São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 2006

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Luxemburgo amplia tabu corintiano

Pressão da torcida, desfalques do adversário e arbitragem confusa selam o triunfo do Santos no clássico na Vila Belmiro

KLEBER TOMAZ
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Vanderlei Luxemburgo é mesmo um técnico de sucesso quando o assunto é enfrentar o Corinthians, seu ex-clube. O atual comandante santista aumentou ontem para sete jogos sua invencibilidade contra o time do Parque São Jorge.
De quebra, a vitória por 2 a 0 sobre o desfalcado time corintiano na Vila Belmiro reabilitou o Santos, que não vencia havia dois jogos, neste Brasileiro, e para azar do técnico Geninho, agravou a crise do rival.
Desde que saiu do Corinthians, em 2001, Luxemburgo esteve à frente de três equipes diferentes (Palmeiras, Cruzeiro e Santos) e nas vezes que enfrentou o ex-time, obteve quatro vitórias e três empates -aproveitamento de 71,4%.
Pelo menos dois fatores contribuíram ontem para Luxemburgo ampliar seu histórico de algoz corintiano: o fator campo e as ausências de vários titulares do clube paulistano.
O time santista ainda não perdeu no "alçapão" da Vila neste ano. Foram 15 partidas (14 vitórias e um empate).
Para ajudar Luxemburgo, o Corinthians ainda teve ontem nove desfalques: Tevez, Mascherano e Ricardinho, nas suas seleções; Marcus Vinícius, Roger e Marcelo Mattos, suspensos; Carlos Alberto, Edson e Bruno Octávio, contundidos.
Além disso, a arbitragem do mineiro Alício Pena Júnior parecia estar ao lado do Santos. Uma expulsão e uma penalidade no segundo tempo alimentaram a desconfiança corintiana.
Aos 12min da etapa final, os corintianos reclamaram do juiz, que foi muito rigoroso ao expulsar Rubens Júnior. O lateral-esquerdo levou o segundo cartão amarelo após se desequilibrar e tocar o antebraço na bola. Ele havia entrado no final do primeiro tempo no lugar de Gustavo Nery, sacado ao sentir dores após uma dividida.
Três minutos depois do mesmo período, um torcedor santista bradou da arquibancada. "O juiz é nosso!", em referência ao pênalti inexistente dado sobre o atacante Rodrigo Tiuí, do Santos, que já vencia por 1 a 0.
Na ocasião, o atleta local havia chutado o chão, tropeçado e caído dentro da área. Como o meia corintiano Rosinei estava próximo, Pena Júnior apontou para a marca da cal.
A falha do árbitro acabou compensada pelo goleiro Silvio Luiz, que defendeu a cobrança do meia Cléber Santana.
Erros da arbitragem à parte, o time da casa soube se impor -teve 56% de acerto nas finalizações contra 33% do rival, pelo Datafolha- e sair na frente.
O primeiro gol saiu já na etapa inicial, em falha coletiva da defesa corintiana. Aos 20min, o meia Rodrigo Tabata cobrou escanteio da esquerda do ataque, e Cléber Santana subiu com estilo para cabecear para o fundo das redes.
Mesmo com um homem a mais em campo -devido a expulsão de Rubens Júnior-, o Santos só converteu a vantagem numérica em gol após os 90 minutos. Rodrigo Tabata, já nos acréscimos, marcou 2 a 0.
Mas e os atacantes corintianos Nilmar e Rafael Moura? Nada fizeram. E Marcelinho? O meia corintiano, que, em 1996, ganhou uma placa de Pelé por um golaço na Vila, bem que tentou, em chutes e cobranças de faltas. Foi quem mais finalizou (sete vezes), mas completou a segunda partida sem marcar.
"Um, dois, três, Corinthians é freguês", provocaram os santistas. Apesar de o freguês ter sempre a razão, a torcida corintiana atirou um sapato no campo que poderá punir seu clube.


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