DA REPORTAGEM LOCAL

Uma provocação muito original. Foi essa a conotação que o atacante Grafite deu à banana atirada no gramado do Pacaembu no jogo de anteontem, da seleção brasileira, com a inscrição "Grafite Macaco". Bem-humorado, ele disse que pretende levar a situação com bom senso e descartou dar queixa na polícia por ter sido vítima de ofensa racista.
"Isso vai da cabeça de cada um. O torcedor paga o ingresso e tem o direito de fazer o que quiser. Achei até original escrever o meu nome na banana", afirmou o atacante são-paulino ontem.
Após o episódio contra o Quilmes, quando deu queixa do zagueiro argentino Desábato sob a alegação de ter sofrido ofensas racistas, Grafite disse estar preparado para futuras provocações. "Isso prova que não é uma coisa de país para país. Sempre vai ter provocação. Só fiquei surpreso porque no Pacaembu a torcida era toda nossa. Acho que não tinha nenhum torcedor da Guatemala."
Ele afirmou que pretende levar o caso contra o jogador argentino à frente, mas, com a torcida, será diferente. "No jogo com o Mogi Mirim [pelo Paulista], os torcedores deles ficavam me chamando de alemão, australiano. Contra o Fluminense, a torcida me incentivou com uma faixa "cor não tem alma". Vai de cada um. O importante é ter tranqüilidade."
O lateral Cicinho, que participou do jogo da seleção, disse que Grafite superou o episódio com Desábato. "O Grafite está preparado para suportar esse tipo de coisa. O importante é que ele fez uma boa estréia, marcou um gol logo em seu primeiro jogo."
A banana com a inscrição foi encontrada atrás do gol em que Grafite marcou diante da Guatemala -possivelmente, foi atirada do "tobogã" do Pacaembu.
Já o Quilmes, que jogaria ontem à noite contra o Strongest em La Paz, teve novo problema policial. A equipe argentina viveu confusão no avião que levava a delegação à Bolívia. Almeyda teria discutido com tripulante e acabou sendo interrogado por policiais bolivianos -acabou liberado.


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