São Paulo, quinta, 29 de abril de 1999

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Conselho aprova o contrato "no escuro'

da Reportagem Local

O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o novo parceiro sem nem sequer saber seu nome.
A aprovação, anteontem à noite, ocorreu após a diretoria do clube ter convocado a imprensa para uma entrevista coletiva no dia seguinte (hoje), quando anunciaria o nome da empresa.
Mesmo com Dualib tendo apoio da maioria dos conselheiros, não foi totalmente tranquila a sessão de aprovação do acordo.
Pelo menos dois deles (dos aproximadamente 250 conselheiros presentes) disseram discordar da recusa do presidente do Corinthians, Alberto Dualib, em revelar o nome do novo parceiro do clube.
Dualib argumentava que uma das cláusulas do contrato o impedia de anunciar o nome da Hicks, Muse, Tate & Furst Inc. antes da apresentação oficial, ontem.
A apresentação dos termos do acordo ao Conselho foi feita pelo próprio Dualib. Segundo ele, o Corinthians manteria a autonomia sobre os assuntos do clube.
Ao Conselho, o presidente identificou a empresa como uma companhia norte-americana com participação em fundos de pensão.
Na tentativa de convencer os conselheiros relutantes a aceitar a parceria, Dualib passou a descrever alguns passos da transação, argumentando que o negócio era realmente sério.
Entre esses passos, segundo Dualib afirmou ao Conselho, estaria o recebimento de cerca de 30 rolos de fax do parceiro durante as negociações.
Além disso, afirmou que a empresa já tinha até pedido o número da conta corrente do Corinthians para depositar os primeiros US$ 5 milhões do acordo.
Disse ainda, como prova do interesse dessa companhia norte-americana, que ela tinha se recusado a renegociar apenas 10% dos pedidos de mudança no contrato feitos pelo Corinthians.
O dirigente resolveu até dar uma dica: a empresa teria participado da construção de um estádio em Dallas (onde fica a sede da Hicks Muse) -mas continuou se negando a dizer seu nome.
Com as reclamações pelo mistério, outros conselheiros resolveram defender a atitude do presidente corintiano -e o contrato acabou sendo finalmente aprovado, por aclamação. (JCA e RD)



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