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Interino corintiano reclama de juízes e fala em ficar
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ademar Braga foi cutucado, e
virou bicho. O até então pacato
técnico interino do Corinthians
soltou a língua e despejou sua ira
contra a arbitragem no Campeonato Paulista e, com a voz firme,
mudou seu discurso e já admite a
possibilidade de ser efetivado.
Ao ser questionado se seria antiético escalar uma equipe reserva
amanhã, contra o Guarani, que
luta contra o rebaixamento, insinuou perseguição à sua equipe.
"Temos de perguntar de ética a
outras pessoas. Faltou ética no jogo contra o América em que não
nos deram dois pênaltis e no domingo, contra o Palmeiras [no polêmico clássico no Morumbi]",
declarou o treinador.
Ele atacou a utilização do aparelho de comunicação e alegou "falta de critério" à federação paulista. O uso do equipamento entre os
árbitros, testado no clássico do último domingo, ajudou a anular
um golaço do atacante Tevez.
Um dos auxiliares acusou falta
do argentino no zagueiro palmeirense Leonardo Silva. O lance não
foi visto pelo árbitro Cleber Wellington Abade, que foi avisado pela assistente número um Ana
Paula Oliveira sobre a irregularidade e anulou o tento.
Para Braga, ela foi pressionada
pelo treinador palmeirense Emerson Leão, que estava ao seu lado.
"Ela deveria estar com um perfume muito cheiroso. O Leão ficou perto dela o tempo todo. Eu,
quando passava o espaço reservado aos técnicos, era advertido. À
noite, enquanto lamentávamos o
empate, ela apareceu rindo na
TV", falou Braga.
"Acho que tem de ter critério a
partir de cima. Primeiro disseram
que quatro pessoas tinham acesso
ao aparelho, depois cinco. O mal
procedimento de um filho vai dar
trabalho no futuro. Vamos ver o
que a CBF pode fazer para melhorar isso", declarou.
"Não sei se há perseguição, mas
o Corinthians foi prejudicado
desde o primeiro jogo do campeonato, contra o Noroeste [um
gol do volante Marcelo Mattos
não foi dado]. Nós temos um
compromisso com a vitória. Se os
juízes deixarem, pois muita gente
vai querer ajudar o Guarani. Ética? Vamos esquecer essa palavra
por enquanto", reclamou.
Braga, que até então vinha dizendo que não se sentia preparado para assumir o time, ontem falou como se esperasse o convite.
"Não posso subestimar minha
inteligência. Não sou nenhum
principiante no futebol. Não é só
chegar e falar: você é o técnico.
Tem que ver a proposta de trabalho. Quem não deseja trabalhar
aqui?", indagou o interino.
Contra o Guarani, amanhã, ele
deve escalar uma equipe reserva,
assim como fez contra o América.
O foco é na Universidad Católica,
pela Libertadores, dia 6 de abril.
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