Terceiro colocado no GP da Austrália, brasileiro da Ferrari é o único a subir ao pódio nas duas etapas da temporada

"A gente sabe como isso é importante no campeonato, especialmente com meu passado", afirma piloto, vice-campeão em 2008

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

As belas atuações e o grande espetáculo que caracterizaram o GP da Austrália, ontem, em Melbourne, quase ofuscaram a importância do terceiro lugar conquistado por Felipe Massa.
Além de ter feito dele o único a chegar ao pódio nas duas etapas do Mundial de F-1 -foi segundo no Bahrein-, o resultado significou o melhor começo de temporada do ferrarista desde sua estreia, em 2002.
Mais que isso. Desde 1993, quando Ayrton Senna foi segundo na corrida de abertura e venceu a segunda, um brasileiro não tinha um início tão bom.
"Ter um segundo e um terceiro é simplesmente fantástico. A gente sabe como isso é importante para o campeonato, especialmente com meu passado", disse Massa, que nos dois últimos anos chegou ao terceiro GP sem ter pontuado.
Foi a primeira vez que subiu no pódio na Austrália, onde tem seu pior desempenho -em sete GPs só havia terminado um na zona de pontos. Ontem, dividiu o banho de champanhe com Jenson Button (vencedor) e Robert Kubica (segundo).
"Não posso dizer que este seja meu melhor circuito, e ontem [anteontem] na classificação eu estava sofrendo um pouco para achar o acerto. Por isso, chegar em terceiro foi um bom resultado", afirmou Massa, que creditou grande parte do resultado final à sua bela largada.
Partindo em quinto, sob chuva fraca, aproveitou a má partida de Fernando Alonso e Button, terceiro e quarto, respectivamente, e saltou na frente.
Logo depois, superou também Mark Webber, que largara em segundo. Saindo da pole pelo segundo GP seguido, Sebastian Vettel manteve a ponta.
Atrás de Massa, Button, Alonso e Michael Schumacher se tocaram, e apenas o atual campeão escapou ileso -o heptacampeão foi para a brita com a asa dianteira danificada e o bicampeão ficou com sua Ferrari virada no meio da pista.
Um acidente no fim do grid entre Kamui Kobayashi e Nico Hulkenberg forçou a entrada do safety car. Enquanto isso, Alonso conseguiu voltar à corrida e Schumacher teve de ir aos boxes trocar o aerofólio.
Após a saída dele, na quinta volta, Massa acabou perdendo o segundo posto para Webber.
Em sexto, e sofrendo para se acertar com os pneus intermediários, Button fez a aposta que lhe renderia a oitava vitória da carreira (segunda em Melbourne) e a primeira pela McLaren.
Com a chuva rareando, tornou-se o primeiro piloto a trocar para os compostos de pista seca, na sexta volta. Logo no segundo giro, foi mais de dois segundos mais rápido que o líder.
Foi a deixa para que todos seguissem o inglês e parassem para trocar os pneus. Nos boxes, Massa perdeu mais uma posição, para Kubica, e logo depois outra, para Nico Rosberg.
Alonso continuava sua prova de recuperação, fazendo uma série de ultrapassagens. Schumacher também começou a se recuperar, mas num ritmo mais lento que o do ferrarista.
Na frente, Vettel liderava seguido por Button, Kubica, Rosberg e Massa. Na 25ª volta, porém, o piloto da Red Bull teve um problema na roda, perdeu o controle do carro e só parou ao chegar na caixa de brita.
Button herdou o primeiro lugar e fez a nova aposta que definiu a corrida: enquanto alguns começaram a fazer a segunda troca de pneus, ele se manteve na pista. Kubica, Massa e Alonso usaram a mesma tática e, apesar dos duelos constantes, terminaram nesta ordem.
Vice-líder do Mundial, o brasileiro diminuiu a vantagem de Alonso de sete para quatro pontos. Button é o terceiro.


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