|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Federer leva 10ª taça de Grand Slam e se exalta
Suíço conquista Aberto da Austrália sem perder sets, feito inédito desde 80
Tenista diz que se não fosse ele o responsável, estaria surpreso com tamanha hegemonia e afirma que Roland Garros é prioridade
Findlay Kember/France Presse
|
Roger Federer ergue troféu de seu décimo Grand Slam, conquistado ontem na Austrália após vitória sobre Fernando Gonzáles |
DA REPORTAGEM LOCAL
O enredo do domingo parecia
comum para Roger Federer.
Vitória acachapante, troféu na
mão, novas façanhas e discursos de reverência dos rivais.
Uma declaração, porém,
rompeu o marasmo que o líder
do ranking mundial há 161 semanas instaurou no tênis.
Instado a comentar seu desempenho nos 3 sets a 0 sobre
Fernando Gonzáles (CHI), que
valeram o título do Aberto da
Austrália, primeiro Grand Slam
da temporada, o suíço enfim reconheceu que tem um status
diferenciado no esporte.
"Creio que sou o melhor tenista do mundo, e podem me
chamar de gênio porque me
imponho a muitos de meus rivais, a cada um de forma diferente, ganhando inclusive sem
jogar o melhor que posso."
Razões não faltam para provar que sua sentença não tem
nada de pretensiosa.
O título de ontem foi o décimo de Federer em eventos da
série Grand Slam, que reúne os
quatro principais torneios da
modalidade. Para alcançar a taça, venceu sete duelos e não cedeu um set aos adversários.
Tal feito que não era logrado
desde Bjorn Borg na edição de
1980 de Roland Garros.
"O Roger fez uma ótima final,
um ótimo torneio, e provavelmente jogou assim durante sua
vida toda", disse, resignado, o
chileno vice-campeão.
Foi a sétima final de Grand
Slam consecutiva do suíço
-um atleta não alcançava seqüência semelhante desde Jack
Crawford em 1934.
Agora, aos 25 anos, ele abriga
46 títulos em sua galeria. Está
invicto há 36 partidas. "Se eu
não fosse eu, estaria impressionado de ver o mesmo cara vencendo sempre", afirmou.
Diante de tal hegemonia, restava rememorar o passado e especular sobre o futuro.
Após contar que, na infância,
se espelhava nas raquetadas do
alemão Boris Becker e do sueco
Stefan Edberg, Federer começou a ser abordado sobre o calcanhar-de-aquiles de sua trajetória esportiva.
Trata-se de Roland Garros, o
único dos Grand Slams que não
conquistou. Em 2005, caiu nas
semifinais. No ano passado, foi
derrubado por Rafael Nadal na
decisão. Chegou a hora, enfim,
de encerrar o jejum?
"Isto é o que estará na minha
mente. Roland Garros é desde
já meu próximo grande objetivo. Será interessante ver como
me darei lá. Cada ano dou um
passo a mais, alcançando as semis e a final, me aproximando
do desempenho do Rafael."
Já prevendo o espanhol como seu principal obstáculo na
corrida pelo Grand Slam francês, Federer tratou de elogiar a
forma de seu rival atuar.
"Eu me desfruto vendo-o jogar na terra. As três partidas
que tivemos na temporada passada foram ótimas."
Além da decisão na França,
Federer encarou Nadal em
Wimbledon e no Masters. Venceu os dois compromissos, mas
ainda perde no confronto direto -6 a 3 para o espanhol.
Por isso, vence-lo em Roland
Garros seria tão especial para o
número um. "É a única maneira de melhorar meu ano em
comparação com 2006."
Com agências internacionais
Texto Anterior: Cida Santos: Boas-novas Próximo Texto: Sonho: Tenista quer jogos de Londres-12 Índice
|