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Copa2006
Alemanha lança Copa dos excluídos
Evento começa hoje em Hamburgo e terá participação de nanicos que buscam status de filiados à Fifa
Torneio, que nasceu após noitada em St. Pauli, bairro boêmio da cidade, critica busca exagerada por lucros no Mundial da entidade
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARIANA BASTOS
PEDRO SCHAFFA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma semana antes de as
atenções estarem voltadas para
a Copa, uma outra entidade,
com nome de cachorro de madame, a Fifi (Federação Internacional de Futebol Independente), lança sua competição.
O Mundial dos excluídos, nomeado de Wild Cup -Copa dos
Países Exóticos, em uma tradução livre-, terá participantes
que não são filiados à toda-poderosa entidade que rege o futebol, como Tibete e Zanzibar.
O anfitrião será um clube alemão, o St. Pauli, de Hamburgo.
Para dar um toque mais globalizado, a equipe jogará com o
nome de República de St. Pauli.
O evento começa hoje com
dois jogos: República Turca do
Norte do Chipre x Groenlândia
e República de St. Pauli x Gibraltar. Sábado será a finalíssima, que terá transmissão da
DSF, uma emissora local.
A Copa dos nanicos nasceu
no tradicional bairro boêmio
de Hamburgo que dá nome ao
clube. "A idéia toda saiu basicamente em uma noite de bebedeira", conta Michael Meeske,
dirigente do St. Pauli, que
atualmente joga a terceira divisão do Campeonato Alemão.
Feitos os convites, houve a
divisão em duas chaves de três
times cada uma. No Grupo A,
estão República de St. Pauli, Gibraltar e Tibete. No B, ficaram
Groenlândia, República Turca
do Norte do Chipre e Zanzibar.
O discurso dos organizadores
é de crítica à Fifa. "Originalmente uma festa do futebol, a
Copa tornou-se um festival para fazer dinheiro, no qual os lucros vêm antes de torcedores e
jogadores", lamenta a organização no site oficial do torneio.
Mas a Copinha atraiu por outros motivos. Alguns participantes buscam o reconhecimento internacional da própria
Fifa; outros, a chance de levantar mais uma bandeira pela independência. E há os que estão
na disputa pela mais pura farra.
"A República de St. Pauli será
formada pelo time de juniores,
com jogadores de 18 a 19 anos.
Eles serão reforçados por duas
lendas do clube: Holger Stanislawski [ex-vice-presidente do
St. Pauli] e André Trulsen [assistente técnico do time adulto]", diz Sven Lindenblatt, assessor do St. Pauli.
Objetivo diverso têm Zanzibar, Gibraltar e Groenlândia,
que buscam aceitação da Fifa.
Zanzibar, que faz parte do
território da Tanzânia, já disputou as eliminatórias da Copa
da África. Não bastasse isso,
conta com adesão insuspeita a
sua causa. "A Associação de Futebol da Tanzânia apóia a filiação à Fifa", afirma Stephan Ottenbruch, produtor do filme "O
Sonho de Zanzibar", que narra
a história da seleção local.
Gibraltar, dependência britânica encravada no sul da Espanha, também faz campanha pelo reconhecimento. "Há dois
trunfos para que Gibraltar seja
reconhecida. Temos uma liga
oficial e há muitos jogadores
que nasceram aqui, no momento vivem em outros países, mas
defenderiam a seleção", prega o
site da campanha pela filiação.
Até um abaixo-assinado foi
divulgado, mas Gibraltar enfrenta forte oposição da Espanha, temerosa de que o aval da
Fifa sirva de alento para a Catalunha e o País Basco reivindicarem o mesmo tratamento.
A Groenlândia, que faz parte
da Dinamarca, também busca o
reconhecimento internacional
-já é filiada à Federação Internacional de Handebol. Mesmo
não contando com um único
campo com gramado, é apontada como favorita à taça.
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