São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Voltas e revoltas


O mundo gira, a Lusitana roda e volta e meia tudo volta ao seu lugar. Até este que vos escreve


C ARO LEITOR , caríssima leitora, como diria o Rei (o Roberto, não o Edson), "Eu voltei, agora para ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar...".
Sim, cá estou eu de volta. No dia 17 de maio, eu me despedi afirmando que precisava me concentrar para escrever um livro. Fiz três versões do maldito e cansei. Vou deixá-lo um pouco na gaveta, torcendo para que as traças o acabem para mim. De um jeito ou de outro.
Sim, voltei como voltou Zé Maria à Portuguesa, ou seja, um tanto mais velho e com menos fôlego, mas ainda disposto a dar algumas alegrias à torcida. Aliás, esta rodada dos Estaduais teve muitas voltas.
Por exemplo, o veterano centroavante Viola, agora no Duque de Caxias, não voltou a marcar gols, mas voltou a soltar uma frase espirituosa. No caso: "Diante do grande, quando você cochila, o cachimbo cai". É que seu time bobeou e levou uma goleada do Flamengo: 5 a 1. Aliás, Flamengo que voltou a vencer. É a terceira vez em três jogos. Finazzi e Lulinha voltaram a perder gols, agora no clássico diante do São Paulo.
Já a Ponte Preta voltou a vencer (pela quarta vez seguida) e é a líder isolada do Campeonato Paulista. Além disso, tem o melhor ataque. Mas ainda é cedo para dizer que ela está voltando aos bons tempos de Dicá e companhia.
No Rio, o Botafogo voltou a jogar bem e a liderar o campeonato. Mas há que ver se voltará a perdê-lo no final, como fez duas vezes no ano passado. Falando em Campeonato Carioca, os dirigentes voltaram a fazer besteira, aposentando a fórmula de que já estava consagrada pelo uso. Pelo jeito, Tico e Teco voltaram a trabalhar. Revoltante.
No exterior, Pato e Robinho voltaram a marcar, e eu volto a ficar com raiva desse nosso falido futebol que perde seus jogadores ainda imberbes, e que só voltarão quando estiverem de cabelos brancos. O Palmeiras voltou a tropeçar em casa. Os palestrinos hão de lembrar de recentes desgraças caseiras, como a derrota para o Atlético-MG na disputa pela vaga na Libertadores, ou aquela contra o Juventude, que seria rebaixado alguns jogos depois. Mas desconfio que neste ano a sina acaba.
Falando em sina, o Juventus parece que voltou ao seu antigo destino: vencer os grandes e perder dos pequenos. Depois de ganhar bem do Santos, por 3 a 1, foi derrotado pelo Sertãozinho, que tem diminutivo até no nome.
Já o Santos voltou a vencer e, mais uma vez, parece que dará a volta por cima graças às categorias de base, assim como aconteceu em 2002, em 1978 e, mais longinquamente, em 1955, quando estava há 20 anos sem ganhar um campeonato e levou para o time principal alguns garotos como Del Vecchio e Pepe (que, por sinal, fez o gol do título).
A Portuguesa voltou a sentir-se prejudicada pela arbitragem. Triste tradição. Outro time de origem lusitana, o Vasco, viu seu goleiro-artilheiro Tiago voltar a marcar. É o primeiro do ano e o 14º da carreira, que, por sinal, ganhou fôlego no ano passado, na própria Portuguesa. Enfim, o mundo gira, a Lusitana roda e volta e meia tudo volta ao seu lugar. Até este que vos escreve.

torero@uol.com.br


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