São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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CIDA SANTOS

Vôlei e futebol

O perfil psicológico ajuda o técnico a perceber melhor em quais atletas o grupo confia nos momentos de decisão

O VÔLEI E O FUTEBOL têm algo bem em comum: a psicóloga Regina Brandão. Nos Jogos de Barcelona, ela fez parte da equipe do técnico Zé Roberto na campanha da seleção campeã olímpica. Dez anos depois, na Copa de 2002, trabalhou com Luiz Felipe Scolari na conquista do pentacampeonato. Um detalhe curioso: foi Zé Roberto quem apresentou Regina a Felipão. Agora no comando da seleção portuguesa de futebol, ele continua trabalhando com a psicóloga. A novidade é que o técnico Carlos Alberto Parreira também pediu auxílio a Regina na preparação do Brasil para a Copa da Alemanha. Em 2005, Zé Roberto voltou a recorrer a ela para traçar um perfil da seleção feminina. Neste ano, pretende contar de novo com os trabalhos da psicóloga para ajudá-lo na preparação para o Mundial, em outubro. Mas o técnico não se cansa de folhear o relatório de 150 páginas feito pela psicóloga em 2005. Nele, há um perfil detalhado do grupo e das jogadoras. Informações preciosas para o técnico lidar com elas, conseguir um melhor rendimento esportivo e evitar atritos na preparação. As jogadoras passam por testes, que revelam detalhes da personalidade de cada uma, e respondem a perguntas como: quem é a sua melhor amiga no grupo? Quem é a segunda melhor amiga? Com quem você gostaria de dividir o quarto? Com quem você não quer dividir? Há questões também sobre situações de jogo: quais jogadoras você escalaria para o time titular? Qual seria sua equipe titular no último set? Em uma situação decisiva, para quem você levantaria a bola? Quem deve ser a capitã da equipe? Essas informações auxiliam o técnico também na definição do time. Ele tem condições de perceber melhor em quais jogadoras o grupo confia mais na hora do jogo e nos momentos de decisão. Outro detalhe é que dá até para perceber como a própria atleta se posiciona: ela se coloca no time titular? Quando traça o perfil das atletas, a psicóloga passa ao técnico algumas palavras-chaves para lidar com as jogadoras. Palavras, específicas e significativas para cada uma delas, que podem encorajar e motivar, e outras que não podem ser faladas, já que têm efeito contrário. Um exemplo: há jogadoras que se sentem desafiadas e estimuladas quando recebem uma bronca severa do técnico. Há outras que não reagem bem a essa situação: acabam errando mais depois da bronca -rendem mais com palavras de estímulo. Preocupado em entender a alma feminina e transformar esse conhecimento em um melhor rendimento da seleção, Zé Roberto vai além do relatório da psicóloga e coleciona livros do mesmo tema. Atualmente, está lendo a "Inteligência Hormonal da Mulher", de Eliezer Berestein. O primeiro teste da seleção brasileira feminina neste ano será o Torneio de Montreux, na Suíça. A estréia é no dia 6, contra o Japão.

CASAL NA ITÁLIA
O atacante Murilo, ex-Valentia, vai jogar no Modena. A escolha do time só foi feita após sua noiva, Jaqueline, ex-Rio, acertar com o Jesi.

COTAÇÃO ALTA
Quem está sorrindo à toa no mundo do vôlei é a russa Lioubov Sokolova Kilic. A atacante, que tem um martelo nas mãos, trocou o Jesi, da Itália, pelo Murcia, da Espanha. No seu novo clube, vai receber 500 mil por temporada. Quem não gostou dessa história foi o Jesi, vice-campeão italiano, já que Sokolova só cumpriu um ano dos três anos previstos no contrato.

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Caro leitor, a partir da próxima segunda-feira e durante todo o período da Copa do Mundo de futebol esta coluna será transferida para a Folha Online.
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