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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Falta o centroavante
VOCÊ TEM razão se é
corintiano e reclama
das alterações de Mano Menezes no segundo tempo ou do recuo exagerado, em
busca de um contra-ataque
que raras vezes existiu. Mas
volte sua reflexão ao primeiro
tempo do clássico de ontem.
O Corinthians melhorou
em quase tudo. Com Elias na
armação, mais adiantado em
relação a Ralf e Jucilei -atenção, Elias não jogou como volante-, a transição do meio
para o ataque fica mais rápida.
O time também marca mais
forte a saída de bola do adversário e movimenta-se mais na
linha dos armadores, com
Dentinho saindo constantemente da direita para o meio
do ataque.
Foi assim na jogada do primeiro gol, passe de Dentinho
para Ronaldo e dele para
Elias. O Corinthians foi um time que justifica uma frase de
Mano Menezes, na sexta-feira: "Não estamos com problemas táticos".
Há mais problemas individuais do que táticos no Corinthians, como diz Mano Menezes, mas algumas das questões que envolvem jogadores
são flagrantes. A principal,
Ronaldo. À parte o passe para
o primeiro gol corintiano, Ronaldo segue sem ser sombra
do jogador que foi no ano passado. Em 2009, 36 jogos, ou
52% das partidas do Corinthians, com 23 gols. Neste
ano, 11 dos 20 jogos corintianos, ou 55%, e só dois gols.
O símbolo do fiasco fenomenal em 2010 foi sua última
jogada no clássico. Bola esticada por Jorge Henrique para
a disputa de Ronaldo com Miranda. E o Fenômeno não
chegou nem perto da bola, ao
tentar o pique consagrador.
Um ano faz muita diferença
na vida de um jogador de quase 34.
Há 11 meses, a bola perdida
ficou para Ronaldo na disputa
com André Dias, nos 2 a 0 sobre o São Paulo que classificaram o Corinthians para a decisão de 2009 contra o Santos.
Apesar da vitória, é impossível não notar como o time fica mais rápido com Elias, especialmente na comparação
com Tcheco. Se a comissão
técnica do Corinthians não
concorda, deve pegar o teipe
do clássico e entender o que
aconteceu depois da saída do
camisa 7. Elias estava cansado, não suportava mais o ritmo do jogo, está certo. Mas
que a equipe muda com Elias
armando, isso muda.
Para melhor.
LOSANGO NO MEIO
A linha de quatro homens
do meio-campo do São Paulo
geralmente vira um losango.
Na maior parte contra o Corinthians, foi dessa forma.
Léo Lima à frente, mais perto do ataque. O problema é a
qualidade. Não vale dizer
que o São Paulo usa quatro
volantes. Vale dizer que nenhum deles consegue armar.
POLÍTICA E FUTEBOL
Que a política do Palmeiras atrapalha o time é claro.
Mas não explica o fiasco contra o Mirassol. Após o 1 a 0, o
time recuou buscando o contra-ataque. Errou quatro seguidos, em passes errados de
Cleiton Xavier. Ruim com
ele, pior sem ele. Após sua
saída, nem contra-ataque o
Palmeiras tinha como fazer.
CRAQUE DA SEMANA
Ele não está aos pés de Messi, não causa polêmica como
Ronaldinho nem faz gols como Rooney. Mas esta semana
foi de um jogador de pouca mídia e muito futebol. Hamsik, do Napoli, ajudou seu time a empatar com o Milan e a
derrotar a Juventus e o Catania. Na Copa da África, Hamsik, 22, vestirá a camisa da Eslováquia, que está no Grupo
F. E você não deve esperar o Mundial começar para descobrir quem é o jogador que pode surpreendê-lo.
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