|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CIDA SANTOS
Vôlei e futebol
O perfil psicológico ajuda o técnico a perceber melhor em quais atletas o grupo confia nos momentos de decisão
O VÔLEI E O FUTEBOL têm algo
bem em comum: a psicóloga
Regina Brandão. Nos Jogos
de Barcelona, ela fez parte da equipe
do técnico Zé Roberto na campanha
da seleção campeã olímpica. Dez
anos depois, na Copa de 2002, trabalhou com Luiz Felipe Scolari na conquista do pentacampeonato.
Um detalhe curioso: foi Zé Roberto quem apresentou Regina a Felipão. Agora no comando da seleção
portuguesa de futebol, ele continua
trabalhando com a psicóloga. A novidade é que o técnico Carlos Alberto Parreira também pediu auxílio a
Regina na preparação do Brasil para
a Copa da Alemanha.
Em 2005, Zé Roberto voltou a recorrer a ela para traçar um perfil da
seleção feminina. Neste ano, pretende contar de novo com os trabalhos
da psicóloga para ajudá-lo na preparação para o Mundial, em outubro.
Mas o técnico não se cansa de folhear o relatório de 150 páginas feito
pela psicóloga em 2005. Nele, há um
perfil detalhado do grupo e das jogadoras. Informações preciosas para o
técnico lidar com elas, conseguir um
melhor rendimento esportivo e evitar atritos na preparação.
As jogadoras passam por testes,
que revelam detalhes da personalidade de cada uma, e respondem a
perguntas como: quem é a sua melhor amiga no grupo? Quem é a segunda melhor amiga? Com quem
você gostaria de dividir o quarto?
Com quem você não quer dividir?
Há questões também sobre situações de jogo: quais jogadoras você
escalaria para o time titular? Qual
seria sua equipe titular no último
set? Em uma situação decisiva, para
quem você levantaria a bola? Quem
deve ser a capitã da equipe?
Essas informações auxiliam o técnico também na definição do time.
Ele tem condições de perceber melhor em quais jogadoras o grupo
confia mais na hora do jogo e nos
momentos de decisão. Outro detalhe é que dá até para perceber como
a própria atleta se posiciona: ela se
coloca no time titular?
Quando traça o perfil das atletas, a
psicóloga passa ao técnico algumas
palavras-chaves para lidar com as
jogadoras. Palavras, específicas e
significativas para cada uma delas,
que podem encorajar e motivar, e
outras que não podem ser faladas, já
que têm efeito contrário.
Um exemplo: há jogadoras que se
sentem desafiadas e estimuladas
quando recebem uma bronca severa
do técnico. Há outras que não reagem bem a essa situação: acabam errando mais depois da bronca -rendem mais com palavras de estímulo.
Preocupado em entender a alma
feminina e transformar esse conhecimento em um melhor rendimento
da seleção, Zé Roberto vai além do
relatório da psicóloga e coleciona livros do mesmo tema. Atualmente,
está lendo a "Inteligência Hormonal
da Mulher", de Eliezer Berestein.
O primeiro teste da seleção brasileira feminina neste ano será o Torneio de Montreux, na Suíça. A estréia é no dia 6, contra o Japão.
CASAL NA ITÁLIA
O atacante Murilo, ex-Valentia,
vai jogar no Modena. A escolha do
time só foi feita após sua noiva, Jaqueline, ex-Rio, acertar com o Jesi.
COTAÇÃO ALTA
Quem está sorrindo à toa no
mundo do vôlei é a russa Lioubov
Sokolova Kilic. A atacante, que tem
um martelo nas mãos, trocou o Jesi, da Itália, pelo Murcia, da Espanha. No seu novo clube, vai receber
500 mil por temporada. Quem
não gostou dessa história foi o Jesi,
vice-campeão italiano, já que Sokolova só cumpriu um ano dos três
anos previstos no contrato.
ATENÇÃO, ATENÇÃO!
Caro leitor, a partir da próxima
segunda-feira e durante todo o período da Copa do Mundo de futebol
esta coluna será transferida para a
Folha Online.
cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: IRL: Hornish ganha pela primeira vez 500 Milhas Próximo Texto: Luxemburgo amplia tabu corintiano Índice
|