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"Velha guarda" empurra São Caetano na decisão
Somália, Triguinho e Thiago são remanescentes do conjunto campeão de 2004
Trio constitui espinha dorsal do grupo que participou da maior conquista da história do clube do ABC; goleiro Luiz viu título estadual do banco
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No folclore do samba, a velha
guarda representa a tradição,
aquilo que a agremiação tem de
mais especial e precioso para
mostrar ao seu torcedor.
No São Caetano, que tenta
hoje à tarde iniciar sua trajetória rumo ao seu segundo título
estadual, um trio de jogadores
significa exatamente isso.
Somália, 29, Triguinho, 28, e
Thiago, 27, são o material mais
nobre no atual elenco da equipe. Apesar de ainda jovens, representam a velha guarda do
ABC, o que restou da equipe
campeã do Paulista de 2004.
Além dos três, que tiveram
participação decisiva no título
de três anos atrás, o goleiro
Luiz, hoje titular e esperança
de parar o poderoso ataque
santista, via do banco de reservas Silvio Luiz segurar o Paulista de Jundiaí na decisão da taça.
Um dos mais rodados do trio,
o atacante Somália habituou-se
a ir embora e retornar ao clube
desde 2002, quando estreou.
Passou por Holanda, Arábia
Saudita, Kuait e Coréia do Sul,
mas sempre voltou ao ABC.
No título de 2004, tinha a
concorrência do velocista Euller e do grandalhão Fabrício
Carvalho. Jogou pouco e marcou só um gol no campeonato.
Agora, virou herói da campanha sul-caetanense. Referência
na grande área, balançou 12 vezes as redes dos adversários e
alcançou o topo da artilharia,
ao lado de Edmundo (Palmeiras) e Finazzi (Ponte Preta).
"Procuro dar tranqüilidade
para todo mundo, principalmente para os mais jovens. Para muitos, será a primeira
chance de ganhar um título.
Nunca se sabe quando terão
outra", explica o atacante.
Realista, fala com tranqüilidade sobre as seguidas transferências para outros clubes.
"Estou com 29 anos, não
adianta querer falar em sonho.
Olho mais o lado financeiro."
Famoso pelas palhaçadas nos
treinos e pelo jeito descontraído, Somália ganhou o respeito
do técnico Dorival Júnior, dentro e fora de campo. "Ele encontrou seu espaço. Mesmo
quando não faz os gols, participa, dá combate. E o grupo todo
gosta dele", diz o treinador.
Admiração que outro componente do trio, o lateral-esquerdo Triguinho, conquistou
há tempos no clube.
Titular desde 2004, o atleta
amadureceu. Controlou seu
temperamento explosivo e
aprendeu a marcar tão bem
quanto atacar. Citado como
possível reforço de grandes clubes do país a cada início de temporada, ele mantém-se no ABC,
onde viveu bons e maus momentos da história do time.
"O mais triste foi o time ter
caído para a segunda divisão
[do Brasileiro, em 2006]. Isso
ficou marcado. Se eu continuar
aqui, vou fazer de tudo para subir novamente", promete.
Ao falar sobre o elenco atual,
Triguinho garante que os mais
novos irão com tudo para cima
do Santos. "Vamos respeitar o
time deles, mas não temer. Temos que fazer acontecer."
Raça cobrada pelo terceiro
membro da velha guarda. É no
zagueiro Thiago que o time vê
refletido seu desejo de seguir
fazendo história e estragando a
festa dos grandes do Estado.
"Desde que estou no São
Caetano, sempre falam que somos zebras. Nada melhor do
que provar o contrário", afirma
o jogador após a humilhante vitória por 4 a 1 imposta sobre o
São Paulo.
Feito que o trio do São Caetano espera repetir pelo menos
mais uma vez em 2007.
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