São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

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Quito vira maldição para futebol brasileiro

Seleção pega Equador na cidade onde nem ela nem clubes vencem há 8 anos

Equipe de Dunga volta às eliminatórias com o triste retrospecto de duas derrotas nos últimos jogos com os donos da casa no Atahualpa

DO ENVIADO A GUAYAQUIL

Não é só a altitude. A de La Paz é maior e os resultados na cidade boliviana são mais positivos. Também não é apenas a pressão da torcida, fichinha comparada com a de Assunção ou com a de Montevidéu. O nível técnico dos rivais, sozinho, também não vale, já que os argentinos em Buenos Aires são melhores.
Cabe então a Dunga e à sua seleção, que enfrentam hoje, o Equador, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, explicarem o motivo por que Quito virou uma "cidade maldita" para o futebol nacional. Nenhum time brasileiro, seja a seleção principal ou um clube pelas duas principais competições continentais (a Taça Libertadores da América e a Copa Sul-Americana), triunfou nos 2.850 m da capital equatoriana nos últimos oito anos.
Foram 12 jogos, com oito vitórias dos times da casa e quatro empates, o que significa um vergonhoso aproveitamento de 11% do futebol brasileiro e saldo negativo de 12 gols. Nas as outras capitais sul-americanas equipes nacionais acumularam vitórias no mesmo período. O Brasil só perdeu duas vezes para o Equador na história -ambas nesta década e no mesmo Atahualpa que será o palco do confronto de hoje.
Os clubes nacionais, mesmo os que triunfaram na Libertadores, não tiveram sucesso em Quito. O São Paulo perdeu para a LDU em 2005, quando foi o campeão da competição, assim como aconteceu com o Internacional no ano seguinte. Em 2008, a mesma LDU fez história ao ganhar a primeira Libertadores para o seu país batendo o Fluminense na decisão. "É sempre complicado jogar lá, mas a história não se repete", aposta Ronaldinho, que será titular, mesmo admitindo estar sem o ritmo de jogo ideal, por causa da contusão de Kaká, seu companheiro de Milan.
O meia Elano, o companheiro de Ronaldinho hoje na armação de jogadas, reconhece que não é só pelos 2.850 m que jogar em Quito virou um pesadelo para o futebol do Brasil. "A dificuldade lá é muito grande. A altitude influencia muito. Eles chutam muito por causa disso. Mas eles têm qualidade, muitos jogadores atuando na Europa", diz o meia. A seleção é a terceira colocada nas eliminatórias, seis pontos atrás do líder Paraguai e a dois da Argentina, que subiu para segundo ontem. Na próxima quarta, o time terá missão mais fácil: recebe o Peru em Porto Alegre. (PAULO COBOS)


Colaborou SÉRGIO RANGEL , enviado especial a Teresópolis

NA TV - Equador x Brasil Globo, ESPN Brasil, Sportv e Bandsports, ao vivo, às 18h


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