São Paulo, domingo, 29 de abril de 2007

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Rio recicla projetos do Pan para lutar pela Olimpíada de 2016

Cidades têm até o dia 15 de setembro para oficializar interesse junto ao COI

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Na terceira tentativa de receber a Olimpíada, após fracassar para os Jogos de 2004 e 2012, o Rio promete "requentar" projetos estruturais na cidade previstos para o Pan-Americano e relegados apenas ao papel.
Tenta fazer, para 2016, o dever de casa que deixou de lado para o torneio das Américas.
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro), por enquanto, diz que "todas as informações sobre a candidatura aos Jogos de 2016 serão anunciadas publicamente, no momento adequado". A entidade deve se pronunciar apenas após o Pan.
As cidades têm até 15 de setembro para se inscrever no COI. O Pan termina em 29 de julho. A vencedora sairá após votação do comitê internacional em outubro de 2009.
Até agora, além do Rio, Chicago, Tóquio e Praga confirmaram candidatura. Madri, Doha e Istambul devem concorrer. Na semana passada, Nova Déli desistiu, e Roma praticamente abriu mão de seguir na disputa.
O Rio volta à cena com idéias "requentadas" e outras adaptadas. O prefeito Cesar Maia anuncia o metrô sobre rodas e o corredor de ônibus ligando a Penha (zona norte) à Barra (zona oeste). As duas intervenções integravam os planos do Pan.
"A primeira etapa [do metrô] já está em licitação. Em seguida, entra a licitação do corredor T5 [Barra-Penha]", disse Maia, por e-mail, respondendo à pergunta sobre o plano de reformulação dos transportes, lançado por ele no dia em que o Rio foi escolhido o candidato brasileiro aos Jogos-16, em 1º de setembro do ano passado.
Na ocasião, o prefeito prometeu apresentar, nos 20 dias seguintes, um projeto de reformulação do sistema de transportes em três regiões da cidade. "Sem dúvida, o plano viário contribuirá para a candidatura do Rio", afirmou, na época.
Pelo menos quatro projetos seriam postos em prática para o Pan. Nenhum saiu. O Transpan, transporte sobre trilhos, incluiria a ligação entre a Barra e os aeroportos Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte), e Santos Dumont (centro).
A linha 4 do metrô iria da Barra a Botafogo (zona sul). O primeiro trecho, da Barra ao aeroporto Tom Jobim, chegou a ter o valor estimado em R$ 1,6 bilhão. Ainda foi sugerido, como alternativa, o sistema de barcas, pela baía de Guanabara, de Botafogo aos aeroportos.
A duplicação da auto-estrada Lagoa-Barra, via de acesso ao bairro da zona oeste pela zona sul, também integrava o pacote de intervenções -a obra custaria R$ 850 milhões.
Na postulação para 2016, o prefeito adianta que obras como o alargamento das pistas da Lagoa-Barra e o metrô até a Barra serão substituídas.
Maia, que disse que outras intervenções para o Rio-16 serão detalhadas após o Pan, não falou sobre orçamento.
"Isso só virá com o início do projeto, a partir de setembro. Mas parte dos investimentos está sendo feita agora, com o estádio [João Havelange, no Engenho de Dentro], a arena e o parque aquático [na Barra]."
Sobre a despoluição da baía de Guanabara -ponto que veio à tona em 2002, quando o Rio ganhou a sede do Pan-07-, o governo do Estado retomou a primeira fase do programa.
No mês passado, R$ 58 milhões foram liberados para a ampliação da estação de tratamento de esgoto do Caju.
A região, segundo a Cedae (a empresa estadual de águas e esgoto), é a que mais despeja esgoto na baía: a quantidade de dejetos encheria um ginásio do Maracanãzinho e meio por dia.
A previsão é a de que, no ano que vem, o esgoto dos bairros englobados pela estação do Caju não seja mais despejado "in natura" no mar, e sim transformado em água tratada.
A baía receberá a vela no Pan. Em fevereiro, na seletiva nacional para os Jogos, iatistas criticaram a sujeira nas águas.


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