição" teve seqüência com o meia e ponta Rato, nos anos 30, e o lateral-esquerdo Dino "Pavão", na década de 40. Ambos tiveram sucesso na primeira passagem pelo time, mas não reeditaram seus feitos.
Luizinho, o "Pequeno Polegar", também não conseguiu repetir suas glórias dos anos 50.
Décadas mais tarde, a torcida viu a decadência de jogadores como Wladimir, Casagrande, Wilson Mano, Neto e Rincón.
Neto, campeão brasileiro em 1990, fez parte da campanha do título paulista em 1997, mas pouco jogou. Não foi nem sombra do meia decisivo de antes. "Voltei ao Corinthians em final de carreira e depois de operar o tornozelo. Não é o caso do Ricardinho, agora. Ele tem tudo para se sair bem."
Se ficar muito tempo longe do Parque do São Jorge não costuma significar sucesso, uma rápida despedida pode até ser benéfica para o ídolo.
Foi o caso de Dida. Após faturar o Brasileiro (1999) e o Mundial (2000), ficou um ano fora e voltou. Ganhou o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil de 2002.
Marcelinho e Vampeta também foram campeões em diferentes passagens pelo Corinthians. Mas sofreram. O meia perdeu o pênalti contra o Palmeiras que tirou o Corinthians da Libertadores de 2000. O volante teve grave lesão no joelho.
A exceção é Dinei. Quando saiu do time em 1992, não era ídolo. Oito anos e quatro títulos depois, passou a ser.
Del Debbio e Filó fizeram o mesmo na era amadora, nos anos 20 e 30. (TT E EAR)

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