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AÇÃO
O Taiti é aqui
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Maresias não é Teahupoo,
mas está sem dúvida entre
as ondas mais pesadas do país, e
mostrou que, assim como o famoso e temido pico no Taiti, também
é capaz de proporcionar tubos incríveis, ondas de 3 m e alguns momentos espetaculares. Foi o que
aconteceu na praia do litoral
paulista na segunda etapa do ano
do Circuito Brasileiro de Surf Profissional, mais conhecido como
SuperSurf, entre 21 e 25 de abril,
do qual participaram 104 surfistas representando 13 Estados.
Dos 96 surfistas que formam a
elite do surfe nacional, 90, entre
homens e mulheres, estavam lá.
Peterson Rosa, Victor Ribas, Fábio Gouveia, Neco e Teco Padaratz eram alguns dos favoritos ao
título e aos longos passeios nos cilindros que rolaram no litoral
norte de São Paulo na semana
passada. O catarinense Teco está
inclusive atrás de um dos poucos
títulos que ainda não tem: o do
circuito profissional brasileiro.
Entre tantos nomes de peso, foram dois jovens cariocas que conquistaram a nota máxima. Leandro Bastos, 18, protagonizou a cena mais espetacular do torneio ao
passar liso e com classe por um tubo perfeito em uma onda de quase 3 m. A primeira nota 10 da disputa foi dele. A segunda, que ratificou Maresias como a onda 10 do
Circuito -das 13 notas 10 desde a
criação do SuperSurf em 2000, 8
foram lá-, ocorreu pouco depois
com outro tubo espetacular, de
Gustavo Fernandes, 19.
Apesar do início de tirar o fôlego, no sábado a competição foi
adiada porque o mar ficou completamente flat. Domingo, sob
chuva, mas com um novo swell
entrando, ocorreram as finais.
Enquanto os favoritos iam sendo
eliminados, o ubatubense Odirlei
Coutinho seguia firme e, na bateria final, bateu o conterrâneo Renato Galvão para levar o título. O
caminho de Odirlei à final foi facilitado porque o baiano Jojó de
Olivença, campeão brasileiro em
88 e 92, torceu o tornozelo na primeira onda da semifinal e deixou
a disputa. O campeão assumiu a
ponta do ranking e levou para casa um cheque de R$ 22 mil.
Apesar de as atenções terem ficado concentradas na disputa do
masculino, foi o feminino que
rendeu a final mais emocionante.
Aos 45 do segundo tempo, com
uma boa onda, Suelen Naraisa tirou o caneco dos pés da catarinense Juliana Quint, que fazia
sua primeira final no Circuito
Brasileiro e liderou a bateria quase inteira. A próxima etapa do
SuperSurf acontece em Pernambuco, na praia de Porto de Galinhas, de 30 de junho a 4 de julho.
Até lá, giramos o pescoço para
as disputas do Mundial, quando
a emoção promete correr solta e o
Taiti volta a ser onde sempre foi:
na Polinésia Francesa. Entre os
dias 6 e 18 de maio, os melhores
surfistas do mundo, homens e
mulheres, estarão por lá desafiando o mais temido dos tubos: Teahupoo. O melhor brasileiro até
hoje na competição foi Danilo
Costa, terceiro colocado em 2003,
que participará do evento como
convidado do patrocinador, a Bil-labong. No feminino, Tita Tavares tem boas chances. Pelo menos
desembarcará no Taiti confiante
após o excelente terceiro lugar obtido durante o Roxy Pro de Fiji.
Ainda sobre o XXL
Faltou dizer: a justa vitória pelo melhor tubo para Malik Joyeaux, numa onda descomunal em Teahupoo, e a injusta derrota do brasileiro
Evaristo Ferreira na categoria remada.
Eddie Would Go
O campeonato de ondas grandes em sua homenagem não rolou, mas
o livro com a biografia do havaiano Eddie Aikau, de Stuart Coleman,
acaba de ser lançado no Brasil pela editora Gaia.
Caça-talentos
Promovido pelos campeões Sandro Dias e Fabíola da Silva, evento
em Campo Grande, no Rio, reuniu 50 crianças para disputar dez vagas, no skate e nos patins, nos Latin X-Games.
E-mail sarli@trip.com.br
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