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Ronaldo confirma e Fifa avaliza pedido de juiz
Atleta, via assessoria, diz que Lubos Michel quis a camisa que usou contra Gana
Entidade que organiza a Copa informa que atitude não é antiética e mantém
eslovaco no torneio; CBF
demonstra preocupação
DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH
E DO ENVIADO A BERLIM
A Fifa deu aval ontem à tietagem do árbitro eslovaco Lubos
Michel a Ronaldo. O juiz de
Brasil x Gana pediu a camisa do
atacante, fato confirmado pela
assessoria de imprensa do jogador. O brasileiro, porém, não
atendeu à solicitação. Já havia
prometido a peça ao número 5
ganense, John Mensah, que
deu a sua para Ronaldo.
A lebre fora levantada logo
após a partida por integrantes
da delegação de Gana. Ao criticar o juiz, disseram ter visto o
árbitro pedir a 9 brasileira.
Michel errou para os dois lados, mas a falha maior foi validar o gol de Adriano, impedido.
De acordo com a Fifa, a atitude do juiz não é irregular nem
antiética. Segundo Andreas
Heren, porta-voz da entidade,
alguns árbitros pedem as camisas de jogadores após os jogos
"por respeito e admiração".
Ele relatou não ter localizado
Michel ontem, mas afirmou
que o juiz "não fez nada de errado e vai continuar a apitar na
Copa". Nas quartas-de-final,
atua em Alemanha x Argentina.
Após o jogo, o porta-voz da
federação de futebol de Gana,
Ransford Abbey, afirmou que,
no último escanteio da partida,
o árbitro se aproximou de Ronaldo, segurou a camisa do atacante e lhe falou algo.
A assessoria de Ronaldo informou ontem que, se o jogador
não tivesse prometido uma troca com o atleta ganense, teria
atendido ao pedido. Disse que o
atacante não viu nada de errado
na atitude de Michel. E que essa não foi a primeira vez que
um juiz quis a camisa de Ronaldo para guardar de lembrança.
A CBF deu duas versões para
a história. Primeiro, informou
que Ronaldo não sabia se Michel havia pedido a camisa por
não compreender o que ele lhe
falou. Em um segundo contato
com a reportagem, informou
que o juiz não fez o pedido.
O episódio gerou preocupação na CBF. A entidade teme
que o Brasil seja prejudicado
pela atitude do eslovaco nos
próximos jogos. Em tese, num
lance duvidoso, os árbitros optariam por favorecer os adversários, numa forma de mostrar
que não há proteção ao Brasil.
Mas existe também temor de
que o episódio respingue no
presidente da CBF. Ricardo
Teixeira é membro do Comitê
de Arbitragem da Fifa.
Anteontem, o técnico de Gana, Ratomir Dujkovic, insinuou
haver favorecimento ao rival.
Disse que os atletas de Carlos
Alberto Parreira são intocáveis,
alegando que o juiz sempre
marcava faltas a favor do Brasil.
E foi só a CBF que demonstrou constrangimento com o
desejo manifestado por Michel.
"Um desejo desses é normal.
Todo mundo pede as coisas para o Ronaldo. Um goleiro da seleção da Bolívia, uma vez, pediu
para tirar uma foto com ele no
meio do jogo", disse o empresário do jogador, Fabiano Farah.
Fã de Ronaldo, Michel já trabalhou antes em partidas do
Brasil. Apitou a final da Copa
das Confederações, também na
Alemanha, em 2005. Na ocasião, o Brasil derrotou a Argentina por 4 a 1.0
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE, SÉRGIO RANGEL E GUILHERME ROSEGUINI)
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