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Libertadores afaga coração de cartolas e "perdoa" altitude
Com os times dos três principais dirigentes sul-americanos juntos, competição lança desafio a recomendação da Fifa
Mata-mata classificatório do torneio começa hoje e já vê em campo o Arsenal, clube dos Grondona, que mandam na Argentina
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Libertadores deste ano começa hoje bem de acordo com
os principais cartolas da América do Sul. Os times de coração
de Nicolás Leoz, Julio Grondona e Ricardo Teixeira, presidentes da Conmebol, da federação argentina e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol),
respectivamente, vão jogar pela
primeira vez, juntos, a disputa,
que terá jogos na altitude.
A partida de abertura, entre o
argentino Arsenal e o venezuelano Mineros, em Sarandí, já
marcará o debute do time da família Grondona no principal
interclubes do continente. Na
fase de grupos, estão garantidos o paraguaio Libertad, equipe de Leoz, e o Flamengo, clube
preferido de Ricardo Teixeira.
Os três cartolas integram o
Comitê Executivo da Fifa, entidade que rege o futebol mundial e que recomendou veto,
por razões médicas, a jogos acima de 2.750 m quando os clubes não tiverem tempo adequado para fazer a preparação, o
que acontece na Libertadores.
Porém a Conmebol, entidade
que controla o futebol sul-americano, assumiu na semana
passada, após reunião com seus
principais dirigentes, a responsabilidade pelos jogos em cidades de elevada altitude em seus
torneios. Pediu formalmente à
Fifa que La Paz receba até jogos
das eliminatórias da Copa-10.
O Flamengo, cujo presidente
Márcio Braga é desafeto de Ricardo Teixeira, protesta desde
o ano passado contra os jogos
na altitude, mas não dobrou os
maiores cartolas da Conmebol
(que também integram a Fifa).
Apenas nesta primeira fase
da Libertadores, estão marcadas partidas para La Paz (3.600
m), Cusco (3.400 m) e Riobamba (2.760 m) -o Flamengo cruzará com o Cienciano, que
manda partidas em Cusco, em
sua chave, caso o time peruano
passe no mata-mata pelo uruguaio Montevideo Wanderers.
Com jogos programados até
para Potosí (4.000), a Bolívia
travou uma dura batalha política, que envolveu o presidente
Evo Morales, para seguir recebendo partidas na altitude. A
cúpula da Conmebol cedeu aos
apelos de países andinos e, neste ano, ainda atendeu a anseios
mexicanos na Libertadores
-no México, também há jogos
em cidades de elevada altitude.
Pela primeira vez, a disputa
contará com árbitros do país da
América do Norte. Os clubes
mexicanos atuam como convidados na Libertadores desde o
final dos anos 90, mas não contam com uma série de regalias
dada aos times sul-americanos
-os times da Concacaf não podem ainda ir ao Mundial via Libertadores, por exemplo.
Os principais cartolas da
Conmebol aceitaram aumentar
os valores pagos aos times mexicanos, que lucrarão da mesma forma que os times sul-americanos -neste ano, o Atlas
está na primeira fase, e os gigantes América e Chivas já ocupam espaço na fase de grupos.
""O México tem sido convidado de luxo da Conmebol e,
quando um convidado visita
muito sua casa, é como se estivesse já em sua própria casa",
diz Julio Grondona, que esteve
nas reuniões que aprovaram jogos na altitude e que atenderam aos interesses mexicanos.
O sistema de disputa da Libertadores foi mantido, com
primeira fase em mata-mata
que classificará seis equipes para a fase de grupos (32 times).
Cinco equipes brasileiras estão na disputa: Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Santos e
São Paulo. Apenas o Cruzeiro
jogará a primeira fase, pois foi
quarto no Brasileiro de 2007.
NA TV - Arsenal x Mineros
Sportv, ao vivo, às 19h30
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