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Luxemburgo amplia tabu corintiano
Pressão da torcida, desfalques do adversário e arbitragem confusa selam o triunfo do Santos no clássico na Vila Belmiro
KLEBER TOMAZ
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS
Vanderlei Luxemburgo é
mesmo um técnico de sucesso
quando o assunto é enfrentar o
Corinthians, seu ex-clube. O
atual comandante santista aumentou ontem para sete jogos
sua invencibilidade contra o time do Parque São Jorge.
De quebra, a vitória por 2 a 0
sobre o desfalcado time corintiano na Vila Belmiro reabilitou
o Santos, que não vencia havia
dois jogos, neste Brasileiro, e
para azar do técnico Geninho,
agravou a crise do rival.
Desde que saiu do Corinthians, em 2001, Luxemburgo
esteve à frente de três equipes
diferentes (Palmeiras, Cruzeiro e Santos) e nas vezes que enfrentou o ex-time, obteve quatro vitórias e três empates
-aproveitamento de 71,4%.
Pelo menos dois fatores contribuíram ontem para Luxemburgo ampliar seu histórico de
algoz corintiano: o fator campo
e as ausências de vários titulares do clube paulistano.
O time santista ainda não
perdeu no "alçapão" da Vila
neste ano. Foram 15 partidas
(14 vitórias e um empate).
Para ajudar Luxemburgo, o
Corinthians ainda teve ontem
nove desfalques: Tevez, Mascherano e Ricardinho, nas suas
seleções; Marcus Vinícius, Roger e Marcelo Mattos, suspensos; Carlos Alberto, Edson e
Bruno Octávio, contundidos.
Além disso, a arbitragem do
mineiro Alício Pena Júnior parecia estar ao lado do Santos.
Uma expulsão e uma penalidade no segundo tempo alimentaram a desconfiança corintiana.
Aos 12min da etapa final, os
corintianos reclamaram do
juiz, que foi muito rigoroso ao
expulsar Rubens Júnior. O lateral-esquerdo levou o segundo
cartão amarelo após se desequilibrar e tocar o antebraço na
bola. Ele havia entrado no final
do primeiro tempo no lugar de
Gustavo Nery, sacado ao sentir
dores após uma dividida.
Três minutos depois do mesmo período, um torcedor santista bradou da arquibancada.
"O juiz é nosso!", em referência
ao pênalti inexistente dado sobre o atacante Rodrigo Tiuí, do
Santos, que já vencia por 1 a 0.
Na ocasião, o atleta local havia chutado o chão, tropeçado e
caído dentro da área. Como o
meia corintiano Rosinei estava
próximo, Pena Júnior apontou
para a marca da cal.
A falha do árbitro acabou
compensada pelo goleiro Silvio
Luiz, que defendeu a cobrança
do meia Cléber Santana.
Erros da arbitragem à parte,
o time da casa soube se impor
-teve 56% de acerto nas finalizações contra 33% do rival, pelo Datafolha- e sair na frente.
O primeiro gol saiu já na etapa inicial, em falha coletiva da
defesa corintiana. Aos 20min, o
meia Rodrigo Tabata cobrou
escanteio da esquerda do ataque, e Cléber Santana subiu
com estilo para cabecear para o
fundo das redes.
Mesmo com um homem a
mais em campo -devido a expulsão de Rubens Júnior-, o
Santos só converteu a vantagem numérica em gol após os
90 minutos. Rodrigo Tabata, já
nos acréscimos, marcou 2 a 0.
Mas e os atacantes corintianos Nilmar e Rafael Moura?
Nada fizeram. E Marcelinho? O
meia corintiano, que, em 1996,
ganhou uma placa de Pelé por
um golaço na Vila, bem que tentou, em chutes e cobranças de
faltas. Foi quem mais finalizou
(sete vezes), mas completou a
segunda partida sem marcar.
"Um, dois, três, Corinthians é
freguês", provocaram os santistas. Apesar de o freguês ter
sempre a razão, a torcida corintiana atirou um sapato no campo que poderá punir seu clube.
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