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Rio recicla projetos do Pan para lutar pela Olimpíada de 2016
Cidades têm até o dia 15 de setembro para oficializar interesse junto ao COI
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Na terceira tentativa de receber a Olimpíada, após fracassar
para os Jogos de 2004 e 2012, o
Rio promete "requentar" projetos estruturais na cidade previstos para o Pan-Americano e
relegados apenas ao papel.
Tenta fazer, para 2016, o dever de casa que deixou de lado
para o torneio das Américas.
O COB (Comitê Olímpico
Brasileiro), por enquanto, diz
que "todas as informações sobre a candidatura aos Jogos de
2016 serão anunciadas publicamente, no momento adequado". A entidade deve se pronunciar apenas após o Pan.
As cidades têm até 15 de setembro para se inscrever no
COI. O Pan termina em 29 de
julho. A vencedora sairá após
votação do comitê internacional em outubro de 2009.
Até agora, além do Rio, Chicago, Tóquio e Praga confirmaram candidatura. Madri, Doha
e Istambul devem concorrer.
Na semana passada, Nova Déli
desistiu, e Roma praticamente
abriu mão de seguir na disputa.
O Rio volta à cena com idéias
"requentadas" e outras adaptadas. O prefeito Cesar Maia
anuncia o metrô sobre rodas e o
corredor de ônibus ligando a
Penha (zona norte) à Barra (zona oeste). As duas intervenções
integravam os planos do Pan.
"A primeira etapa [do metrô]
já está em licitação. Em seguida, entra a licitação do corredor
T5 [Barra-Penha]", disse Maia,
por e-mail, respondendo à pergunta sobre o plano de reformulação dos transportes, lançado por ele no dia em que o Rio
foi escolhido o candidato brasileiro aos Jogos-16, em 1º de setembro do ano passado.
Na ocasião, o prefeito prometeu apresentar, nos 20 dias seguintes, um projeto de reformulação do sistema de transportes em três regiões da cidade. "Sem dúvida, o plano viário
contribuirá para a candidatura
do Rio", afirmou, na época.
Pelo menos quatro projetos
seriam postos em prática para o
Pan. Nenhum saiu. O Transpan, transporte sobre trilhos,
incluiria a ligação entre a Barra
e os aeroportos Tom Jobim, na
Ilha do Governador (zona norte), e Santos Dumont (centro).
A linha 4 do metrô iria da
Barra a Botafogo (zona sul). O
primeiro trecho, da Barra ao
aeroporto Tom Jobim, chegou
a ter o valor estimado em R$ 1,6
bilhão. Ainda foi sugerido, como alternativa, o sistema de
barcas, pela baía de Guanabara,
de Botafogo aos aeroportos.
A duplicação da auto-estrada
Lagoa-Barra, via de acesso ao
bairro da zona oeste pela zona
sul, também integrava o pacote
de intervenções -a obra custaria R$ 850 milhões.
Na postulação para 2016, o
prefeito adianta que obras como o alargamento das pistas da
Lagoa-Barra e o metrô até a
Barra serão substituídas.
Maia, que disse que outras
intervenções para o Rio-16 serão detalhadas após o Pan, não
falou sobre orçamento.
"Isso só virá com o início do
projeto, a partir de setembro.
Mas parte dos investimentos
está sendo feita agora, com o
estádio [João Havelange, no
Engenho de Dentro], a arena e
o parque aquático [na Barra]."
Sobre a despoluição da baía
de Guanabara -ponto que veio
à tona em 2002, quando o Rio
ganhou a sede do Pan-07-, o
governo do Estado retomou a
primeira fase do programa.
No mês passado, R$ 58 milhões foram liberados para a
ampliação da estação de tratamento de esgoto do Caju.
A região, segundo a Cedae (a
empresa estadual de águas e esgoto), é a que mais despeja esgoto na baía: a quantidade de
dejetos encheria um ginásio do
Maracanãzinho e meio por dia.
A previsão é a de que, no ano
que vem, o esgoto dos bairros
englobados pela estação do Caju não seja mais despejado "in
natura" no mar, e sim transformado em água tratada.
A baía receberá a vela no Pan.
Em fevereiro, na seletiva nacional para os Jogos, iatistas criticaram a sujeira nas águas.
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