São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2006

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Interino corintiano reclama de juízes e fala em ficar

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ademar Braga foi cutucado, e virou bicho. O até então pacato técnico interino do Corinthians soltou a língua e despejou sua ira contra a arbitragem no Campeonato Paulista e, com a voz firme, mudou seu discurso e já admite a possibilidade de ser efetivado.
Ao ser questionado se seria antiético escalar uma equipe reserva amanhã, contra o Guarani, que luta contra o rebaixamento, insinuou perseguição à sua equipe.
"Temos de perguntar de ética a outras pessoas. Faltou ética no jogo contra o América em que não nos deram dois pênaltis e no domingo, contra o Palmeiras [no polêmico clássico no Morumbi]", declarou o treinador.
Ele atacou a utilização do aparelho de comunicação e alegou "falta de critério" à federação paulista. O uso do equipamento entre os árbitros, testado no clássico do último domingo, ajudou a anular um golaço do atacante Tevez.
Um dos auxiliares acusou falta do argentino no zagueiro palmeirense Leonardo Silva. O lance não foi visto pelo árbitro Cleber Wellington Abade, que foi avisado pela assistente número um Ana Paula Oliveira sobre a irregularidade e anulou o tento.
Para Braga, ela foi pressionada pelo treinador palmeirense Emerson Leão, que estava ao seu lado.
"Ela deveria estar com um perfume muito cheiroso. O Leão ficou perto dela o tempo todo. Eu, quando passava o espaço reservado aos técnicos, era advertido. À noite, enquanto lamentávamos o empate, ela apareceu rindo na TV", falou Braga.
"Acho que tem de ter critério a partir de cima. Primeiro disseram que quatro pessoas tinham acesso ao aparelho, depois cinco. O mal procedimento de um filho vai dar trabalho no futuro. Vamos ver o que a CBF pode fazer para melhorar isso", declarou.
"Não sei se há perseguição, mas o Corinthians foi prejudicado desde o primeiro jogo do campeonato, contra o Noroeste [um gol do volante Marcelo Mattos não foi dado]. Nós temos um compromisso com a vitória. Se os juízes deixarem, pois muita gente vai querer ajudar o Guarani. Ética? Vamos esquecer essa palavra por enquanto", reclamou.
Braga, que até então vinha dizendo que não se sentia preparado para assumir o time, ontem falou como se esperasse o convite.
"Não posso subestimar minha inteligência. Não sou nenhum principiante no futebol. Não é só chegar e falar: você é o técnico. Tem que ver a proposta de trabalho. Quem não deseja trabalhar aqui?", indagou o interino.
Contra o Guarani, amanhã, ele deve escalar uma equipe reserva, assim como fez contra o América. O foco é na Universidad Católica, pela Libertadores, dia 6 de abril.


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