São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

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Federer leva 10ª taça de Grand Slam e se exalta

Suíço conquista Aberto da Austrália sem perder sets, feito inédito desde 80

Tenista diz que se não fosse ele o responsável, estaria surpreso com tamanha hegemonia e afirma que Roland Garros é prioridade

Findlay Kember/France Presse
Roger Federer ergue troféu de seu décimo Grand Slam, conquistado ontem na Austrália após vitória sobre Fernando Gonzáles


DA REPORTAGEM LOCAL

O enredo do domingo parecia comum para Roger Federer. Vitória acachapante, troféu na mão, novas façanhas e discursos de reverência dos rivais.
Uma declaração, porém, rompeu o marasmo que o líder do ranking mundial há 161 semanas instaurou no tênis.
Instado a comentar seu desempenho nos 3 sets a 0 sobre Fernando Gonzáles (CHI), que valeram o título do Aberto da Austrália, primeiro Grand Slam da temporada, o suíço enfim reconheceu que tem um status diferenciado no esporte.
"Creio que sou o melhor tenista do mundo, e podem me chamar de gênio porque me imponho a muitos de meus rivais, a cada um de forma diferente, ganhando inclusive sem jogar o melhor que posso."
Razões não faltam para provar que sua sentença não tem nada de pretensiosa.
O título de ontem foi o décimo de Federer em eventos da série Grand Slam, que reúne os quatro principais torneios da modalidade. Para alcançar a taça, venceu sete duelos e não cedeu um set aos adversários.
Tal feito que não era logrado desde Bjorn Borg na edição de 1980 de Roland Garros.
"O Roger fez uma ótima final, um ótimo torneio, e provavelmente jogou assim durante sua vida toda", disse, resignado, o chileno vice-campeão.
Foi a sétima final de Grand Slam consecutiva do suíço -um atleta não alcançava seqüência semelhante desde Jack Crawford em 1934.
Agora, aos 25 anos, ele abriga 46 títulos em sua galeria. Está invicto há 36 partidas. "Se eu não fosse eu, estaria impressionado de ver o mesmo cara vencendo sempre", afirmou.
Diante de tal hegemonia, restava rememorar o passado e especular sobre o futuro.
Após contar que, na infância, se espelhava nas raquetadas do alemão Boris Becker e do sueco Stefan Edberg, Federer começou a ser abordado sobre o calcanhar-de-aquiles de sua trajetória esportiva.
Trata-se de Roland Garros, o único dos Grand Slams que não conquistou. Em 2005, caiu nas semifinais. No ano passado, foi derrubado por Rafael Nadal na decisão. Chegou a hora, enfim, de encerrar o jejum?
"Isto é o que estará na minha mente. Roland Garros é desde já meu próximo grande objetivo. Será interessante ver como me darei lá. Cada ano dou um passo a mais, alcançando as semis e a final, me aproximando do desempenho do Rafael."
Já prevendo o espanhol como seu principal obstáculo na corrida pelo Grand Slam francês, Federer tratou de elogiar a forma de seu rival atuar.
"Eu me desfruto vendo-o jogar na terra. As três partidas que tivemos na temporada passada foram ótimas."
Além da decisão na França, Federer encarou Nadal em Wimbledon e no Masters. Venceu os dois compromissos, mas ainda perde no confronto direto -6 a 3 para o espanhol.
Por isso, vence-lo em Roland Garros seria tão especial para o número um. "É a única maneira de melhorar meu ano em comparação com 2006."


Com agências internacionais


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