São Paulo, segunda-feira, 29 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Falta o centroavante

VOCÊ TEM razão se é corintiano e reclama das alterações de Mano Menezes no segundo tempo ou do recuo exagerado, em busca de um contra-ataque que raras vezes existiu. Mas volte sua reflexão ao primeiro tempo do clássico de ontem.
O Corinthians melhorou em quase tudo. Com Elias na armação, mais adiantado em relação a Ralf e Jucilei -atenção, Elias não jogou como volante-, a transição do meio para o ataque fica mais rápida.
O time também marca mais forte a saída de bola do adversário e movimenta-se mais na linha dos armadores, com Dentinho saindo constantemente da direita para o meio do ataque.
Foi assim na jogada do primeiro gol, passe de Dentinho para Ronaldo e dele para Elias. O Corinthians foi um time que justifica uma frase de Mano Menezes, na sexta-feira: "Não estamos com problemas táticos".
Há mais problemas individuais do que táticos no Corinthians, como diz Mano Menezes, mas algumas das questões que envolvem jogadores são flagrantes. A principal, Ronaldo. À parte o passe para o primeiro gol corintiano, Ronaldo segue sem ser sombra do jogador que foi no ano passado. Em 2009, 36 jogos, ou 52% das partidas do Corinthians, com 23 gols. Neste ano, 11 dos 20 jogos corintianos, ou 55%, e só dois gols.
O símbolo do fiasco fenomenal em 2010 foi sua última jogada no clássico. Bola esticada por Jorge Henrique para a disputa de Ronaldo com Miranda. E o Fenômeno não chegou nem perto da bola, ao tentar o pique consagrador.
Um ano faz muita diferença na vida de um jogador de quase 34.
Há 11 meses, a bola perdida ficou para Ronaldo na disputa com André Dias, nos 2 a 0 sobre o São Paulo que classificaram o Corinthians para a decisão de 2009 contra o Santos.
Apesar da vitória, é impossível não notar como o time fica mais rápido com Elias, especialmente na comparação com Tcheco. Se a comissão técnica do Corinthians não concorda, deve pegar o teipe do clássico e entender o que aconteceu depois da saída do camisa 7. Elias estava cansado, não suportava mais o ritmo do jogo, está certo. Mas que a equipe muda com Elias armando, isso muda.
Para melhor.

LOSANGO NO MEIO
A linha de quatro homens do meio-campo do São Paulo geralmente vira um losango. Na maior parte contra o Corinthians, foi dessa forma. Léo Lima à frente, mais perto do ataque. O problema é a qualidade. Não vale dizer que o São Paulo usa quatro volantes. Vale dizer que nenhum deles consegue armar.

POLÍTICA E FUTEBOL
Que a política do Palmeiras atrapalha o time é claro. Mas não explica o fiasco contra o Mirassol. Após o 1 a 0, o time recuou buscando o contra-ataque. Errou quatro seguidos, em passes errados de Cleiton Xavier. Ruim com ele, pior sem ele. Após sua saída, nem contra-ataque o Palmeiras tinha como fazer.

CRAQUE DA SEMANA
Ele não está aos pés de Messi, não causa polêmica como Ronaldinho nem faz gols como Rooney. Mas esta semana foi de um jogador de pouca mídia e muito futebol. Hamsik, do Napoli, ajudou seu time a empatar com o Milan e a derrotar a Juventus e o Catania. Na Copa da África, Hamsik, 22, vestirá a camisa da Eslováquia, que está no Grupo F. E você não deve esperar o Mundial começar para descobrir quem é o jogador que pode surpreendê-lo.


Texto Anterior: Rio de Janeiro: Vasco vence e fica perto da semifinal
Próximo Texto: Massa confirma melhor início na F-1
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.